Liber Samekh Theurgia Goetia Summa (Congressus Cum Dæmone)
O Ritual empregado pela Besta 666 para a Consecução do Conhecimento e Conversação de seu Santo Anjo Guardião durante o Semestre de Sua realização da Operação da Magia Sagrada de Abramelin o Mago.
Liber Samekh
Theurgia Goetia Summa
(Congressus Cum Dæmone)
sub figurâ DCCC
Publicação Oficial da A∴A∴ em Classe D para o Grau de Adeptus Minor.
Sendo o Ritual empregado pela Besta 666 para a Consecução do Conhecimento e Conversação de seu Santo Anjo Guardião durante o Semestre de Sua realização da Operação da Magia Sagrada de Abramelin o Mago.
(Preparado em An XVII ☉ em ♍ na Abadia de Thelema em Cephalædium pela Besta 666 à serviço de Frater Progradior)
Ponto I
Evangelii Textus Redactus
A Invocação
Magicamente restaurada, com o significado dos
Nomes Bárbaros
Etimologicamente ou Cabalisticamente
determinados e parafraseados em português.
Seção A.
O Juramento.
1. A Ti eu invoco, o Não Nascido.
2. A Ti, que criaste a Terra e os Céus.
3. A Ti, que criaste a Noite e o Dia.
4. A Ti, que criaste a escuridão e a Luz.
5. Tu és ASAR UN-NEFER (“Eu mesmo tornado Perfeito”):
A quem nenhum homem viu a qualquer momento.
6. Tu és IA-BESZ (“a Verdade na Matéria”).
7. Tu és IA-APOPHRASZ (“a Verdade no Movimento”).
8. Tu distinguiste entre o Justo e o Injusto.
9. Tu fizeste a Fêmea e o Macho.
10. Tu produziste as Sementes e os Frutos.
11. Tu formaste Homens para amarem uns aos outros, e odiarem uns aos outros.
Seção Aa.
1. Eu sou ANKH-F-N-KHONSU teu Profeta, a Quem Tu confiaste Teus Mistérios, as Cerimônias de KHEM.
2. Tu produziste o úmido e o seco, e aquilo que nutre toda a Vida criada.
3. Ouvi-me, pois eu sou o Anjo de PTAH-APO-PHRASZ-RA (vide a Rubrica): este é Teu Verdadeiro Nome, transmitido aos Profetas de KHEM.
Seção B.
Ar
Ouvi-Me: –
AR | “Ó Sol que respira, que flui!” |
ThIAF[1] | “Ó Sol IAF! Ó Sol Leão-Serpente, A Besta que rodopia adiante, um raio, procriador da Vida!” |
RhEIBET | “Tu que fluis! Tu que vais!” |
A-ThELE-BER-SET | “Tu Hadith Satã-Sol que vais sem Vontade!” |
A | “Tu Ar! Respiração! Espírito! Tu sem limite ou laço!” |
BELAThA | “Tu Essência, Ar que Vaporiza rápido, Elasticidade!” |
ABEU | “Tu Andarilho, Pai de Tudo!” |
EBEU | “Tu Andarilho, Espírito de Tudo!” |
PhI-ThETA-SOE | “Tu Força Brilhante da Respiração! Tu Sol Leão-Serpente! Tu Salvador, salve!” |
IB | “Tu Íbis, solitário Pássaro secreto, Sabedoria inviolada, cuja Palavra é a Verdade, criando o Mundo por sua Magick!” |
ThIAF | “Ó Sol IAF! Ó Sol Leão-Serpente, A Besta que rodopia adiante, um raio, procriador da Vida!” |
(A concepção é do Ar, brilhante, habitado por uma Ave Solar-Fálica, “o Espírito Santo”, de uma Natureza Mercurial.)
Ouvi-me e tornai todos os Espíritos sujeitos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter: sobre a Terra e debaixo da Terra, na terra seca e na água; do Ar Rodopiante e do Fogo Impetuoso, e todo Feitiço e Flagelo de Deus possam ser obedientes a Mim.
Seção C.
Fogo.
Eu Te invoco, o Deus Terrível e Invisível: Que habita no Lugar Vazio do Espírito: –
AR-O-GO-GO-RU-ABRAO | “Tu Sol espiritual! Satã, Tu Olho, Tu Luxúria! Bradai em voz alta! Bradai em voz alta! Gire a Roda, Ó meu pai, ó Satã, ó Sol!” |
SOTOU | “Tu, o Salvador!” |
MUDORIO | “Silêncio! Dá-me o Teu Segredo!” |
PhALARThAO | “Me dê sucção, Tu Falo, Tu Sol!” |
OOO | “Satã, Tu Olho, Tu Luxúria!” “Satã, Tu Olho, Tu Luxúria!” “Satã, Tu Olho, Tu Luxúria!” |
AEPE | “Tu auto causado, autodeterminado, exaltado, Altíssimo!” |
O Não Nascido. (Vide supra).
(A concepção é do Fogo, brilhante, habitado por um Leão Solar-Fálico de natureza Uraniana.)
Ouvi-me e tornai todos os Espíritos sujeitos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter: sobre a Terra e debaixo da Terra, na terra seca e na água; do Ar Rodopiante e do Fogo Impetuoso, e todo Feitiço e Flagelo de Deus possam ser obedientes a Mim.
Seção D.
Água.
Ouvi-me: –
RU-ABRA-IAF[2] | “Tu a Roda, tu o Ventre, que contém o Pai IAF!” |
MRIODOM | “Tu o Mar, a Morada!” |
BABALON-BAL-BIN-ABAFT | “Babalon! Tu Mulher da Prostituição!” “Tu, Portão do Grande Deus ON! Tu Senhora da Compreensão dos Caminhos!” |
ASAL-ON-AI | “Salve Tu, o não agitado! Salve, irmã e noiva de ON, do Deus que é tudo e é nenhum, pelo Poder dos Onze!” |
APhEN-IAF | “Tu Tesouro de IAO!” |
I | “Tu Virgem de duplo sexo! Tu Semente Secreta! Tu Sabedoria inviolável!” |
PhOTETh | “Morada da Luz …………….. |
ABRASAX | “…… do Pai, o Sol, de Hadith, do feitiço do Êon de Hórus!” |
AEOOU | “Nossa Senhora do Portão Ocidental do Céu!” |
ISChURE | “Poderoso és Tu!” |
Poderoso e Não Nascido! (Vide Supra)
(A concepção é da Água, brilhante, habitada por um Dragão-Serpente Solar-Fálico, de natureza Netuniana.)
Ouvi-me e tornai todos os Espíritos sujeitos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter: sobre a Terra e debaixo da Terra, na terra seca e na água; do Ar Rodopiante e do Fogo Impetuoso, e todo Feitiço e Flagelo de Deus possam ser obedientes a Mim.
Seção E.
Terra.
Eu Te invoco: –
MA | “Ó Mãe! Ó Verdade!” |
BARRAIO | “Tu Massa[3]!” |
IOEL | “Salve, Tu que és!” |
KOThA | “Tu oco!” |
AThOR-e-BAL-O | “Tu, Deusa da Beleza e do Amor, a quem Satã, contemplando, deseja!” |
ABRAFT | “Os Pais, macho-fêmea, desejam-Te!” |
(A concepção é da Terra, brilhante, habitada por um Hipopótamo[4] Solar-Fálico de natureza Venusiana.)
Ouvi-Me: e tornai todos os Espíritos sujeitos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter: sobre a Terra e debaixo da Terra, na terra seca e na água; do Ar Rodopiante e do Fogo Impetuoso, e todo Feitiço e Flagelo de Deus possam ser obedientes a Mim.
Seção F.
Espírito.
Ouvi-Me: –
AFT | “Espíritos Macho-Fêmea!” |
ABAFT | “Ancestrais Macho-Fêmea!” |
BAS-AUMGN | “Vós que sois Deuses, indo em frente, pronunciando AUMGN. (A Palavra que sai de (A) Respiração Livre. (U) através de Respiração Desejada. (M) e Respiração interrompida. (GN) para Respiração Contínua. simbolizando assim todo o curso da vida espiritual. A é o Herói sem forma; U é o som solar sêxtuplo da vida física, o triângulo da Alma sendo entrelaçado com o do Corpo; M é o silêncio da “morte”; GN é o som nasal de geração & do conhecimento.) |
ISAK | “Ponto idêntico!” |
SA-BA-FT | “Nuith! Hadith! Ra-Hoor-Khuit!” “Salve, Grande Besta Selvagem!” “Salve, I A O!” |
Seção Ff.
