E Mais uma Carta a um Irmão
Este artigo é um capítulo de Liber Zelotes
Liber “Zelotes” faz parte da trilogia com Liber “Adeptus” e Liber “Magistri”. “Zelotes” no geral descreve o significado e as práticas da A∴A∴, “Adeptus” trata da “Ordo Thelema”, e “Magistri” é uma coletânea dos Livros Sagrados de Thelema com comentários.
E Mais uma Carta a um Irmão
Eu não sou um “Gênio” ou atualmente de “alto grau” de desenvolvimento, embora eu tenha contato com isso, mas estou consciente e certo de que por métodos conhecidos “isso” pode ser alcançado, e também que a partir disso surgem as ideias que podem causar o avanço do mundo. Eu acho que é relativamente irrelevante para qual “filosofia” você inclina, embora eu prefira Thelema sobre as demais, e é porque se persistirmos na prática de qualquer método ou meio de consecução, tudo isto – a filosofia e a prática também – torna-se ultrapassado pelo resultado. Esse resultado é a Gnose Espiritual. Aquilo que eu mesmo experimentei como um Sol e Luz em mim mesmo não tem nenhuma moral, nem religião e nem filosofia, nem me pediu nada, nem me estipulou uma condição. É a Luz, Liberdade, Amor e Paz. Todo o restante surge disso e tem sua natureza de acordo com a Vontade. Este não é um fenômeno sobrenatural, eu conheço pessoalmente pessoas que já passaram por isso. Nenhum deles é um tagarela, mas sim “Trabalhadores” – eles fazem as suas Vontades.
Para não tagarelar muito sobre isso, já que a Verdade não pode ser adequadamente comunicada na linguagem da razão, eu dou às outras pessoas apenas algumas pequenas direções (que são chamadas de teoria) que também são percepções e “resultados”, e com isso os métodos se reúnem, que parecem adequados – os “meditativos” e “cerimoniais”, e que são libertados das correntes das ideias da antiga era. Eu acho que o mais importante (?) é que esses métodos criam equilíbrio mais sólido (e não desequilíbrio), e assim a partir deste equilíbrio pode-se observar mais pacificamente o “interior”, bem como o “exterior”.
Eu te enviei “Cartas aos Probacionistas da A∴A∴” desta vez (que eu suponho que você já tem – mas apenas para relembrá-lo). Preste atenção então ao “método do equilíbrio”; abra mão das lamentações, defeitos, virtudes – sejam eles suas armas, servos, que eles estejam sob sua Vontade e de acordo com sua Vontade, e não que o governem. Deixe de lado a ética, ocupe-se com o Trabalho – trabalho regular. O que a sua razão pode julgar sobre você e não encontrar ao mesmo tempo a coisa oposta igualmente “valorosa” e torná-lo confuso com isso, levando-o ao desespero – a despeito de si mesmo? Não esqueçamos que ainda temos esses corpos “animais” que nós, também, temos que aceitar sem inibição – senão seremos escravos deles. Também os laços com a sua “Estrela” devem ser cultivados – mantendo o equilíbrio e a firmeza do equilíbrio, mas também através da purificação – saber sobre a nossa natureza; quanto mais e melhor a conhecemos, melhor podemos equilibrá-la.
Por isso conhecendo a si mesmo, torna-se claro para você que não há nenhuma parte sua que não é dos Deuses – e, portanto, você é Deus. Claro, esta é uma experiência específica, ela pode ser chamada de Transe – mas “depois” também voltamos ao corpo “animal”. E é por isso que abrimos os canais “verticais” de consciência que nos mantém (em equilíbrio e) na consciência daquele Espírito Supremo.
O Juramento do Probacionista é um Juramento “Real” (assim como todos os demais!) e, assim, dedique-se a este Trabalho Real. Yoga e Magia são também suas “armas” no método prático (como você já sabe por si mesmo). A partir disso a Esfinge é propriamente construída.
A pergunta é: Onde o seu Anjo te levou? E também: Onde você está? Quem é você? O que está fazendo? O que te preocupa e o que te dá alegria? Qual é a sua Vontade? Qual é a sua Verdadeira Natureza? Você não está talvez muito próximo disso? Irmão, use seu Conhecimento (que você adquiriu até agora), sua Vontade (que já está suficientemente desenvolvida – caso contrário não teria tentado), Amor, Coragem, Fala e Ação – tudo em você e ao seu redor. A “Grande Obra” é TRABALHO, a sequência contínua do uso e manifestação destes “Poderes”, trabalhar com eles com equilíbrio, criando-se primeiro como um jardim e uma flor no jardim. A ordália é fazer com que a semente chegue à Terra e comece a germinar, para depois começar a crescer e se transformar em uma Flor que adornará o mundo com sua Beleza, e criar alegria e prazer desta Beleza.
Traduzido por Alan Willms