Marcelo Ramos Motta e a A∴A∴

Um resumo da jornada de Motta na A∴A∴.

.
Leia em 28 min.
Banner

Marcelo Ramos Motta e a A∴A∴

Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

Este artigo começou como uma correção de muita desinformação escrita sobre Marcelo Ramos Motta em um livro estrangeiro, mas aos poucos foi se tornando uma pequena pesquisa e uma linha do tempo sobre um dos maiores protagonistas na história da A∴A∴. Infelizmente, não há muitas informações disponíveis sobre Motta hoje em dia, pois a pessoa que possivelmente porta seus arquivos não deseja mais ser contatada[1].

Marcelo Ramos Motta, um homem de um país de terceiro mundo que enfrentou a ditadura brasileira para promulgar Thelema, foi um dos thelemitas mais importantes e influentes que já existiram. Sim, ele era uma pessoa arrogante e não lidava muito bem com os outros — uma política de “tolerância zero” — mas ele moveu montanhas em nome de Thelema.

A ideia por trás deste artigo é tratar do progresso de Motta na A∴A∴ e mostrar que sua autoridade na Ordem só se aplica à sua própria jurisdição — sua própria linhagem da A∴A∴.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Breve Biografia

Marcelo Ramos Motta nasceu em São Sebastião, RJ, no dia 27 de junho de 1931. Cursou o ensino fundamental em uma escola anglo-americana e o ensino médio em um colégio militar, ambos no Rio de Janeiro. Seu pai (Samuel Cantarino Motta) era um engenheiro espírita que seguia as doutrinas de Allan Kardec e sua mãe (Elzira Ramos Cantarino Motta) era cristã católica. Seus pais se divorciaram, a mãe deixou o pai por outro homem[2].

Seu pai tinha uma grande biblioteca, que incluía alguns livros sobre ocultismo e espiritualidade. Aos onze anos, Motta começou a ler as obras de Eliphas Levi, Papus, Blavatsky, Edward Bulwer-Lytton, Patanjali, Paracelso e Arnold Krumm-Heller. Por meio das obras de Krumm-Heller, ele desenvolveu um interesse por temas Rosacruzes. Motta ingressou na AMORC, mas não ficou satisfeito com ela. Essa não era a “verdadeira” Escola Iniciática sobre a qual leu no livro Rose Croix de Krum-Heller. Aos dezessete anos, ingressou na F.R.A. (Fraternitas Rosicruciana Antiqua) de Krum-Heller.

Antes de se mudar do Brasil para os Estados Unidos para começar sua graduação, ele viajou para a Europa no final de 1952, visitando pelo menos Portugal e a Alemanha. Aproveitando a viagem, recebeu a missão, dada por um líder brasileiro da F.R.A., de conhecer Parsival Krumm-Heller (filho de Arnold Krumm-Heller, fundador da F.R.A.) e servir de contato entre lideranças brasileiras e internacionais. Em Lisboa, Motta encontrou o livro The Great Beast de John Symonds, uma biografia tendenciosa de Aleister Crowley, pois reconheceu um retrato de Crowley no livro a partir de um dos quadros que havia visto na F.R.A. no Brasil. Ele se interessou por Crowley e, perguntando a P. Krum-Heller sobre o homem, foi direcionado a entrar em contato com Karl Johannes Germer, o herdeiro do falecido Aleister Crowley.

Enquanto morava nos EUA e começava sua jornada na A∴A∴, Motta obteve um grau de bacharel de artes com foco em literatura pela Louisiana State University. Ele também cursou um ano de mestrado, mas se entediou e desistiu.

Surge Karl Germer

Em 1953, quando Motta tinha quase vinte e dois anos de idade, ele e Karl Johannes Germer começaram a trocar cartas. A primeira carta de Germer para Motta foi enviada dia 18 de abril de 1953. Mais tarde naquele ano, Motta viajou para encontrar Germer durante as férias da faculdade e assinou o Juramento de Probacionista 0=0.

Em 1954, Motta assina suas cartas para Germer como “א∴”, uma abreviação de Adjuvo, seu mote mágico de Probacionista da A∴A∴. Ele assina muitas de suas cartas subsequentes da mesma forma, às vezes também incluindo o número de seu Grau 0=0.