1. Este é o Senhor dos Deuses:
2. Este é o Senhor do Universo:
3. Este é Aquele a quem os Ventos temem.
4. Este é Aquele que, tendo feito a Voz por Seu mandamento, é o Senhor de todas as Coisas; Rei, Governante e Amparador. Ouvi-Me e tornai todos os Espíritos sujeitos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter: sobre a Terra e debaixo da Terra, na terra seca e na água; do Ar Rodopiante e do Fogo Impetuoso, e todo Feitiço e Flagelo de Deus possam ser obedientes a Mim.
Seção G.
Espírito.
Ouvi-Me: –
IEOU | “Sol que habita em Mim Mesmo” |
PUR | “Tu Fogo! Tu iniciador da Estrela Sêxtupla cercado de Força e Fogo!” |
IOU | “Alma que habita em Mim Mesmo” |
PUR | (Vide Supra) |
IAFTh | “Sol-leão Serpente, salve! Todos Salvem, tu Grande Besta Selvagem, tu I A O!” |
IAEO | “Respirações de minha Alma, respirações de meu Anjo.” |
IOOU | “Luxúria de minha alma, luxúria de meu Anjo!” |
ABRASAX | (Vide Supra). |
SABRIAM | “Ô para o Sangraal! Ô para a Taça de Babalon! Ô para meu Anjo derramando-Se em minha Alma!” |
OO | “O Olho! Satã, meu Senhor! A Luxúria do bode!” |
FF | “Meu Anjo! Meu iniciador! Tu um comigo – a Estrela Sêxtupla!” |
AD-ON-A-I[5] | “Meu Senhor! Meu self secreto além do self, Hadith, Pai de Tudo! Salve, ON, tu Sol, tu Vida do Homem, tu Espada Quíntupla da Chama! Tu Bode exaltado na Terra em Luxúria, tu Cobra esticada sobre a Terra em Vida! Espírito santíssimo! Semente mais Sábia! Bebê Inocente. Donzela Inviolada! Procriador do Ser! Alma de todas as Almas! Palavra de todas as Palavras, Vem, Luz mais oculta!” |
EDE | “Devora-me!” |
EDU | “Tu me devoras!” |
ANGELOS TON ThEON | “Tu Anjo dos Deuses!” |
ANLALA | “Erga-te em Mim, fluindo livremente, Tu que és Nada, que és Nada, e profira tua Palavra!” |
LAI | “Eu também sou Nada! Eu Te Quero! Eu Te contemplo! Meu nada!” |
GAIA | “Salte, tu Terra!” (Esse também é um apelo agonizante à Terra, a Mãe; pois neste ponto da cerimônia o Adepto deve ser arrancado de seus apegos mortais, e morrer para si mesmo no orgasmo de sua operação[6].) |
AEPE | “Tu o Exaltado! Ele (isto é, o ‘sêmen’ espiritual, as ideias secretas do Adepto, atraídas irresistivelmente de seu ‘Inferno’[7] pelo amor de seu Anjo) salta para cima; ele salta para frente[8]!” |
DIATHARNA THORON | “Eis! o respingo das sementes da Imortalidade” |
Seção Gg.
A Consecução.
1. Eu sou Ele! o Espírito Não Nascido! tendo visão nos pés: Forte, e o Fogo Imortal!
2. Eu sou Ele! a Verdade!
3. Eu sou Ele! Que odeia que o mal deva ser feito no Mundo!
4. Eu sou Ele, que relampeia e troveja!
5. Eu sou Ele, de quem provém em Abundância a Vida da Terra!
6. Eu sou Ele, cuja boca sempre flameja!
7. Eu sou Ele, o Criador e Manifestador à Luz!
8. Eu sou Ele, a Graça dos Mundos!
9. “O Coração Cingido com uma Serpente” é meu nome!
Seção H.
O “Comando ao Espírito”.
Vinde, e me segui: e tornai todos os Espíritos sujeitos a Mim; de modo que todo Espírito do Firmamento e do Éter: sobre a Terra e debaixo da Terra, na terra seca e na água; do Ar Rodopiante e do Fogo Impetuoso, e todo Feitiço e Flagelo de Deus possam ser obedientes a mim!
Seção J.
A Proclamação da Besta 666.
IAF : SABAF[9]
Tais são as Palavras!
Ponto II
Ars Congressus Cum Dæmone.
Seção A
Que o Adeptus Minor esteja de pé neste círculo no quadrado de Tiphereth, armado com sua Varinha e sua Taça; mas que ele execute todo o Ritual em seu Corpo de Luz. Ele pode queimar os Bolos de Luz, ou o Incenso de Abramelin; ele pode ser preparado pelo Liber CLXXV, pela leitura do Liber LXV e pelas práticas do Yoga. Ele pode invocar Hadit por “vinho e drogas estranhas” se assim o desejar[10]. Ele prepara o círculo pelas fórmulas habituais de Banimento e Consagração, etc.
Ele recita a Seção A como uma encenação diante de Seu Santo Anjo Guardião dos atributos daquele Anjo. Cada frase deve ser percebida com plena concentração de força, de modo a tornar o Samādhi o mais perfeitamente possível sobre a verdade proclamada.
Linha 1
Ele identifica seu Anjo com o Ain Soph, e o Kether deste; uma formulação de Hadit no Corpo sem limites de Nuith.
Linhas 2, 3, 4
Ele afirma que Seu Anjo criou (com o propósito de autorrealização através da projeção na Forma condicionada) três pares de opostos: (a) O Fixo e o Volátil; (b) O Não Manifestado e o Manifestado; e (c) o Imóvel e o Móvel. Doutra forma, o Negativo e o Positivo em relação à Matéria, Mente e Movimento.
Linha 5
Ele aclama seu Anjo como “Ele Mesmo Tornado Perfeito”; acrescentando que esta Individualidade é inescrutável e inviolável. No Ritual Neófito da G∴D∴ (Conforme está impresso no Equinox I, II, para o velho êon) o Hierofante é Osíris tornado perfeito, que leva o candidato, o Osíris natural, à identidade consigo mesmo. Mas no novo Êon o Hierofante é Hórus (Liber CCXX, I, 49), portanto o Candidato também será Hórus. Então qual é a fórmula da iniciação de Hórus? Não será mais aquela do Homem, através da Morte. Será o crescimento natural da Criança. Suas experiências não serão mais consideradas catastróficas. Seu hieróglifo é o Louco: o inocente e impotente Bebê Harpócrates se torna o Hórus Adulto ao obter a Varinha. “Der reine Thor” captura a Lança Sagrada. Baco se torna Pã. O Santo Anjo Guardião é o Self Inconsciente da Criatura – o Falo Espiritual. Seu Conhecimento e Conversação contribuem para a puberdade oculta. Portanto, é aconselhável substituir o nome de Asar-Un-nefer pelo de Ra-Hoor-Khuit no início, e depois pelo do seu próprio Santo Anjo Guardião quando este tiver sido comunicado.
Linha 6
Ele O saúda como BESZ, a Matéria que destrói e devora a Divindade, com o propósito da Encarnação de qualquer Deus.
Linha 7
Ele O saúda como APOPHRASZ, o Movimento que destrói e devora a Divindade, com o propósito da Encarnação de qualquer Deus. A ação combinada desses dois DEMÔNIOS serve para permitir que o Deus a quem eles rapinam entre no gozo da existência através do Sacramento da “Vida” (Pão – a carne de BESZ) e “Amor” (Vinho – o sangue ou veneno de APOPHRASZ) divididos.
Linha 8
Ele aclama Seu Anjo como tendo “comido do Fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”; doutra forma, tendo se tornado sábio (na Díade, Chokmah) para apreender a fórmula do Equilíbrio que agora é a Sua própria, sendo capaz de dedicar-Se com precisão ao Seu ambiente autodesignado.
Linha 9
Ele aclama Seu Anjo como tendo estabelecido a Lei do Amor como a fórmula Mágica do Universo, para que Ele possa resolver o fenomenal novamente em sua fase numêna, unindo quaisquer dois opostos em paixão extática.
Linha 10
Ele aclama Seu Anjo como tendo designado que esta fórmula de Amor deve efetuar não apenas a dissolução da separatividade dos Amantes em Sua própria Divindade impessoal, mas a sua coordenação em uma “Criança” quintessencializada de seus pais para constituir uma ordem de Ser superior à deles, de modo que cada geração é um progresso alquímico em direção à perfeição na direção de sucessivas complexidades. Tal como a Linha 9 afirma Involução, a Linha 10 afirma Evolução.
Linha 11
Ele aclama Seu Anjo como tendo concebido este método de autorrealização; o objetivo da Encarnação é obter suas reações às suas relações com outros Seres encarnados e observar as deles uns com os outros.
Seção Aa.
