Cena III. O Consultório de Hermes

Este artigo é um capítulo de Adônis, uma Alegoria

Uma peça curta. Realizada nos jardins suspensos da Babilônia em tempos clássicos e com personagens clássicos. Um relato em linguagem poética da batalha dos elementos humanos e divinos na consciência do homem, dando sua harmonia seguindo a vitória do último.

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Leia em 6 min.

Cena III.
O Consultório de Hermes

Ele tem duas partes, a primeira cheia de crocodilos empalhados, cobras, astrolábios, esqueletos, lâmpadas de formas estranhas, rolos enormes de papiros, vasos contendo objetos, como um feto, uma criança mumificada, uma ovelha de seis pernas. Mãos (obviamente as de criminosos) foram pintadas com fósforo, e iluminam. Esculturas de touros alados e tijolos inscritos com diversos caracteres com pontas de flecha sobre as paredes. Uma corrente de ossos de elefante coberta com sua pele envolve o médico, que está vestido como antes em um longo manto negro coberto com personagens misteriosos. Em sua cabeça há um alto gorro cônico de seda preta pontilhado de estrelas douradas. Em sua mão direita há uma varinha de dentes humanos amarrados juntos, na esquerda um “livro” de folhas de palmeira encapadas de prata, na parte de trás da sala há uma cortina preta velando completamente sua segunda parte. Essa cortina é coberta por caracteres cabalísticos e imagens aterrorizantes em branco.

[Entra o servo de HERMES, um negro mais feio do que um macaco. Ele é extremamente alto e magro; seu corpo é vergado para a frente, de modo que seus braços quase tocam o chão. Ele está vestido com um terno escarlate bem justo, e usa um gorro vermelho, ele faz reverência profunda.]

HERMES

Fale, Hanuman!

HANUMAN

Uma senhora.

[HERMES acena seriamente.
HANUMAN sai.

HERMES

Abaoth! Abraxas! Pur! Put! Aeou! Thoth!

[Entra a SENHORA PSIQUE com uma serva.

Ee! Oo! Uu! Iao Sabaoth!
Cães do Inferno!
Balbuciante feitiço!
Vá! Vá! Vá!
Coma! Beba! Jante!
Uh! Aoth!
Abaoth!
Abraoth!
Sabaoth!
Lívido, relutante,
Obedeça o juramento!
Ah!

[Ele fecha o livro com um estalo.

Você veio até mim porque está atormentada
No amor.

PSIQUE

Quase que totalmente verdade, senhor!

HERMES

Ah! você é grega!

PSIQUE

Como você mesmo, senhor.

HERMES

Então eu perdi
Minhas dores. Não precisa ter medo de falar.
Eu a tomei por um tolo. Ó! véu, divida!

[HANUMAN aparece e coloca sua mão em uma corda.

As coisas são muito mais agradáveis do outro lado.

[O médico joga fora a sua capa e seu chapéu, seu cabelo branco bagunçado e sua velha barba, parecendo como um jovem, vestido à moda; ao mesmo tempo, a cortina se abrindo revela um quarto mobiliado com o luxo de um homem do mundo. Uma sacada baixa de mármore na parte de trás dá uma visão da cidade e das curvas do rio Tigre ao longe no horizonte, onde turvas montanhas azuis demarcam o horizonte.]

 [O doutor conduz a sua cliente a um sofá, onde se sentam.

HERMES

Traga o velho Chiano, Hanuman!

[O negro obedece.

Essa piada
É a forma aceita de assustar o povo;
E se eles estão com medo, eles podem encontrar a confiança
Que é metade da cura. A maioria das pessoas não têm nenhum sentido.
Se eles apenas suassem, tomassem banho, comessem devagar,
Bebessem menos, pensassem mais, a sanguessuga morreria de fome ou partiria.
Mas eles preferem deboche, doença,
Enemas, drogas, filtros, imundície, e pagar taxas!
Agora, então, aos negócios!

PSIQUE

Diga-me como você adivinhou que
Era meu coração que se encontrava em dificuldades!

HERMES

Eu sempre canto a uma mulher somente essa música;
Em 20 anos eu nunca estive errado.
Vendo-me assim maravilhosamente sábio,
A veneração segue a surpresa:
Às vezes eles farão o que eu recomendo!

PSIQUE

Eu percebo. Você tem conhecimento de verdade.

HERMES

Que não é aprendido na faculdade!