Em 1956, Germer demonstrou interesse em tornar Motta seu representante da O.T.O. e convida Motta para visitá-lo em seu novo endereço na Califórnia:

“Eu gostaria de dar a você (a) certamente, como Chefe da O.T.O., um documento que nomeia você como meu representante pessoal, e possivelmente ainda mais amplo; (b) um documento ainda mais geral. Infelizmente, você deve ficar comigo pelo menos alguns dias, se não pelo menos uma semana, para que eu possa falar com você sobre assuntos que nunca discuti com você até agora. Se você foi viajar para o Rio em agosto, não conseguiria marcar uma visita à Califórnia e conhecer várias pessoas, possivelmente passar por alguns graus da O.T.O. e ficar mais bem preparado? Além disso, há assuntos importantes que só posso discutir pessoalmente com você. Resumidamente: estou disposto a dar a você um documento como meu representante por um tempo limitado, mas eu teria que prepará-lo para isso!” — Carta de Germer para Motta, 30 de abril de 1956.

Em dezembro de 1959, seis anos após assinar seu Juramento, Motta ainda assinava como Probacionista 0=0, como podemos ver em uma carta enviada para Karl Germer em 31 de dezembro de 1959. Em algum momento próximo a 22 de junho de 1960, ele reivindicou o Grau de Neófito 1=10, como relembra mais tarde:

“Fui designado, desde o solstício de verão de 1960, a fazer exatamente isso. Aquela, se você se lembra, foi a época da minha iniciação quando reivindiquei o Grau de Neófito, e fiquei muito intrigado por você não saber que eu havia sido nomeado a Besta.” — Carta de Motta para Karl Germer, 30 de maio de 1962.

Em 1961, Marcelo Motta voltou para o Brasil. Em junho escreveu A Quem Interessar Possa, uma curta autobiografia e crítica à F.R.A. (Fraternitatis Rosicruciana Antiqua), assinada como “A∴ 1=10 A∴A∴” (um Neófito). Este ensaio seria incluído no seu livro Chamando os Filhos do Sol no próximo ano.

Problemas no Paraíso

Em 1961, Motta e Germer trabalharam em cima do lançamento de Liber Aleph, que seria editado e impresso por Motta no Brasil, e distribuído e vendido por Germer nos EUA. Germer estava ansioso para colocar as mãos em algumas cópias do livro para verificar sua qualidade e encaminhar cópias para as partes interessadas, mas Motta agiu de forma estranha em vez disso:

“Existe a possibilidade de que eu possa ficar louco sem morrer antes de terminarmos Liber Aleph; e por esta razão desejo assegurar que o trabalho continuará. Portanto, estou lhe enviando uma ordem de pagamento […]” — Carta de Motta para Germer, 24 de agosto de 1961.

“Assim que você tiver alguns exemplares antecipados do livro em si, gostaria que você me enviasse 2 cópias por via aérea e uma via aérea para a Aries Press, para que eles possam julgar o preço de venda que podemos definir.” — Carta de Germer para Motta, 24 de setembro de 1961.

“Ultimamente não tenho recebido comunicação sua sobre a conclusão de Liber Aleph, nem as duas cópias antecipadas do próprio livro. Você não entende que estou desamparado — até certo ponto — até que eu tenha pelo menos 6 cópias ao todo, para prosseguir ativamente e conduzir o livro adiante e fazer os arranjos finais. As pessoas responsáveis querem ver um livro de fato, para testar a impressão, a encadernação, etc. para decidir.” — Carta de Germer para Motta, 13 de novembro de 1961.

Subitamente Motta anuncia que se tornou a Besta 666 e Chefe da A∴A∴ (aqui Motta fala na terceira pessoa, de si mesmo):

“Vou falar com você uma vez, e vou falar com você claramente. Independentemente do que você pense de Marcelo Ramos Motta pessoalmente, ele é, com a aprovação dos Chefes Secretos, e de 666 e Aiwass, a Besta Encarnada, o Sacerdote dos Príncipes, Chefe da A∴A∴ e seu Superior. Você deve a ele lealdade e obediência, para não falar de virtudes mundanas como cortesia e tratamento justo. […] Aleister Crowley está morto, e Adjuvo ascendeu ao seu lugar e trabalho.” — Carta de Motta para Germer, 17 de dezembro de 1961.