Linha 1
O Adepto afirma seu direito de entrar em comunicação consciente com Seu Anjo, com base no fato de que o Próprio Anjo lhe ensinou a Magia Secreta através da qual ele pode estabelecer o elo apropriado. “Mosheh” é M H, a formação em Jechidah, Chiah, Neshamah, Ruach, – As Sephiroth de Kether a Yesod – já que 45 é Σ1-9 enquanto Sh, 300, é Σ1-24, o qual sobre adiciona a estes Nove Quinze números extra. (Consulte em Liber D, os significados e correspondências de 9, 15, 24, 45, 300, 345.)
45 é, além disso, A D M, homem. Assim “Mosheh” é o nome do homem como uma Forma que oculta Deus. Mas no Ritual que o Adepto substitua este “Mosheh” pelo seu próprio mote como Adeptus Minor. Para “Ishrael” que ele prefira sua própria Raça Mágica, de acordo com as obrigações de seus Juramentos à Nossa Santa Ordem! (A Própria Besta 666 usou “Ankh-f-n-khonsu” e “Khem” nesta seção.)
Linha 2
O Adepto lembra seu Anjo que Ele criou Aquela Substância da qual Hermes escreveu na Tábua de Esmeralda, cuja virtude é unir em si todos os modos opostos do Ser, para assim servir como um Talismã carregado com a Energia Espiritual da Existência, um Elixir ou Pedra composto da base física da Vida. Esta Comemoração é colocada entre os dois apelos pessoais ao Anjo, como que para reivindicar o privilégio de comungar desta Eucaristia que cria, sustenta e redime todas as coisas.
Linha 3
Ele agora afirma que ele mesmo é o “Anjo” ou mensageiro de seu Anjo; isto é, que ele é uma mente e um corpo cuja função é receber e transmitir a Palavra de seu Anjo. Ele saúda seu Anjo não apenas como “un-nefer” a Perfeição do próprio “Asar” como um homem, mas como Ptah-Apophrasz-Ra, a identidade (Hadit) envolvida no Dragão (Nuit) e assim manifestada como um Sol (Ra-Hoor-Khuit). O “Ovo” (ou Coração) “cingido com uma Serpente” é um símbolo cognato; a ideia é assim expressa mais tarde no ritual. (Consulte Liber LXV, que expande isso ao máximo).
Seção B
Agora nas seções que seguem, de B a Gg, o Adepto passa da contemplação à ação. Ele deve viajar astralmente ao redor do círculo, fazendo os pentagramas, sigilos e sinais adequados. Sua direção é anti-horária. Assim ele faz três curvas, cada uma cobrindo três quartos do círculo. Ele deveria dar o sinal do Entrante ao passar pela Kiblah, ou Direção de Boleskine. Isso pega a força naturalmente irradiando daquele ponto[11] e a projeta na direção do caminho do Magista. Os sigilos são aqueles dados no Equinox Vol. I, nº 7, Figura X fora do quadrado; os sinais mostrados no Vol. I, No. 2, Figura “Os Sinais dos Graus”. Nestas invocações ele deve expandir seu perímetro e sua estatura ao máximo[12], assumindo a forma e a consciência do Deus Elemental do quadrante. Depois disso, ele começa a vibrar os “Nomes Bárbaros” do Ritual.
Agora, que ele não só preencha todo o seu ser ao máximo com a força dos Nomes; mas que ele também formule sua Vontade, entendida completamente como o aspecto dinâmico de seu Self Criativo, em uma aparência simbolicamente adequada, eu não digo na forma de um Raio de Luz, ou de uma Espada de Fogo, nem de nada a não ser o Veículo corpóreo do Espírito Santo que é sagrado para BAPHOMET, por sua virtude que oculta o Leão e a Serpente para que Sua Imagem possa aparecer adoravelmente sobre a Terra para sempre.
Então que o Adepto estenda sua Vontade para além do Círculo nesta Forma imaginada e que ele a irradie com a Luz apropriada para o elemento invocado, e que cada Palavra emita ao longo do Feixe com impulso apaixonado, como se sua voz comandasse que ela se impulsionasse pulando para a frente. Também que cada Palavra acumule autoridade, de modo que a Ponta do Feixe possa mergulhar duas vezes mais distante com a Segunda Palavra do que foi com a Primeira, e Quatro Vezes para a Terceira comparada à Segunda, e assim até o fim. Além disso, que o Adepto lance toda a sua consciência para lá. Então, na Palavra final, que ele traga sua Vontade com ímpeto de volta para dentro de si, fluindo continuamente, e que ele se ofereça a seu ponto, como Ártemis a Pã, para que essa concentração perfeitamente pura do Elemento o purifique completamente, e o possua com sua paixão.
Neste Sacramento sendo totalmente um com esse Elemento, que o Adepto expresse o Comando “Ouvi-me, e faça”, etc. com forte senso de que esta unidade com aquele quadrante do Universo lhe confere a mais completa liberdade e privilégio inerente a ele.
Que o Adepto observe as palavras do Comando. O “Firmamento” é o Ruach, o “plano mental”; é o reino de Shu, ou Zeus, onde gira a Roda dos Guṇas, as Três formas[13] do Ser. O Æthyr é o “akasha”, o “Espírito”, o Éter da física, que é a estrutura sobre a qual todas as formas são fundadas; ele recebe, registra e transmite todos os impulsos sem sofrer mutação por meio disso. A “Terra” é a esfera na qual a operação dessas forças “fundamentais” e etéricas aparece à percepção. “Debaixo da Terra” é o mundo desses fenômenos que dão forma a essas projeções percebidas e determinam seu caráter particular. “Terra seca” é o lugar de “coisas materiais” mortas, secas (ou seja, incognoscíveis) porque são incapazes de agir em nossas mentes. “Água” é o veículo pelo qual sentimos tais coisas; “ar” seu mênstruo, onde esses sentimentos são mentalmente apreendidos. Ele é chamado de “rodopiante” por causa da instabilidade do pensamento, e da fatuidade da razão, dos quais ainda dependemos para o que chamamos de “vida”. “Fogo Impetuoso” é o mundo em que o pensamento errante queima em veloz Vontade. Esses quatro estágios explicam como o Não-Ego é transmutado no Ego. Um “Feitiço” de Deus é qualquer forma de consciência, e um “Flagelo” qualquer forma de ação.
O Comando, como um todo, exige do Adepto o controle de cada detalhe do Universo que Seu Anjo criou como um meio de manifestar a Si para Si. Abrange o comando da projeção primária do Possível na individualidade, no artifício antitético que é o dispositivo da Mente, e numa triplicidade equilibrada de modos ou estados de ser cujas combinações constituem as características do Cosmos. Inclui também um padrão de estrutura, uma rigidez para tornar a referência possível. Sobre esses fundamentos de condição que não são coisas em si, mas o cânone ao qual as coisas se conformam, é construído o Templo do Ser, cujos materiais são eles mesmos perfeitamente misteriosos, inescrutáveis como a Alma, e como a Alma imaginando a si mesmos por símbolos que podemos sentir, perceber e adaptar ao nosso uso sem nunca sabermos toda a Verdade sobre eles. O Adepto resume todos esses itens reivindicando autoridade sobre toda forma de expressão possível à Existência, seja um “feitiço” (ideia) ou um “flagelo” (ato) de “Deus”, isto é, de si mesmo. O Adepto deve aceitar todo “espírito”, todo “feitiço”, todo “flagelo", como parte de seu ambiente, e torná-los todos “sujeitos” a ele mesmo; ou seja, considerá-los como causas contributivas de si mesmo. Eles fizeram dele o que ele é. Eles correspondem exatamente às suas próprias faculdades. Eles são todos – em última análise – de igual importância. O fato de ele ser o que é prova que cada item está equilibrado. O impacto de cada nova impressão afeta todo o sistema na devida medida. Ele deve, portanto, perceber que todo evento está sujeito a ele. Isso ocorre porque ele precisava disso. O ferro enferruja porque as moléculas exigem oxigênio para a satisfação de suas tendências. Elas não anseiam por hidrogênio; portanto, a combinação com esse gás é um evento que não acontece. Todas as experiências contribuem para nos tornar completos em nós mesmos. Sentimo-nos sujeitos a elas desde que deixemos de reconhecer isso; quando o fazemos, percebemos que elas estão sujeitas a nós. E sempre que nos esforçamos para fugir de uma experiência, seja ela qual for, nós, portanto, fazemos mal a nós mesmos. Nós frustramos nossas próprias tendências. Viver é mudar; e opor-se à mudança é revoltar-se contra a lei que promulgamos para governar nossas vidas. Ressentir o destino é, portanto, abdicar de nossa soberania e invocar a morte. De fato, nós decretamos a sentença da morte para cada violação da lei da vida. E todo fracasso em incorporar qualquer impressão deixa faminta aquela faculdade particular que precisava dela.
Esta Seção B invoca o Ar no Leste, com um raio dourado de glória.
