Os nomes de Deus formam ainda outra proteção. O Magista pode escolher que nomes usará; mas cada nome deveria de alguma forma simbolizar a sua Obra em método e consecução. É impossível entrar aqui por completo neste assunto; a descoberta ou construção de nomes apropriados poderia ocupar o mais instruído Qabalista durante muitos anos.
Estas nove Lâmpadas eram originalmente velas feitas de gordura humana, a gordura de inimigos mortos[3] pelo Magista; elas assim serviam de aviso a qualquer força hostil daquilo que poderia esperar se causasse incômodo. Hoje em dia tais velas são difíceis de conseguir; e é talvez mais fácil usar cera de abelha. O mel foi tomado pelo Magista; nada resta do trabalho de todas essas hostes de abelhas senão a mera casca, o combustível da luz. Esta cera de abelha é também usada na construção do Pantáculo, e isto forma um elo entre os dois símbolos. O Pantáculo é o alimento do Magus: ele renuncia a parte deste para dar luz àquilo que está fora. Pois estas luzes são hostis à intrusão apenas em aparência; elas servem para iluminar o Círculo e os Nomes de Deus, e assim exibem os primeiros e mais externos símbolos da iniciação à visão dos profanos.
Estas velas estão de pé sobre pentagramas, que simbolizam Geburah, severidade, e dão proteção; mas que também representam o microcosmo, os quatro elementos coroados pelo Espírito, a Vontade do Homem tornada perfeita em sua aspiração ao Alto. Elas são colocadas fora do Círculo para atrair as forças hostis, para dar-lhes o primeiro vislumbre da Grande Obra, que também elas devem algum dia executar.
As Dez Sephiroth são as Dez Unidades. Em um certo sistema de classificação (veja-se “777”) elas são arranjadas de tal forma, e várias ideias lhe são atribuídas de tal maneira, que elas podem ter qualquer significado. Quanto mais soubermos, mais significados estes números terão para nós. ↩︎
Alguns magistas preferem sete lâmpadas, para os sete Espíritos de Deus que estão diante do Trono. Cada lâmpada está colocada em um heptagrama, e em cada ângulo do heptagrama está uma letra, de forma que os sete nomes (veja-se Equinox I (7)) são assim soletrados. Mas isto é um simbolismo bem diferente. Naturalmente, no trabalho especializado ordinário, o número das lâmpadas depende da natureza da obra: e.g., três para trabalhos de Saturno, oito para trabalhos de Mercúrio, e assim por diante. ↩︎
Ou, algumas vezes, de “criancinhas estranguladas ao nascer”, isto é, pensamentos aniquilados antes que pudessem assomar à consciência. ↩︎
Traduzido por Marcelo Ramos Motta (Frater Ever). Revisado por Frater ΑΥΜΓΝ.