Germer reprova tais afirmações com sua ternura característica:

“Seu IDIOTA miserável e falador! Eu vi e tive que observar vários casos semelhantes de demonite (inclusive o meu), mas o seu bate todos os recordes em nossos arquivos. Eu vi a doença crescendo meses atrás; é bom que tenha estourado abertamente. A interpretação mais caridosa que eu poderia fazer é que você prematuramente prestou o juramento do Abismo, sem ter sido preparado por iniciação prévia.” — Carta de Germer para Motta, 23 de dezembro de 1961.

Motta não tinha certeza se sua própria reivindicação era válida:

“Confesso francamente que tenho grandes dúvidas se sou realmente a Besta ou não; o clímax de meu trabalho ritual no ano passado me levou a uma certeza intuitiva disso; mas certamente posso estar completamente errado; é um sentimento que satisfaz o ego e, portanto, pode-se facilmente enganar a si mesmo. Muito do modo como te tratei tinha o propósito de obter de você uma confirmação positiva ou uma negação positiva; você se esquivou do problema com a habilidade de grande prática. […] Sinto-me muito melhor agora que tomei uma decisão decente sobre a questão daqueles livros. Espero ter deixado bem claro para você que não sei quando, se é que algum dia, você os terá.” — Carta de Motta para Germer, 30 de dezembro de 1961.

Eventualmente, Liber Aleph foi lançado, mas Motta já havia incluído em seu Imprimatur[3] um novo mote que ele criou, Φ, como um Adeptus Major 6=5 e Imperator da A∴A∴, baseado em sua afirmação não-reconhecida por Germer de que ele era a nova Besta e o Chefe da A∴A∴. No entanto, em uma errata incluída posteriormente no mesmo livro, ele se identifica corretamente como um Neófito 1=10 novamente:

“O Neófito responsável pela impressão foi consequentemente punido por seu abandono do dever; mas — ai de mim! — tarde demais no que diz respeito a esta edição preliminar de LIBER ALEPH”

Em 1962, Phyllis Seckler recebeu algumas cópias de Liber Aleph de Karl Germer:

“Muito obrigada por Liber Aleph, que recebi ontem. Em anexo está um cheque de $10 para pagar por ele e também para uma cópia extra, se você tiver uma sobrando. […] Quem escreveu a descrição na capa do livro de Liber Aleph? Foi o Marcelo Motta? Bickie é fascinado há muito tempo pelo Marcelo e gostaria de saber o endereço dele. Você ainda está em contato com ele?” — Carta de Seckler para Germer, 11 de março de 1962.

“Estou enviando a vocês hoje mais dois exemplares de Liber Aleph. […] Os livros foram embalados, então use o segundo exemplar para algum outro propósito ou guarde-o. […] Motta: sim, ele mora no Rio de Janeiro e fez toda a publicação, edição, correção, impressão e encadernamento de Liber Aleph, inclusive a sinopse, etc. Ele é promissor, mas ainda tem que atravessar as cataratas, o Niágara e muitos outros ordálios.” — Carta de Germer para Seckler, 17 de março de 1962.

Em abril de 1962, Motta publicou o primeiro livro thelêmico brasileiro: Chamando os Filhos do Sol. Em suas primeiras páginas, ele se listou novamente como Φ, um Adeptus Major 6=5 e Imperator da A∴A∴.

Em maio de 1962, finalmente com o livro em mãos, Karl Germer enviou uma cópia de Liber Aleph para o escritório de direitos autorais dos EUA para registrá-lo.

Em junho de 1962, depois de receber Liber Aleph onde Motta se auto-intitula Adeptus Major 6=5 e Imperator da A∴A∴, Germer continua dando sermão em Motta sobre suas afirmações de ser “A Besta”, e diz que ele é, na melhor das hipóteses, um Neófito 1=10:

“O que você reinvindica — o título ou grau de BESTA — é apenas menor, ou seja, uma repetição de outro título. (No entanto, Crowley assumiu o grau apenas 13 anos depois de se tornar um M.T. completo, enquanto você é, na melhor das hipóteses, um Neófito!)” — Carta de Karl Germer para Motta, 9 de junho de 1962.