Seção C.
Agora o adepto invoca o Fogo no Sul; de chama vermelha são os raios que explodem de seu Verendum.
Seção D.
Ele invoca a Água no Oeste, sua Varinha emitindo brilho azul.
Seção E.
Ele vai ao Norte para invocar a Terra; flores de chama verde brotam de sua arma. Conforme a prática torna o Adepto perfeito nesta Obra, torna-se automático anexar todas essas ideias e intenções complicadas às suas palavras e atos correlatos. Quando isso é alcançado, ele pode aprofundar-se na fórmula amplificando suas correspondências. Assim, ele pode invocar a água à maneira da água, estendendo sua vontade com movimento majestoso e irresistível, consciente de sua gravidade impulsiva, mas com uma aparência suave e tranquila de fraqueza. Mais uma vez, ele pode aplicar a fórmula da água ao seu propósito peculiar à medida que ela surge de novo em sua esfera, usando-a com habilidade consciente para a limpeza e acalmamento dos elementos receptivos e emocionais de seu caráter, e para a solução ou varredura daquelas ervas daninhas emaranhadas de preconceitos que impedem sua liberdade de agir como ele quiser. Aplicações semelhantes das invocações restantes ocorrerão ao Adepto que estiver pronto para usá-las.
Seção F.
O Adepto agora retorna ao quadrado de Tiphereth de seu Tau, e invoca o espírito, voltado para Boleskine, pelos Pentagramas ativos, o sigilo chamado de a Marca da Besta e os Sinais de L.V.X. (Veja a figura como antes). Então ele vibra os Nomes, estendendo sua vontade da mesma maneira que antes, mas verticalmente para cima. Ao mesmo tempo, ele expande a Fonte daquela Vontade – o símbolo secreto do Self – tanto acima dele quanto abaixo dele, como se para afirmar aquele Self, dupla como é sua forma, relutante em concordar com sua falha em coincidir com a Esfera de Nuith. Agora que ele imagine, na última Palavra, que a Cabeça de sua vontade, onde sua consciência está fixada, abre sua fenda (o Brahmarandhra-Cakra, na junção das suturas cranianas) e emana uma gota de orvalho cristalino claro, e que esta pérola é a sua Alma, uma oferenda virgem para seu Anjo, expelida do seu ser pela intensidade desta Aspiração.
Seção Ff.
Com estas palavras o Adepto não recolhe sua vontade dentro dele como nas Seções anteriores. Ele pensa nelas como um reflexo da Verdade sobre a superfície do orvalho, onde sua Alma se esconde tremendo. Ele as considera como a primeira formulação em sua consciência da natureza de Seu Santo Anjo Guardião.
Linha 1
Os “Deuses” incluem todos os elementos conscientes de sua natureza.
Linha 2
O “Universo” inclui todos os fenômenos possíveis dos quais ele pode estar consciente.
Linha 3
Os “Ventos” são seus pensamentos, que o impediram de alcançar seu Anjo.
Linha 4
Seu Anjo fez a “Voz”, a arma mágica que produz “Palavras”, e estas palavras têm sido a sabedoria pela qual Ele criou todas as coisas. A “Voz” é necessária como o elo entre o Adepto e seu Anjo. O Anjo é o “Rei”, Aquele que “pode”, a “fonte da autoridade e a fonte da honra”; também o Rei (ou Filho do Rei) que entrega a Princesa Encantada, e faz dela sua Rainha. Ele é “Governante”, a “Vontade inconsciente”; para não mais ser frustrado pela falsa vontade ignorante e caprichosa do homem consciente. E Ele é o “Amparador”, o autor do impulso infalível que envia a Alma ao longo dos céus em seu caminho apropriado com tal ímpeto que a atração de órbitas estranhas não é mais suficiente para desviá-la. Agora a cláusula “Ouvi-me” é pronunciada pela consciência humana normal, recolhida ao corpo físico; o Adepto deve deliberadamente abandonar sua consecução, porque ainda não é todo o seu ser que queima diante do Amado.
Seção G.
O Adepto, embora retirado, terá mantido a Extensão de seu Símbolo. Agora ele repete os sinais como antes, exceto que ele faz o Pentagrama Passivo de Invocação do Espírito. Ele concentra sua consciência dentro de seu Símbolo Gêmeo do Self, e esforça-se para colocá-lo para dormir. Mas se a operação for realizada adequadamente, seu Anjo terá aceitado a oferta de Orvalho, e tomado com fervor no símbolo estendido da Vontade em direção a Si. Isto então Ele agitará veementemente com vibrações de amor reverberando com as Palavras da Seção. Mesmo nos ouvidos físicos do adepto, ressoará um eco, mas ele não poderá descrevê-lo. Parecerá mais alto que o trovão e mais suave que o sussurro do vento noturno. Será ao mesmo tempo inarticulado e significará mais do que ele jamais ouviu.
Agora que ele lute com toda a força de sua Alma para resistir à Vontade de seu Anjo, escondendo-se na cela mais próxima da cidadela da consciência. Que ele se consagre para resistir ao ataque da Voz e da Vibração até que sua consciência desmaie em Nada. Pois se lá permanecer não-absorvido até mesmo um único átomo do falso Ego, esse átomo mancharia a virgindade do Verdadeiro Self e profanaria o Juramento; então esse átomo deve estar tão inflamado com a aproximação do Anjo que deve sobrecarregar o resto da mente, tiranizá-la, e se tornar um déspota insano para a ruína total do reino.
Mas, tudo estando morto para os sentidos, quem será capaz de lutar contra o Anjo? Ele intensificará o estresse de Seu Espírito para que Suas leais legiões de Leões-Serpentes saltem da emboscada, despertando o adepto para testemunhar a Vontade deles e varrê-lo com o entusiasmo deles, de forma que ele conscientemente comungue deste propósito, e veja em sua simplicidade a solução de todas as suas perplexidades. Assim, então, o Adepto deve estar ciente de que ele está sendo varrido através da coluna de seu Símbolo da Vontade, e que o Seu Anjo é, de fato, ele mesmo, com intimidade tão intensa que se torna identidade, e isso não em um único Ego, mas em todo elemento inconsciente que compartilha daquela ascensão múltipla.
Este arrebatamento é acompanhado por uma tempestade de luz brilhante, quase sempre, e também em muitos casos por uma explosão de som, estupenda e sublime em todos os casos, embora seu caráter possa variar dentro de amplos limites[14].
A onda de estrelas dispara da cabeça do Símbolo da Vontade, e se espalha pelo céu em galáxias cintilantes. Essa dispersão destrói a concentração do adepto, cuja mente não pode dominar tal multiplicidade de majestade; como regra, ele simplesmente se afunda chocado na normalidade, para não lembrar nada de sua experiência, senão uma vaga impressão vívida de completa liberação e arrebatamento inefável. A repetição o fortalece para perceber a natureza de sua consecução; e seu Anjo, o elo outrora criado, o frequenta e o treina sutilmente para ser sensível à sua Santa presença e persuasão. Mas pode ocorrer, especialmente após o sucesso repetido, que o Adepto não seja lançado de volta à sua mortalidade pela explosão da onda de Estrela, mas identificado com um “Leão-Serpente” em particular, continuando consciente por meio dele até encontrar seu lugar apropriado no Espaço, quando seu self secreto floresce como uma verdade, que o Adepto pode então levar de volta à Terra com ele.
Esta é apenas uma questão secundária. O principal objetivo do Ritual é estabelecer a relação do self subconsciente com o Anjo de tal maneira que o Adepto esteja ciente de que o seu Anjo é a Unidade que expressa a soma dos Elementos daquele Self, que sua consciência normal contém inimigos estranhos introduzidos pelos acidentes do ambiente, e que seu Conhecimento e Conversação de Seu Santo Anjo Guardião destrói todas as dúvidas e enganos, confere todas as bênçãos, ensina toda a verdade, e contém todos os deleites. Mas é importante que o Adepto não descanse na mera inexprimível realização de seu arrebatamento, mas desperte para fazer com que a relação se submeta à análise, para traduzi-la em termos racionais, e assim ilumine sua mente e coração em um sentido superior ao entusiasmo fanático como a música de Beethoven está para os tambores de guerra da África Ocidental.
Seção Gg.
O adepto deve ter percebido que seu Ato de União com o anjo implica (1) a morte de sua mente antiga, salvo na medida em que os seus elementos inconscientes preservam a sua memória quando eles a absorvem, e (2) a morte de seus próprios elementos inconscientes. Mas a morte deles é na verdade um avanço para renovar a vida através do amor. Ele então, pela compreensão consciente deles separadamente e em conjunto, torna-se o “Anjo” de seu Anjo, como Hermes é a Palavra de Zeus, cuja própria voz é Trovão. Assim, nesta seção, o adepto fala articuladamente tanto quanto as palavras podem, o que seu Anjo é para Si. Ele diz isso, com seu Scin-Laeca totalmente retirado em seu corpo físico, constrangendo o Seu Anjo a habitar em seu coração.
