Liber XXI Qīng Jìng Jīng
O Clássico da Pureza: por Gě Xuán. Uma nova tradução do chinês pelo Mestre Therion.
Liber XXI
Qīng Jìng Jīng
O Clássico da Pureza
Primeiramente escrito por mim, Gě Xuán, no episódio da dinastia de Wú, e agora posto em uma Rima por mim, Aleister Crowley.
Publicação da A∴A∴
em Classe B.
Imprimatur:
O.S.V. 6○=5□ Imperator
I
Lǎo Jūn, o Mestre, disse:
O Dào é desprovido de Forma –
Contudo o Céu e a Terra são levados ao nascimento,
E nutridos pela Sua norma.
O Dào não tem Vontade de Trabalhar;
Contudo pelo Seu Caminho do Céu
A Lua e o Sol alegram-se em andar
Entre os Sete Estrelados.
O Dào não tem Nome; Sua Palavra
É Crescimento, e o Sustento
De Tudo; eu viso Lhe dar um Nome:
O Dào (que Chance próspera do Céu!)
O Dào tem uma fase gêmea, com o Dé:
O Silente e o Agitado.
Do Movimento, aqueles; destes, o Repouso
Sublimemente manifestos.
O céu se move, Ele, puro Silêncio;
A terra repousa sob a Tensão;
A Lançadeira e o Tear, como a Palavra e o Útero,
Sustentam o seu Mistério
Puro Movimento causa o Descanso
Assim como o Silêncio causa o Estresse.
Se o homem estivesse quieto, então o Céu vibraria
Com a Terra em Nada.
O Self ama o Silêncio. Sim,
Mas a Mente o distrai.
A Mente ama o Repouso, mas a Praga da Paixão
Seduz o Intelecto tremulante.
Se o homem restringir o desejo,
Sua mente deixará de girar,
E a soltura da mente possibilitará a pura paz
Do Silêncio à Alma.
Os sentidos não se sujarão;
O pensamento não estressará;
Nem os Venenos (Cobiça, Ira, Estupidez) criarão
Sua letalidade triforme.
Os homens não obtêm a tranquilidade do Dào
Por causa da doença de seus desejos;
Porque suas mentes não estão refinadas
De pensamentos por matar a eles.
Se alguém matar os desejos,
Sua mente e corpo parecerão
Não mais ser dele; mas sim fantasias
Que dançam no sonho de um devasso.
Destrua a mente, destrua o corpo, destrua
O externo: a matéria se vai.
Então o espaço permanece; renove tuas dores!
De pé! Encara os inimigos finais!
Assassine o espaço; então o Nada permanece.
Não seguras tua santa mão!
Quando o Nada devolve antes do ataque,
Teu Silêncio permanece sereno!
Tudo é repouso, destituído de marca;
Como os desejos cravariam os dentes?
Quando eles estiverem ultrapassados, seguramente tu terás
O Silêncio da Verdade.
Perfeita e Fixa essa Verdade,
No entanto, aptas a todo apelo
A Natureza e o Sentido influenciam –
O ímã ao aço!
Ó! Este Contato verdadeiro com tudo
Que é elástico e exato
Que contudo habitam acima de suas marés –
O Silêncio livre do Ato!
Aquele que tem isto deve vir
Pouco a pouco, um suspiro,
Então flui ele agora, para a Verdade do Dào,
Na qual ele se desvanece.
Os homens o chamam de Senhor do Dào,
No entanto, Ele nada tem para assenhorear.
Ele escondeu o motivo de tudo que existe:
É o suficiente para a Sua recompensa!
Aquele que compreende
Esta Doutrina pode transmitir
Este Dào Sagrado aos homens que se comprometem
Em compreendê-Lo.
II
Lǎo Jūn, o Mestre, disse:
O adepto em habilidade da alma
Nunca tem uma meta; a vergonha do negligente
É que ele busca um objetivo.
Quem mais possui o Dé
Oculta seu poder mágico;
Quem menos tem exibe sua força
Sete vezes por hora.
Estes, que se agarram firme aos Poderes,
Que os guardam, e mostram
Sua Arte mágica – eles não são parte
De Dào, tampouco do Dé.
Os homens não conquistam a Verdade do Dào
Porque suas mentes estão distorcidas.
A mente desenfreada, o Self é perturbado,
E perde o ritmo da maré.
Perdidos, o externo os seduz;
Eles se voltam para buscá-lo: então
Todas as coisas deixam perplexos, confundem e atormentam
Aqueles homens miseráveis.
Pensamentos desordenados surgem;
O corpo e a mente ficam doentes.
A desgraça e o medo crescem ano a ano
Até seu climatério.
Selvagens, eles são arremessados
Através da vida e da morte; eles tremem,
Afundados no estresse do mar da amargura,
E perdem o Dào para sempre.
O verdadeiro, o eterno Dào!
Quem entende possui;
Quem possui o Dào está aqui e agora
No silêncio do Caminho
Traduzido por Alan Willms, revisado em maio de 2018.