No entanto, na última carta de Germer para Motta, ele parece estar mais feliz com seu aluno:

“Caro Marcelo, você estava certo. Fiquei no hospital por 3 semanas e em vez de uma operação simples, a próstata teve que ser retirada porque um tumor foi descoberto. Agora estou muito fraco, tenho que ficar 3 ou 4 semanas de cama e tenho muitas dores. […] A segunda carta que você escreveu me deu mais prazer do que qualquer outra nos últimos anos. Está claro que você é guiado pelo Hierofante Supremo e se você o seguir leal e persistentemente até a Meta Designada, ele o conduzirá, desde que algumas das iluminações fornecidas a você não influenciem seu ego novamente, como foi com sua besta. Boa sorte para você! […] Lembre-se da passagem em Liber 418, sobre a abelha e o boi. O M.T. pode, e muitas vezes tem que, aceitar os empregos mais baixos ou servir um mestre patife por um tempo. Lembre-se de NU ‘Que não haja diferença’…! O mesmo se aplica à escrita.” — Carta de Karl Germer para Motta, 12 de outubro de 1962.

Em 25 de outubro de 1962, Karl Johannes Germer faleceu de câncer de próstata.

Depois de Karl Germer

Cinco dias após a morte de Karl, Sascha Germer, sua viúva, enviou uma carta para Motta (ênfase em negrito é nossa):

“Nosso amado Mestre está morto. Ele sucumbiu em 25 de outubro às 20:55 sob circunstâncias terríveis. Você é o Seguidor. Por favor, aceite isso de mim, pois ele morreu em meus braços e este foi seu último desejo. Quem é o herdeiro da Biblioteca, ainda não sei. Meu telegrama para você foi um pedido de ajuda para salvar a Obra e a Biblioteca e esperava que você entendesse, pois ele deixou tudo aberto. […] Tente conseguir um visto e voe para São Francisco, de lá um vôo curto para Stockton ou Sacramento depende do avião que você pega. De Stockton ou Sacramento, todos os dias há uma conexão de ônibus para Jackson. Em Jackson ligue para o Táxi 51 e pergunte por Irene. Ela a levará pelas 22 milhas até a Casa. […] Se você puder fazer isso, eu abriria com você todos os documentos secretos e tentaria encontrar o testamento dele”. — Carta de Sascha Germer para Motta, 30 de outubro de 1962.

Alguns dias depois, Phyllis Seckler também entrou em contato com Motta:

“É possível que você seja nomeado herdeiro dos livros de A.C., já que Karl tinha uma opinião muito positiva sobre seu trabalho na área de publicação. É possível que você venha para a Califórnia? Sascha ainda não conseguiu encontrar o testamento de Karl, mas como tenho a nítida impressão de que abutres são compelidos a se juntar por causa dos manuscritos de A.C., alguma proteção pode ser necessária.” — Carta de Phyllis Seckler para Motta, 1º de novembro de 1962.

Uma semana depois, Marcelo contata Sascha dizendo que ele não é digno de ser o Seguidor, seja lá o que isso signifique:

“Se essa coisa de ‘seguidor’ é o que parece ser, não fale sobre isso com ninguém, a menos que sejam pessoas especialmente confiáveis; você saberia de tal pessoa, suponho. Eu não quero que tal coisa venha a público. Não estou preparado. Eu não sou nada. Ainda levará muitos anos antes que eu esteja pronto para fazer qualquer coisa. Ainda tenho muito trabalho a fazer e você sabe disso melhor do que ninguém!” — Carta de Marcelo Motta para Sascha Germer, 1º de novembro de 1962.

Em 25 de janeiro de 1963, Motta enviou uma carta a Sascha Germer assinando como Zelator 2=9 da A∴A∴. Ele reivindicou todos os Graus futuros por conta própria, uma vez que nunca se colocou sob as instruções de outro membro da A∴A∴ após a morte de Karl:

“Pelo que posso ver (que não é muito longe!), não sou o ‘Seguidor’ no sentido da profecia em AL. Sou apenas o ‘Baphomet’, o ‘Sacerdote dos Príncipes’ — hierático — sob 666. […] DEUS me colocou onde estou; em Nome de Deus falo com você […] Eu sou o Chefe de Thelema; Eu sou a Fonte da Política Thelêmica; eu sou o Juiz e o Reconciliador designado para você; Eu sou o Vigário de Cristo; eu possuo as Chaves do REINO, e ninguém deve ser admitido e ninguém pode ser expulso dele senão pelo meu FIAT; assim disse Ele, e assim será. […] 2=9 A∴A∴”

Uma semana depois, ele falaria novamente sobre seu status na A∴A∴:

“Embora eu me chame de Zelator, por bons motivos, eu ‘tenho uma estrela na minha testa’; ‘eu, que falo com você, sou grande’. Não fale mais de mestres comigo! […] Sendo apenas um Zelator, não disponho dos poderes mágicos para ganhar dinheiro, ou para neutralizar as correntes hostis; eu só tenho que ser paciente e esperar, e deixar os Chefes intervirem, se Eles acharem necessário. […] Estou em posse do Segredo do IX° há vários anos; mas até que eu alcance o Grau de Adepto Menor — seja nesta encarnação ou em outra — não serei capaz de fazê-lo. A menos que Adonai construa a casa, eles trabalham em vão para construí-la.” — Carta de Marcelo Motta para Sascha Germer, 15 de fevereiro de 1963.