Linha 1
“Eu sou Ele” afirma a destruição do senso de separação entre o self e o Self. Afirma a existência, mas apenas da terceira pessoa. “O Espírito Não Nascido” está livre de todo o espaço, “tendo visão nos pés”, para que possa escolher seu próprio caminho. “Forte” é G B R, o Magista escoltado pelo Sol e pela Lua (Consulte Liber D e Liber 777). O “Fogo Imortal” é o Self criativo; energia impessoal não pode perecer, não importa que formas assuma. A combustão é o Amor.
Linha 2
“Verdade” é a relação necessária de quaisquer duas coisas; portanto, embora implique dualidade, nos permite conceber duas coisas como sendo uma tal coisa que requer ser definida por complementares. Assim, uma hipérbole é uma ideia simples, mas sua construção exige duas curvas.
Linha 3
O Anjo, como o adepto o conhece, é um ser de Tiphareth, que obscurece Kether. O Adepto não está oficialmente ciente das Sephiroth superiores. Ele não pode perceber, como o Ipsissimus, que todas as coisas são igualmente ilusórias e igualmente Absolutas. Ele está em Tiphareth, cuja função é Redenção, e ele deplora os eventos que causaram o Sofrimento aparente do qual ele acaba de escapar. Ele também está ciente, mesmo no auge de seu êxtase, dos limites e defeitos de sua Consecução.
Linha 4
Isso se refere aos fenômenos que acompanham sua Consecução.
Linha 5
Isto significa o reconhecimento do Anjo como o Verdadeiro Self do seu self subconsciente, a Vida oculta da sua vida física.
Linha 6
O Adepto percebe cada respiração, cada palavra do seu Anjo como se carregada de fogo criativo. Tiphareth é o Sol, e o Anjo é o Sol espiritual da Alma do Adepto.
Linha 7
Aqui está resumido todo o processo de trazer o Universo condicionado ao conhecimento de si mesmo através da fórmula da geração[15]; uma alma se implanta no corpo vestido-de-sentidos e na mente entravada-de-razão, torna-os conscientes de seu Prisioneiro, e assim participa de sua própria consciência da Luz.
Linha 8
“Graça” tem aqui o seu sentido próprio de “Agradabilidade”. A existência do Anjo é a justificação do dispositivo da criação[16].
Linha 9
Esta linha deve ser estudada à luz de Liber LXV (Equinox XI. p. 65).
Seção H.
Esta recapitulação exige o avanço do Adepto e do seu Anjo juntos “para satisfazer seu prazer na Terra entre os vivos”.
Seção J.
A Besta 666 tendo inventado o presente método de usar este Ritual, tendo provado por sua própria prática que ele é de poder infalível quando adequadamente executado, e agora tendo o escrito para o mundo, ele será um ornamento para o Adepto que o adotar para bradar Salve ao Seu nome no final de seu trabalho. Além disso, isso irá encorajá-lo na Magick, irá lembrá-lo que de fato houve Alguém que alcançou por seu uso o Conhecimento e Conversação de Seu Santo Anjo Guardião, o qual não o abandonou mais, mas fez Dele um Magus, a Palavra do Êon de Hórus!
Pois saiba isso, que o Nome IAF, em seu sentido mais secreto e poderoso, declara a Fórmula da Magia da BESTA, através da qual ela realizou muitas maravilhas. E porque ele quer que o mundo inteiro alcance esta Arte, Ele agora a oculta ali para que os dignos possam conquistar a Sua Sabedoria.
Que I e F encarem tudo[17]; no entanto que protejam A do ataque. O Eremita para si mesmo, o Tolo para os inimigos, O Hierofante para os amigos, Nove por natureza, Nada por consecução, Cinco por função. Rápido, sutil e secreto na fala; criativo, imparcial, sem limites no pensamento; gentil, paciente e persistente em ato. Hermes para ouvir, Dionísio para tocar, Pã para contemplar.
Uma Virgem, um Bebê, e uma Besta!
Um Mentiroso, um Idiota, e um Mestre dos Homens!
Um beijo, uma gargalhada, e um berro; aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça!
Pegue dez que são um, e um que é um em três, para escondê-los em seis!
Tua Varinha para todas as Taças, e teu Disco para todas as Espadas, mas não traias teu Ovo!
Além disso, também IAF veramente é 666 em virtude do Número; e este é um Mistério de Mistérios; Quem o sabe, é adepto de adeptos, e Poderoso entre Magistas!
Agora esta palavra SABAF, sendo por número Três vintenas e Dez[18], é um nome de Ayin, o Olho, e o Diabo nosso Senhor, e o Bode de Mendes. Ele é o Senhor do Sabá dos Adeptos, e é Satã, portanto também o Sol, cujo número da Magick é 666, o selo de Seu servo a BESTA.
Mas, novamente, SA é 61, AIN, o Nada de Nuith; BA significa ir, para HADIT; e F é seu Filho o Sol que é Ra – Hoor – Khuit.
Então que o Adepto coloque seu sigilo sobre todas as palavras que ele escreveu no Livro das Obras de sua Vontade.
E que ele termine tudo, dizendo: Tais são as Palavras[19]! Pois com isto ele faz a proclamação diante de todos os que estão ao redor de seu Círculo, que estas Palavras são verdadeiras e pujantes, amarrando o que ele amarraria, e soltando o que ele soltaria.
Que o Adepto execute este Ritual corretamente, perfeito em cada parte dele, uma vez por dia por uma lua, depois duas vezes, ao amanhecer e ao anoitecer, por duas luas, depois, três vezes, adicionando ao meio-dia, por três luas, depois, a meia-noite completando seu curso, por quatro luas quatro vezes por dia. Então que a Décima Primeira Lua seja totalmente consagrada a esta Obra; que ele seja imediato em ardor contínuo, descartando tudo exceto sua pura necessidade de comer e dormir[20]. Pois saibas que a verdadeira Fórmula[21] cuja virtude bastou à Besta nesta Consecução, foi esta:
INVOCAI COM FREQUÊNCIA[22]
Desta forma que todos os homens possam finalmente chegar ao Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guardião: assim diz a Besta, e ora a Seu próprio Anjo para que este livro seja como um Lampião aceso, e como uma Fonte viva, para Luz e Vida para aqueles que o lerem.
666
Ponto III
Scholion Sobre as Seções G & Gg
O Adepto que dominou este Ritual, percebendo com sucesso a plena importância deste arrebatamento controlado, não deve permitir que sua mente afrouxe seu domínio sobre as imagens astrais da Onda-de-Estrelas, do Símbolo da Vontade ou do Símbolo da Alma, ou mesmo que esqueça seu dever para com o corpo e o ambiente sensível. Nem deve omitir manter seu Corpo de Luz em contato próximo com os fenômenos de seu próprio plano, de modo que sua consciência privada possa cumprir suas funções próprias de proteger seus ideais dispersos da obsessão.
Mas ele deve ter adquirido, por prática anterior, a faculdade de desanexar esses elementos de sua consciência de seu centro articulado, de modo que eles se tornam (temporariamente) unidades responsáveis independentes, capazes de receber comunicações do quartel general à vontade, mas perfeitamente capazes (1) de tomar conta de si próprios sem incomodar seu chefe, e (2) reportar a ele no tempo apropriado. Em suma, eles devem ser como oficiais subordinados, dos quais se espera que demonstrem autoconfiança, iniciativa e integridade na execução das Ordens do Dia.
Portanto, o Adepto deveria ser capaz de confiar nestas suas mentes individuais para controlar suas próprias condições sem interferência de si pelo tempo necessário, e chamá-las de volta no devido momento, recebendo um relato preciso de suas aventuras.
Sendo assim, o Adepto estará livre para concentrar seu self mais profundo, aquela parte dele que inconscientemente ordena sua verdadeira Vontade, na realização de seu Santo Anjo Guardião. A ausência de suas consciências corporal, mental e astral é de fato fundamental para o sucesso, pois é a usurpação de sua atenção por elas que o tornou surdo à sua Alma e sua preocupação com os assuntos delas que o impediu de perceber essa Alma.
O efeito do Ritual foi de:
- mantê-las tão ocupadas com seu próprio trabalho que elas deixam de distraí-lo;
- separá-las tão completamente que sua alma é despojada de suas coberturas;
- despertar nele um entusiasmo tão intenso a ponto de intoxicá-lo e anestesiá-lo, para que ele não sinta e se ressinta da agonia dessa vivissecção espiritual, assim como os amantes tímidos se embriagam na noite de núpcias, para aplacar a intensidade da vergonha que tão misteriosamente coexiste com seu desejo;
- concentrar as forças espirituais necessárias de todo elemento, e lançá-las simultaneamente na aspiração em direção ao Santo Anjo Guardião; e
- atrair o Anjo pela vibração da voz mágica que invoca Ele.