PSIQUE

Bom; você é meu homem. Eu vim da Grécia,
Onde os deuses vivem e nos amam, aflita
Com o meu marido perdido. Eu o encontrei aqui,
Mas com a sua memória perdida, sua mente perturbada,
Vivendo no luxo com uma cortesã
(Eu poderia perdoá-lo disso se ele me reconhecesse),
Repleto de um medo cego irracional de
Sabe-se lá o que? Ele é assombrado pelo fantasma de um rei.

HERMES

Os médicos devem saber de tudo:
Metade da noite queima a vela da aprendizagem
Metade do dia se dedica ao escândalo.
Aqui está o prejuízo do assunto
Que eu aprendi na maior parte com o último!
Ontem fiz uma visita
À bela ... Astarte, não é?
Vi a cozinha e o armário,
Deduzi a alimentação a partir do depósito,
Vi onde bicho-da-seda se juntou com o cisne
Para fazer uma cama sobre a qual dormir,
Vi a multidão de patifes servis
Que tornaram escravos seus senhores,
Vi Astarte – diagnostiquei
O que lhe tinha feito ver um fantasma!

PSIQUE

Você pode curá-lo?

HERMES

Em minha pressa
(E não era uma preocupação antinatural
Em nome do manjar de lagostas)
Eu até esqueci o meu dever
De mencionar a beleza
O quê ... bem! aqui está o resumo do assunto!
Exatamente o que eu pensava disso.
Tempestades, pelas barbatanas de Oannes!

PSIQUE

Lamentou que houvesse te chamado?

HERMES

Tanto que eu tenho dúvidas
Se ele não iria me expulsar para fora!

PSIQUE

Então ele não ouvirá o seu conselho?

HERMES

Não, propus que ele vivesse sobre as tasneirinhas;
Mas o pouco atrito social
Interferiu com a prescrição.

PSIQUE

Então não há esperança?

HERMES

Ouça-me!
Podemos dominá-lo pelo seu medo!
De alguma forma, ainda podemos planejar
Que ele veja o Rei, e viva!
Você tem influência?

PSIQUE

Na Corte?
Muita, em última instância.
Cartas de seu suserano!

HERMES

Então você está em grande favor?

PSIQUE

Sim, isso não precisa ser jurado;
Eu sou sua própria filha.

HERMES

Está em teu sangue a centelha divina
Do Olimpo?

PSIQUE

De fato, está!

HERMES

Então ouça! Na Hora dos Medos
Quando o Leão senhoril ruge
No meio do céu a sua ampla perdição
Violentamente vívida, sacode sua juba
Majestosa, e a Serpente e o Touro
Iluminarem o horizonte, e o cheio
Fogo da lua encimar o céu, e cavalgar
As estrelas, enquanto Marte queima brutamente,
E Vênus brilha, e Júpiter
A ameaça através do céu montado sobre ela,
Então, desacompanhado, que o rei
Pressione a pequena fonte secreta
Que guarda o jardim, e entrando
Ponha uma vez a mão sobre ele, mesmo
Enquanto nos braços brancos de seu céu,
Ele desmaie no sono. Essas conjurações terríveis
Da bruxaria selvagem de sua mulher
Esse raio chocante de verdade lascará
O pinheiro do inverno de sua alma.
Então tu deves em seguida gritar uma vez o
Nome dele; da mesma forma que do eclipse o esplendor
Supremo do sol nasce, a sua visão
Saltará para a luz.

PSIQUE

Saltará para a luz!
Mestre, como pagar esta sabedoria?

HERMES

Eu prestei juramento ao teu pai – Não!
Não chores e não te ajoelhes! Veja, minha arte

[As duas outras servas são vistas, paradas, por suas colegas.]

Operou tal maravilha em teu coração.
Isso – veja!

PSIQUE

Ah! Pistis, Elpis! Como
Vocês estão aqui? Você não estavam comigo agora!
Você fugiram de mim. As Cárites só vem
Através desses sonhos negros.

HERMES

Adeus! Proclame
Por minha recompensa o sucesso de minha arte.
Mais do que você precisa de felicidade.

PSIQUE

Adeus, e prospere grandemente!

[Ela sai com suas servas.

HERMES

E tu, viva alta e imponente
Em glória e status dez vezes
Aquilo que tu tens de idade!

[Ele fecha a cortina.


Traduzido por Alan Willms

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