Em 1966, Motta datilografou sua tradução para o português dos Comentários de Liber Legis, incluindo seus próprios comentários junto aos de Crowley. Ele planejava publicar os comentários em português em 1969, mas o livro nunca foi lançado. No entanto, ele compartilhou o texto datilografado e as cópias com seus alunos brasileiros da A∴A∴. Este livro constitui a maior parte do que seria publicado em inglês como The Commentaries of AL, em 1976. Ele escreveu (em português)[3:1]:

“Esta nota está sendo escrita em 1966 — este Livro é para ser publicado no Equinócio de Outono de 1969.”

Em 1969, Motta contata Robert Lund tentando obter uma cópia de Liber Collegii Sancti, isto é, os Juramentos e Tarefas dos Graus da A∴A∴ até Adeptus Minor 5=6, um documento que ele não possuía. Além disso, ele solicita uma cópia de Liber Ararita, um livro do qual um Philosophus 4=7 deve memorizar um capítulo.

“Se você possui uma cópia do Liber 185, Liber Collegii Sancti, eu ficaria extremamente grato se você mandasse fazer uma fotocópia para mim. Eu, é claro, pagaria pelas despesas necessárias — são apenas 14 páginas, acredito. […]

Eu preciso dos Juramentos dos Graus e das Tarefas com muita urgência. Além disso, se você tiver uma cópia de ‘Liber Ararita’, eu ficaria muito grato se você também pudesse fazer uma transcrição para mim.

Terei prazer em explicar minha necessidade dessas coisas, caso você ache que uma explicação seja necessária. Sou um Zelator da A∴A∴ e aluno do falecido Karl Germer. Ele já estava muito doente quando datilografou minhas Tarefas de Zelator e cometeu um erro, repetindo parte da Tarefa de Neófito. Visto que sua esposa não gosta de mim de modo algum, não confio que ela forneça uma cópia fiel. Além disso, agora sou meu próprio professor, trabalhando inteiramente sozinho, e preciso dos Juramentos e Tarefas subsequentes. Esta é uma deficiência séria. Eu espero que você possa ajudar.” — Carta de Motta para Robert Lund, 16 de junho de 1969.

Embora ainda esteja tentando obter as tarefas do Grau de Zelator e acima, e afirmando ser um Zelator 2=9 em junho de 1969, Motta afirma ter atingido o Grau de Bebê do Abismo naquele mesmo ano de 1969:

“Em 1969, o pesquisador havia alcançado, embora imperfeitamente, o grau de Bebê do Abismo sem nunca ter feito um estudo sistemático de Liber O […]” — The Equinox Volume V Número 2, Liber CCXXXI: A Personal Research with Notes and a Commentary, p. 283.

Em 1970, ele ainda está tentando adquirir uma cópia dos Juramentos e Tarefas:

“Estou tentando há algum tempo (vários anos, na verdade) obter uma fotocópia do seguinte item dos escritos de Crowley: Liber Collegii Sancti sub figura 185

[…] Talvez eu deva explicar meu interesse pelo livro. Sou oficialmente um Zelator da A∴A∴ desde 1962, meu Practicus foi o falecido Karl J. Germer, de quem pelo menos o Sr. Yorke deve se lembrar. Infelizmente, a cópia do Liber 185 do Sr. Germer estava danificada, pois meu Juramento de Zelator está incorretamente formulado.

Além disso, já passei além da Tarefa e Juramento de Zelator; mas a morte do Sr. Germer e a inimizade de sua viúva tornaram impossível para mim observar o progresso ordenado através dos Graus, ou mesmo a sua concessão a outras pessoas. Estou ansioso para remediar esta situação, e talvez um dos senhores acima esteja disposto a ajudar.” — Carta de Motta para John Symonds e Kenneth Grant, 28 de outubro de 1970.