Desta forma, o método do ritual é múltiplo.
Primeiramente há uma análise do Adepto, que lhe permite calcular seu curso de ação. Ele pode decidir o que precisa ser banido, o que precisa ser purificado, o que precisa ser concentrado. Então ele pode concentrar sua vontade sobre seu único elemento essencial, superando sua resistência – que é automática, como um reflexo fisiológico – destruindo inibições através de seu entusiasmo que avassala o ego[23]. A outra metade do trabalho não precisa de tal esforço complexo; pois seu Anjo é simples e direto, pronto em todos os momentos para responder à abordagem corretamente ordenada.
Mas os resultados do Ritual são diversos demais para permitir uma descrição rígida. Pode-se dizer que, supondo que a união seja perfeita, o Adepto não precisa reter qualquer memória do que ocorreu. Ele pode estar meramente ciente de uma lacuna em sua vida consciente, e julgar seu conteúdo observando que sua natureza foi sutilmente transfigurada. Tal experiência pode de fato ser a prova da perfeição.
Se o Adepto for consciente de seu Anjo, pode ser que parte de sua mente esteja preparada para perceber o arrebatamento e expressá-lo para si mesma de uma maneira ou de outra. Isto envolve a perfeição daquela parte, sua liberdade do preconceito e das assim chamadas limitações da racionalidade. Por exemplo: alguém pode não receber a iluminação quanto à natureza da vida que a doutrina da evolução deve lançar, se estiver persuadido de que a humanidade não é essencialmente animal, ou convencido de que a causalidade é repugnante à razão. O Adepto deve estar pronto para a destruição total de seu ponto de vista sobre qualquer assunto, e até mesmo de sua concepção inata das formas e leis do pensamento[24]. Assim, ele pode descobrir que seu Anjo considera que seus “negócios” ou seu “amor” são ninharias absurdas; também que as ideias humanas de “tempo” são inválidas, e que as “leis” humanas da lógica só são aplicáveis às relações entre ilusões.
Agora, o Anjo fará contato com o Adepto em qualquer ponto que for sensível à Sua influência. Tal ponto será naturalmente aquele que é saliente no caráter do Adepto, e também aquele que é, no sentido próprio da palavra, puro[25].
Assim um artista, em sintonia com a apreciação da beleza plástica, provavelmente receberá uma impressão visual de seu Anjo em uma forma física que é sublimemente quintessencial de seu ideal. Um músico pode ser arrebatado por melodias majestosas que ele nunca esperou ouvir. Um filósofo pode obter apreensão de tremendas verdades, a solução de problemas que o frustraram toda a sua vida.
De acordo com essa doutrina, lemos sobre as iluminações experimentadas por homens simplórios, como um trabalhador que “viu Deus” e o comparou a “uma quantidade de pequenas peras”. Mais uma vez, sabemos que o êxtase, impingindo-se a mentes desequilibradas, inflama a ideia idolatrada, e produz uma fé fanática feroz até mesmo em frenesi, com intolerância e energia insana e desordenada que, no entanto, é tão poderosa que afeta os destinos de impérios.
Mas os fenômenos do Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guardião são uma questão secundária; a essência da União é a intimidade. A intimidade deles (ou melhor, identidade) é independente de todas as formas parciais de expressão; no seu melhor, portanto, é tão inarticulada quanto o Amor.
A intensidade da consumação mais provavelmente forçará um soluço ou um choro, algum gesto físico natural de simpatia animal com o espasmo espiritual. Isso deve ser criticado como autocontrole incompleto. O silêncio é mais nobre.
Em todo caso, o Adepto deve estar em comunhão com seu Anjo, de modo que sua Alma seja permeada de sublimidade, inteligível ou não em termos de intelecto. É evidente que o estresse de tal posse espiritual deve tender a sobrecarregar a alma, especialmente a princípio. Na verdade, ela sofre com o excesso de êxtase, assim como o amor extremo produz vertigem. A alma afunda e desmaia. Tal fraqueza é fatal tanto para o seu prazer quanto para sua apreensão. “Sê forte! então tu podes suportar mais arrebatamento!” diz o Livro da Lei[26].
Portanto, o Adepto deve interpretar o papel de homem, despertando-se para endurecer sua alma.
Para este fim, eu, a Besta, experimentei e provei diversos dispositivos. Destes, o mais potente é preparar o corpo para aspirar com a alma. Que os músculos se agarrarem como se estivessem lutando. Que a mandíbula e a boca, em particular, sejam apertadas ao máximo. Respire profundamente, devagar, mas com força. Mantenha o domínio sobre a mente, murmurando de forma forçada e audível. Mas para que tais murmúrios não perturbem a comunhão com o Anjo, fale apenas o Nome Dele. Até que o Adepto tenha ouvido esse Nome, portanto, ele não pode permanecer sob a posse perfeita de seu Amado. Sua tarefa mais importante é, portanto, abrir os ouvidos para a voz de seu Anjo, para que ele possa conhecê-lo, como ele é chamado. Pois ouvi! este Nome, entendido correta e plenamente, declara a natureza do Anjo em todo ponto, portanto também aquele Nome é a fórmula da perfeição à qual o Adepto deve aspirar, e também do poder da Magick por virtude da qual ele deve trabalhar.
Então aquele que ainda ignorante é desse Nome, que repita uma palavra digna deste Ritual em particular. Tais são Abrahadabra, a Palavra do Êon, que significa “A Grande Obra realizada”; e Aumgn, interpretada na Parte III do Livro 4[27]; e o nome da BESTA, pois Seu número mostra esta União com o Anjo, e Sua Obra não é outra senão tornar todos os homens participantes deste Mistério dos Mistérios da Magick.
Então, dizendo esta palavra ou aquela, que o Adepto lute com seu Anjo e resista a Ele, para que possa pressioná-Lo a consentir em continuar em comunhão até que a consciência se torne capaz de compreensão clara e de transmissão precisa[28] da Verdade transcendente do Amado para o coração que o mantém.
A firme repetição de uma destas Palavras deve permitir ao Adepto manter o estado da União por vários minutos, mesmo a princípio.
Em todo caso, ele deve reavivar seu ardor, estimando seu sucesso mais como um encorajamento a uma aspiração mais ardente do que como um triunfo. Ele deveria aumentar seus esforços.
Que ele tome cuidado com a “ânsia de resultado”, de esperar demais, de perder a coragem se seu primeiro sucesso for seguido por uma série de fracassos.
Pois o sucesso faz com que o sucesso pareça tão incrível que é possível criar uma inibição fatal para as tentativas subsequentes. Teme-se fracassar; o medo invade a concentração e assim cumpre sua própria profecia. Sabemos como prazer demais em um caso de amor faz com que alguém tenha medo de se desgraçar nas próximas ocasiões; de fato, até que a familiaridade tenha acostumado alguém à ideia de que seu amante nunca supôs que ele fosse mais do que humano. A confiança retorna gradualmente. O êxtase inarticulado é substituído por um desfrute mais sóbrio dos elementos do fascínio.
Assim também o primeiro deleite deslumbrado de uma nova paisagem se transforma, conforme se continua a olhar, na apreciação de detalhes delicados da vista. A princípio, eles foram ofuscados pelo ímpeto ofuscante da beleza geral; eles emergem um por um à medida em que o choque diminui, e o arrebatamento apaixonado rende ao interesse inteligente.
Da mesma forma, o Adepto quase sempre começa com canções torrenciais pintando extravagâncias místicas sobre “amor inefável”, “felicidade inimaginável”, “infinitos inexprimíveis de infinitude ilimitada”[29]. Ele geralmente perde seu senso de proporção, de humor, de realidade e de bom senso. Seu ego é frequentemente inflado até o ponto de ruptura, até que ele seria absolutamente ridículo se não fosse tão dolorosamente perigoso para si mesmo e para os outros. Ele também tende a tomar suas recém-descobertas “verdades da iluminação” como todo o corpo da verdade, e insiste que elas devem ser tão válidas e vitais para todos os homens quanto são para ele próprio.
É sábio manter silêncio sobre aquelas coisas “proibidas de proferir” que alguém possa ter ouvido “no sétimo céu”. Isso pode não se aplicar ao sexto.
O Adepto deve manter-se em curso, não importa quão tentado ele esteja a fazer um novo céu e uma nova terra nos próximos dias, anunciando seus triunfos. Ele precisa dar uma chance ao tempo para corrigir o seu equilíbrio, dolorido e abalado pelo impacto do Infinito.
