Anuttara Amnaya
Este artigo é um capítulo de Liber Zelotes
Liber “Zelotes” faz parte da trilogia com Liber “Adeptus” e Liber “Magistri”. “Zelotes” no geral descreve o significado e as práticas da A∴A∴, “Adeptus” trata da “Ordo Thelema”, e “Magistri” é uma coletânea dos Livros Sagrados de Thelema com comentários.
Anuttara Amnaya
Sobre o Nome A∴A∴
A Ordem da Estrela de Prata apresenta vários nomes diferentes, que de seu próprio modo explicam a natureza da Ordem. Um desses nomes é “Anuttara Amnaya”, significando “Suprema Consecução”. Podemos interpretar isso da seguinte maneira: “Anuttara” é a união de ambos os sexos de mesmo valor, ou seja, macho e fêmea através do Tantra. Eles são equilibrados como o Yin e Yang. “Amnaya” significa “Veda”, “recebido”, “intuitivo”, “canalizado” e Conhecimento não-profanado, isto é, ensinamento da Verdade e da Sabedoria, como o enoquiano IADNAMAD. O Æon de Hórus finalmente traz no mundo e nas relações humanas esse equilíbrio dos sexos, insistindo que ambos, homem e mulher, igualmente e juntos podem obter Conhecimento de sua Verdadeira Natureza, e ainda mais – que sem esse equilíbrio dos sexos, tanto no mundo quanto dentro de nós mesmos, a manifestação dos poderes do Espírito não pode acontecer. Todo homem e toda mulher é uma estrela, diz o Liber AL. “Anuttara Amnaya”, portanto, aponta para a fórmula 2=0, e de outra forma a palavra “LA”. Pode-se dizer que este é um dos nomes místicos da A∴A∴, devido à sua multiplicidade de camadas de significado. No Anuttara-Yoga os Amantes do Tantra são unidos, “Dois”, os “dois” como Lingam e Yoni, enquanto a Unidade é o Nada do Eremita. Por conseguinte este nome tem o significado da conexão do Interior com a Ordem Suprema, cuja “Estrela de Prata” do Caminho de Gimel também aponta. O Mistério da Rosa e da Cruz é aplicado completamente. É necessário conceber isso em todos os níveis, para todos os três “Graus” da Grande Ordem dos Thelemitas, realizar o processo completo de Iniciação – a plena consciência de si e do Universo – e da Divindade em tudo isso.
Além disso, S∴S∴ não é apenas “Silver Star”, mas Sol-Sotis também, isto é, Sol-Sirius, assim como é “Star & Snake” e “Spiritus Sanctus”. A∴A∴ também é “Aster Argos” e “Alta Astra” e “Argentum Astrum” que apontam todos para a ligação do Sol e do sistema solar à “Estrela” Espiritual. Essa ligação está sendo despertada, purificada, consagrada, fortalecida e preenchida com a A∴A∴ – “Alchemia Arcanorum”.
“Anuttara” comprime e completa tudo sobre a R∴C∴, enquanto “Amnaya” é o estado da A∴A∴. Esses são os Amantes e Eremitas – a Grande Fraternidade Branca, que se manifesta como Homens da Terra, dando o Sistema Iniciático ao mundo.
A∴A∴ também é “Anjo e Abismo”, que representa as duas tarefas essenciais e as duas Iniciações “principais”. A primeira desperta a consciência do Sol, a Verdadeira Natureza única do Ente – a Estrela em nós, e a outra excede o Sol e atinge o “Khabs”, a Estrela Espiritual. A realização do Anjo, isto é, o “Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião” é o ápice da consecução da Ordem Externa G∴D∴ e o início do Trabalho iluminado na R∴C∴, enquanto o “Abismo” é também a “Aniquilação” do Ego e sua distinção do Espírito Divino. No exterior há “muitos” cuja natureza é a dualidade. Existe Homem e Deus. No interior, O Adepto está em relação íntima, de “amor”, com o Anjo, eles são “dois”, e “atravessando o Abismo” esta dualidade é destruída através da União, através da qual “1” se torna “0”. O cumprimento dessas duas funções é a realização da Iniciação “completa”, é a “Suprema Consecução”.
ALALALALALA = 156 – BABALON
Os seis “A” estão unidos com os cinco “L”, o que é a conjunção do Macrocosmo (0-Nada) com o Microcosmo (2-pólos) no qual vemos 2=0 e LA e AL, Nada e Tudo. Nisto, os polos estão unidos em Amor e percebem a aniquilação da dualidade – pela qual a Compreensão é aberta. Nesta sequência cada AL (Deus) é “seguido” por LA (Não) como o fluxo da Manifestação e Aniquilação, e assim ondula o Grande Mar de Binah. O que é ainda outra interpretação do nome “Anuttara Amnaya”.
“A Sacerdotisa da Estrela de Prata” conecta Kether a Tipharet na Árvore da Vida. Seu brilho é lunar, prata – porque é um “reflexo” da Luz Secreta da Coroa Estrelada para a Beleza Solar. Ela é o “camelo” que percorre as terras do “Deserto”. A eterna e indestrutível conexão do Divino e do Humano que “garante” a inaderência da Sabedoria Divina e da Manifestação de LVX no material.
“Argos” é aquele que tudo vê, tudo sabe, sempre desperto, tal como é o Olho de Hórus e o Olho de Shiva. Argos é o “barco” em que navegaram os Argonautas. O barco é o sistema iniciático da A∴A∴, é o “corpo” e a “Ordem” de Iniciados que alcançaram o Sucesso e o manifestam sobre a Terra.
Duas letras A somam 2, o que nos diz sobre a manifestação em Muitos, por trás do qual o Nada se “oculta”. Também podemos ver AA como 11, que é o número da Magick e da palavra ABRAHADABRA. Duas palavras no nome são a dualidade da expressão do Supremo “oculto”.
Nós lhe demos apenas algumas das interpretações do Nome A∴A∴, o que não é tudo o que podia ser dito sobre isso sob LVX. Se entregue livremente aos Mistérios deste Nome. Mas seja lá como a chamarmos, saibamos que este nome é apenas outro símbolo no qual há análise, bem como a síntese, do Caminho e da Grande Obra. Sobre isso em NOX nós não poderíamos dizer Nada, porque isso não pode ser conhecido – isso é “Anuttara Amnaya” – Suprema Consecução.
Traduzido por Alan Willms