Grant só lhe daria uma cópia de Liber Collegii Sancti em 1971, mas também lhe daria uma cópia do Liber DCLXXI como bônus. Não está claro se este segundo documento era Liber Throa ou Liber Pyramidos, ambos numerados DCLXXI.

Em dezembro de 1971 ele afirma ser um Magister Templi para um discípulo brasileiro:

“Eu já tinha o XI° O.T.O. na época em que primeiro entramos em contato, e sou Mestre do Templo da A∴A∴, Chefe da Ordem de Telema no mundo inteiro, e o sucessor espiritual de A.C. (reconhecido como tal pelo próprio Saturnus em seu leito de morte). Mas nunca houve qualquer motivo para lhe dar tais informações na ocasião do nosso primeiro contato” — Carta de Marcelo Motta para Euclydes Lacerda de Almeida, 18 de dezembro de 1971.

É importante notar que Motta considerava que uma pessoa poderia ter diferentes Graus da A∴A∴ ao mesmo tempo, em planos diversos, executando as funções de um Grau superior enquanto ainda trabalha nas tarefas de um Grau inferior:

“PS Eu me chamei de Adepto — ou melhor, Adjuvo. Minha estimativa da situação é que, Adjuvo é, se todos os planos forem considerados, apenas um Neófito, e não poderia ser mais. Mas em um certo plano, há um Adjuvo 6=5 que é um Adepto Maior realizando a tarefa administrativa de um Adepto Maior: isto é, tentando, trabalhando absolutamente sozinho, manter a disciplina entre as pessoas em seus planos separados, e transmitir claramente o discurso de seu superior imediato, O.M. 7=4. — Carta de Motta para Germer, 30 de maio de 1962.

The Equinox Volume Cinco

Em 1974, James Wasserman, funcionário da editora Samuel Weiser, descobre que alguém lhes enviou uma proposta de livro thelêmico (The Commentaries of AL), esperando publicá-la sob o selo deles. Como Wasserman estava interessado em Thelema, ele imediatamente começou a se comunicar com Motta:

“Ele [Weiser] lembrou que Motta era estudante de Karl Germer e esteve envolvido com a publicação de Liber Aleph, e que Germer mencionou que Motta era obstinado e errático. Mas Donald Weiser Publishing e The Commentaries of AL também expressaram um vago interesse em minha busca pelo manuscrito. Eu o encontrei naquela noite e escrevi para Motta no dia seguinte para informá-lo que estava sob análise. Minha carta é datada de 26 de junho de 1974.” — In the Center of the Fire, pp. 64-65.

Em 1975, descobrimos que o mote de Magister Templi de Motta é Ever:

“[…] Nenhuma tradução mais de material telêmico é necessária até que TODAS as traduções já feitas por Frater EVER, Magister Templi A∴A∴, Besta da Ordem de θέλημα, XI° O.T.O., tenham sido publicadas em devida forma em português.” — Carta de Marcelo Motta para Euclydes Lacerda de Almeida, 26 de junho de 1975

Em 12 de novembro de 1975, a Philips Records lançou o quarto álbum de estúdio do cantor brasileiro Raul Seixas. Seu novo álbum é chamado de Novo Æon. Contém quatro canções compostas em parceria com Marcelo Ramos Motta: Tente Outra Vez, A Maçã, Peixuxa o Amigo dos Peixes e Novo Æon. O álbum conta ainda com contribuições do escritor Paulo Coelho. Ambos foram Probacionistas da A∴A∴: Seixas sob instrução de Motta, Coelho sob instrução de Euclydes Lacerda de Almeida.

Embora The Commentaries of AL tenha sido lançado em 1976, suas primeiras páginas datam de 22 de setembro de 1975. No prefácio, James Wasserman, o editor, afirma que Marcelo Ramos Motta é o Praemonstrator da A∴A∴:

“Esta edição dos Comentários ao Livro da Lei foi elaborada por Marcelo Motta, Praemonstrator da A∴A∴ durante o atual Período de Fala Dela. O Sr. Motta era o discípulo dedicado de Frater SATURNUS, Karl Germer. O Sr. Germer era o discípulo de maior confiança de Crowley e o sucedeu como Chefe Externo da O.T.O. após a morte de Crowley em 1947. O Sr. Germer estimava muito o Sr. Motta e seu último desejo foi que ele fosse informado de que ele era o ‘Seguidor’ prometido em AL II, 76, uma crença que o Sr. Motta desde então declarou ser incorreta. Brasileiro de nascimento, ele foi apresentado ao mundo de língua inglesa como o editor e publicador da primeira edição de Liber Aleph, preparado em colaboração com o Sr. Germer em 1961” — Prefácio, The Commentaries of AL, sendo o The Equinox Volume V Número 1 de Motta.