À medida que ele se ajusta ao intercurso com seu Anjo, ele descobrirá que seu êxtase apaixonado desenvolve uma qualidade de paz e inteligibilidade que acrescenta poder, ao mesmo tempo em que dá forma e fortalece suas qualidades mentais e morais, em vez de obscurecê-las e perturbá-las. Ele agora será capaz de conversar com seu Anjo, por mais impossível que tenha parecido; pois agora ele sabe que a tempestade de sons que ele supôs ser a Voz era apenas o clamor de suas próprias confusões. O absurdo do “infinito” nasceu de sua própria incapacidade de pensar claramente além de seus limites, assim como um bosquímano, confrontado por números acima de cinco, só pode chamá-los de “muitos”.
A verdade contada pelo Anjo, imensamente conforme estende o horizonte do Adepto, é perfeitamente definida e precisa. Não lida com ambiguidades e abstrações. Ela possui forma, e confessa a lei, exatamente da mesma maneira e grau que qualquer outro corpo de verdade. É para a verdade das esferas material e intelectual do homem o que a Matemática da Filosofia, com suas “séries infinitas” e “continuidade cantoriana”, é para o aluno da escola aritmética. Cada uma implica a outra, embora por essa possa explorar a natureza essencial da existência, e por aquela os lucros de um penhorista.
Este então é o verdadeiro objetivo do Adepto em toda esta operação, assimilar a si mesmo para seu Anjo por comunhão consciente contínua. Pois seu Anjo é uma imagem inteligível da sua própria verdadeira Vontade, cuja realização é toda a lei de seu Ser.
Também o Anjo aparece em Tiphareth, que é o coração do Ruach e assim o Centro de Gravidade da Mente. Ele também é diretamente inspirado de Kether, o Self final, através do Caminho da Alta Sacerdotisa, ou intuição iniciada. Portanto, o Anjo é, na verdade, o Logos ou expressão articulada de todo o Ser do Adepto, de modo que, à medida que ele aumenta no perfeito entendimento de Seu nome, ele se aproxima da solução do problema final, Quem ele mesmo realmente é.
Até esta declaração final, o Adepto pode confiar em seu Anjo para liderá-lo; pois a consciência de Tiphereth por si só está conectada por caminhos com as várias partes de sua mente[30]. Ninguém, portanto, senão Ele, tem o conhecimento necessário para calcular as combinações de conduta que organizarão e equilibrarão as forças do Adepto, em face ao momento em que se torna necessário enfrentar o Abismo. O Adepto deve controlar uma massa compacta e coerente se quiser garantir que ela seja arremessada dele com um gesto preciso.
Eu, A Besta 666, levanto minha voz e juro que eu mesmo fui trazido até aqui por meu Anjo. Depois de ter alcançado o Conhecimento e Conversação Dele em virtude do meu ardor para com Ele, e deste Ritual que eu concedo aos homens meus companheiros, e em maior parte de Seu grande Amor que Ele tem por mim, sim, em verdade, Ele me conduziu ao Abismo; Ele me pediu para jogar fora tudo o que eu tinha e tudo o que eu era; e Ele me abandonou naquela Hora. Mas quando eu cheguei além do Abismo, para renascer dentro do ventre de BABALON, então Ele veio até mim, permanecendo em meu coração virgem, seu Senhor e Amante!
Ele também me tornou um Magus, falando através de Sua Lei, a Palavra do novo Êon, o Êon da Criança Coroada e Conquistadora[31]. Assim ele cumpriu a minha vontade de trazer liberdade total à raça dos Homens.
Sim, ele também fez em mim uma Obra de maravilha além disso, mas sobre este assunto eu jurei manter a minha paz.
[1] A letra F é usada para representar o hebraico Vau e o grego Digamma; seu som encontra-se entre aqueles do o e do oo longos ingleses, como em Rope e Tooth.
[2] Consulte, para a fórmula de IAF, ou melhor, de FIAOF, Livro 4, Parte III, Capítulo V. A forma FIAOF será preferível na prática.
[3] “Massa”, no sentido da palavra usada pelos físicos. A impossibilidade de defini-lo não deterá o intrépido iniciado (em vista do fato de que a concepção fundamental está além das categorias normais da razão).
[4] Sagrado para AHAThOOR. A ideia é a do Feminino concebido como invulnerável, descansado, com enorme capacidade de deglutição, etc.
[5] Em hebraico, ADNI, 65. Os Iniciados Gnósticos o transliteraram para implicar suas próprias fórmulas secretas; seguimos um exemplo tão excelente. ON é um Arcano dos Arcanos; seu significado é ensinado, gradualmente, na O.T.O. Também AD é a fórmula paterna, Hadit; ON é o seu complemento NUIT; o Yod final significa “meu” etimologicamente e essencialmente a semente virgem hermafrodita Mercurial (transmitida) – O Eremita do Tarô – O uso do nome é, portanto, para invocar sua discrição mais íntima, considerada como o resultado da conjunção de Nuit e Hadit. Se o segundo A for incluído, sua importância é afirmar a operação do Espírito Santo e a formulação do Bebê no Ovo, que precede a aparição do Eremita.
[6] Uma compreensão completa da Psicanálise contribuirá notavelmente para a apreciação apropriada deste Ritual.
[7] É dito entre os homens que a palavra Hell deriva da palavra “helan”, curar ou esconder, na língua dos anglo-saxões. Ou seja, é o lugar oculto, que uma vez que todas as coisas estão em seu próprio self, é o inconsciente, Liber CXI (Aleph) cap. Δ ς.
[8] Mas compare com o uso da mesma palavra na seção C.
[9] Ver explicação no Ponto II.
[10] Qualquer tal fórmula deve ser usada somente quando o adepto tiver pleno conhecimento baseado na experiência da administração de tais assuntos.
[11] Esta é uma hipótese baseada em Liber Legis II, 78 e III, 34.
[12] Tendo experiência de sucesso nas práticas de Liber 536, Βατραχοφρενοβοοκοσμομαχια.
[13] Eles correspondem ao Enxofre, Mercúrio e Sal da Alquimia; a Satva, Rajas e Tamas no sistema hindu; e são mais modos de ação do que qualidades reais, mesmo quando concebidos como latentes. Eles são o aparato de comunicação entre os planos; como tal, são convenções. Não há validade absoluta em nenhum meio de apreensão mental; mas a menos que tornemos esses espíritos do Firmamento sujeitos a nós através do estabelecimento de relações corretas (dentro dos limites possíveis) com o Universo, cairemos em erro quando desenvolvermos nosso novo instrumento de compreensão direta. É vital que o Adepto treine suas faculdades intelectuais para lhe dizer a verdade, na medida de sua capacidade. Desprezar a mente por causa de suas limitações é o erro mais desastroso; é a causa comum das calamidades que cobrem tantas praias com os destroços da Armada Mística. Fanatismo, Arrogância, Desorientação, todas as formas de desordem mental e moral, tantas vezes observadas em pessoas de grande consecução espiritual, levaram o próprio Caminho ao descrédito; quase todas essas catástrofes se devem à tentativa de construir o Templo do Espírito sem a devida atenção às leis mentais da estrutura e às necessidades físicas da fundação. A mente deve ser levada ao máximo da perfeição, mas de acordo com suas próprias propriedades internas; não se pode alimentar um microscópio com costeletas. Ela deve ser considerada como um instrumento mecânico de conhecimento, independente da personalidade de seu possuidor. É preciso tratá-la exatamente como se trata o eletroscópio ou os olhos da pessoa; a influência de alguém sobre seus desejos. Um médico chama um colega para tratar de sua própria família, sabendo que a ansiedade pessoal pode desequilibrar seu julgamento. Um microscopista que confia em seus olhos quando sua teoria predileta está em jogo pode falsificar os fatos, e descobrir tarde demais que se fez de bobo.
No caso da própria iniciação, a história é marcada pelas feridas infligidas por esta Adaga. Isso nos lembra constantemente do perigo de confiar nas faculdades intelectuais. Um juiz deve conhecer a lei em todos os pontos, e ser desapegado dos preconceitos pessoais, e incorruptível, ou a iniquidade triunfará. O dogma, com perseguição, ilusão, paralisia do progresso e muitos outros males, como os seus sátrapas, sempre estabeleceu uma tirania quando o Gênio o proclamou. O Islã fazendo uma fogueira com a Sabedoria escrita, e Haeckel forjando evidências biológicas; físicos ignorantes da radioatividade disputando as conclusões da geologia, e os teólogos impacientes com a verdade lutando contra a maré do pensamento; todos estes devem perecer pelas mãos de seu próprio erro em tornar suas mentes, internamente defeituosas ou externamente desviadas, a medida do Universo.
[14] Esses fenômenos não são totalmente subjetivos; eles podem ser percebidos, embora muitas vezes sob outras formas, até mesmo pelo homem comum.
[15] Ou seja, Yod Hé percebendo a Si Mesmos como Vontade e Compreensão nos gêmeos Vau Hé, Mente e Corpo.
[16] Mas veja também a solução geral do Enigma da Existência no Livro da Lei e seu Comento – Parte IV do Livro 4.
[17] Se adotarmos a nova ortografia VIAOV (Livro 4 Parte III Cap. V.) devemos ler “O Sol-6-o Filho” etc. para “tudo”; e elaborar essa interpretação aqui dada de outras maneiras, de acordo. Assim, O (de F) não será “Os Quinze por função” em vez de “Cinco” etc., e “em ato livre, firme, aspirante, extático”, ao invés de “gentil” etc. como no presente texto.
[18] Existe uma ortografia alternativa TzBA – F onde a Raiz, “uma Hoste”, tem o valor de 93. O Practicus deve reviver este Ritual através da Luz de suas pesquisas pessoais sobre a Cabala, e assim torná-lo sua peculiar propriedade. A grafia aqui sugerida implica que aquele que profere a Palavra afirma sua lealdade aos símbolos 93 e 61, que ele é um guerreiro no exército da Vontade e do Sol. 93 é também o número de AIWAZ e 6 da Besta.
[19] As consoantes de LOGOS, “Palavra”, somam (valores hebraicos) 93. E ΕΠΗ, “Palavras”, (daí “Épico”) também tem esse valor: ΕΙΔΕ ΤΑ ΕΠΗ pode ser a frase aqui pretendida: seu número é 418. Isso então afirmaria a realização da Grande Obra; esta é a conclusão natural do Ritual. Consulte também CCXX. III. 75.
[20] Essas necessidades são modificadas durante o processo de Iniciação, tanto em relação à quantidade quanto em relação à qualidade. Não se deve ficar ansioso com a saúde física ou mental a priori, mas prestar atenção apenas a sintomas indubitáveis de angústia, caso surjam.
[21] Os Oráculos de Zoroastro pronunciam isto:
“E quando, invocando frequentemente, todos os fantasmas desaparecem, verás aquele Fogo Santo e Sem Forma, aquele Fogo que dispara e lampeja através de todas as Profundezas do Universo; ouvi a Voz do Fogo!
“Um Fogo semelhante intermitentemente se estendendo através do ímpeto do Ar, ou um Fogo sem forma de onde vem a Imagem de uma voz, ou até mesmo uma Luz piscando abundante, revolvendo, girando, bradando em voz alta. Também há a visão do Cavalo de Luz flamejante, ou também de uma Criança, elevada nos ombros do Corcel Celestial, fogosa, ou vestida de ouro, ou nua, ou atirando com o arco flechas ou luz, e de pé nos ombros do cavalo, então se a tua meditação se prolongar, tu unirás todos estes símbolos na forma de um Leão”.
Esta passagem – combinada com várias outras – é parafraseada em poesia por Aleister Crowley em seu “Tannhauser”.
“E quando, invocando frequentemente, tu verás
Aquele Fogo sem forma; quando toda a terra for sacudida,
As Estrelas não permanecerem, e a Lua se for,
Todo o Tempo esmagado de volta à Eternidade,
O Universo tomado pelo terremoto; a Luz não é, e os trovões rolam,
O Mundo está acabado:
Quando na escuridão o Caos rola novamente
No cérebro animado:
Então, Ó então, não chame a tua visão aquela visível
Imagem da Natureza; fatal é o nome dela!
Não cabe ao teu Corpo contemplar
Aquela luz viva do Inferno,
A chama não iluminada, e morta
Até que aquele corpo do cadinho
Tenha passado, puro ouro!
Pois, dos confins do espaço material,
O lugar que se move ao crepúsculo,
Os portões da matéria, e o limiar escuro
Diante dos rostos das coisas que moram
Nas Moradas da Noite,
Surgem à vista
Demônios, com cara de cão, que não mostram nenhum sinal mortal
Da Verdade, mas profanam a Luz Divina,
Seduzindo dos mistérios sagrados.
Mas, depois que todos estes Povos de Medo sejam conduzidos
Diante do relâmpago vingador
Isso devasta os céus que abrem,
Eis aquela sem forma e aquela Chama Sagrada
Que não tem nome;
O Fogo que penetra e pisca, se contorce e desliza
Sábio como serpente no manto real
Envolvida em volta daquela glória desaparecida do globo,
Até aquele céu além das profundezas estreladas,
Além das Labutas do Tempo, – então formule
Na tua própria mente, luminoso, concentrado,
O Leão da Luz, uma criança que fica
Sobre os vastos ombros do Corcel de Deus:
Ou alada, ou atirando flechas voadoras, ou
Com as sandálias de fogo.
Então, levanta as tuas mãos!
Centra-te no teu coração um pensamento escarlate
Límpido com brilho da Luz acima!
Trazido ao nada
Toda a vida, morte, ódio, amor:
Tudo se concentra no único desejo –
Ouvi a Voz do Fogo!”
[22] Consulte o Equinox I, VIII, 22.
[23] Um alto grau de iniciação é necessário. Isso significa que o processo de análise precisa ter sido realizado de forma muito completa. O Adepto deve ter se tornado consciente de seus impulsos mais profundos e entendido seu verdadeiro significado. A “resistência” aqui mencionada é automática; aumenta indefinidamente contra a pressão direta. É inútil tentar forçar a si mesmo nesses assuntos; o Aspirante não-iniciado, por mais que ele esteja ansioso, com certeza falhará. É preciso saber como lidar com cada ideia interna à medida que ela surge.
É impossível superar as inibições por meio do esforço consciente; sua existência as justifica. Deus está do lado delas, como no da vítima no Instans Tyrannus de Browning. Um homem não pode obrigar-se a amar, por mais que queira, por vários motivos racionais. Mas por outro lado, quando o verdadeiro impulso vem, ele supera todos os seus críticos; eles são impotentes seja para criar ou quebrar um gênio; só pode atestar o fato de que encontrou seu mestre.
[24] É claro que mesmo os falsos princípios e modos da mente são, em certo sentido, verdadeiros. É apenas a aparência deles que altera. Copérnico não destruiu os fatos da natureza nem modificou os instrumentos de observação. Ele simplesmente efetuou uma simplificação radical da ciência. O erro é realmente um “nó de bobo”. Além disso, a própria tendência responsável pelo emaranhamento é um dos elementos necessários da situação. Nada é “errado” no final; e não se pode alcançar o ponto de vista “certo” sem o auxílio do ponto “errado” particular. Se rejeitarmos ou alterarmos o negativo de uma fotografia, não obteremos um positivo perfeito.
[25] Isso significa, livre de ideias, por mais excelentes que sejam, que sejam estranhas a ela. Por exemplo, o interesse literário não tem lugar adequado em uma imagem.
[26] Liber AL vel Legis, II, 61-68, onde os detalhes da técnica apropriada são discutidos.
[27] A essência desta questão é que a palavra AUM, que expressa o curso da Respiração (vida espiritual) da expressão livre através da concentração controlada ao Silêncio, é transmutada pela criação da letra composta ΜΓΝ para substituir M: ou seja, o Silêncio é percebido como passando para a vibração contínua em êxtase, da natureza do “Amor” sob “Vontade” como mostrado por ΜΓΝ = 40 + 3 + 50 = 93 ΑΓΑΠΗ, ΘΕΛΗΜΑ, etc., e a palavra inteira tem o valor de 100, a Perfeição Aperfeiçoada, a Unidade em conclusão, e equivalente a ΚΡ a conjunção dos princípios essenciais macho e fêmea.
[28] O intelecto “normal” é incapaz dessas funções; uma faculdade superior deve ter sido desenvolvida. Como Zoroastro diz: “Estenda a mente vazia de tua alma àquele Inteligível para que tu possas aprender o Inteligível, porque ele subsiste além da Mente. Tu não O entenderás como quando entende alguma coisa comum.”
[29] Isso corresponde ao nevoeiro emocional e metafísico que é característico do surgimento do pensamento a partir da homogeneidade. A diferenciação clara e concisa das ideias marca a mente adulta.
[30] Veja os mapas “Minutum Mundum” no Equinox I, 1, 2, & 3 e as relações gerais detalhadas no Liber 777, das quais as colunas mais importantes são reimpressas no Apêndice V.
[31] Para o relato desses assuntos, consulte The Equinox, Vol. I, “O Templo do Rei Salomão”, Liber 418, Liber Aleph, John St. John, A Urna, e Livro 4, Parte IV.
Traduzido por Alan Willms em junho de 2018.