Na página de Imprimatur, ele lista:

  • 216 como um Magister Templi. 216 é a Gematria de הוהר, uma forma de escrever “Ever” em hebraico. Ever é o seu mote de Magister Templi.
  • Φ novamente como um Adeptus Major 6=5, mas não como um Imperator.
  • A. como um Practicus 3=8. A se refere a Adjuvo, seu mote como Probacionista, Neófito e Zelator. É possível que ele estivesse trabalhando as tarefas deste grau no momento.

Depois de ler The Commentaries of AL, Phyllis Seckler escreve para Motta, acreditando que ele realmente era o Praemonstrator da A∴A∴, já que ela sabia que ele era um estudante de Karl Germer e acreditando que a afirmação no livro tinha embasamento em um reconhecimento de Germer:

“Estive lendo o The Commentaries of AL publicado por você e estou satisfeita em ver que você fez isso. No entanto, a coisa toda coloca um cenário muito diferente sobre o que estou fazendo no momento. Visto que agora você é o Praemonstrator da A∴A∴ e já que sou um membro deste corpo, há detalhes a serem trabalhados em relação ao trabalho de promulgar Thelema.” — Carta de Seckler para Motta, 19 de abril de 1976.

Alguns meses depois, sua opinião sobre a alegação de Praemonstrator de Motta estava mudando:

“Francamente, estou bastante convencida de que Motta não é o que diz ser e que suas afirmações são falsas”. — Carta de Seckler para Wasserman, 24 de setembro de 1976.

Logo ela teria acesso aos arquivos do falecido Germer por meio da recém reconstruída O.T.O. e confirmaria suas suspeitas lendo as correspondências de Germer com Motta. Ele não obteve um reconhecimento de Germer para se tornar Pramonstrator e nem Imperator.

Em 1979, Motta lançou o próximo número de seu The Equinox, sob o mesmo Imprimatur e composto principalmente pelos comentários de Crowley e Motta sobre Liber LXV. No prefácio, Motta afirma que assumiu a liderança da A∴A∴ porque sentiu que ninguém mais estava qualificado para o fazer, e não com devida autorização:

“Em nossa juventude, aspiramos, como a maioria dos jovens, a liderar e administrar o movimento do qual fazemos parte. Abandonamos essa ambição porque pensamos que não era bem-vinda aos nossos superiores. Com o passar dos anos, percebemos que a liderança é difícil para aqueles que tentam liderar com honestidade e limita severamente suas vidas e sua liberdade; portanto, abandonamos qualquer desejo por ela e encaramos com desconfiança todos aqueles que estavam ansiosos para abraçá-la, a menos que fossem, como éramos, jovens e inexperientes. Agora tivemos a liderança empurrada sobre nós. Devemos assumir a liderança pela razão muito simples de que não há ninguém mais qualificado para fazer isso.” — Praemonstrance, The Equinox Volume V Número 2 de Motta.

Phyllis Seckler novamente declara que não acredita nas alegações de Motta:

“A ameaça da O.T.O. é interna e duvido que Motta possa causar qualquer dano real. Ele nunca teve permissão de Karl ou qualquer outra pessoa para começar uma Loja ou Acampamento e estava tentando obter essa permissão quando Karl faleceu. M[otta] estava frenético e colocou algumas informações sobre isso em uma carta para mim e outra para Sascha.

Quanto à A∴A∴, ela não pertence a Motta e quanto mais ele escreve dessa maneira, mais tolo ele parece. Suas críticas a mim não me afetam — eu tenho rido o dia todo sobre o que ele escreveu em seu assim chamado Equinox — que alguém me enviou hoje mesmo. Motta está apenas com raiva porque eu me recusei a reconhecê-lo como um grande bam-bam-bam desde o início logo depois que Karl morreu e eu só tenho que publicar as cartas de M. para mim e as minhas para ele para provar este ponto e fazer M. parecer estranho!

Além disso, o meu College [of Thelema] é tão pequeno até eu treinar meus professores e ainda continuará minúsculo por muito tempo, pois leva muito tempo para criar uma criança em Thelema! O mesmo vale para meus esforços no que diz respeito à A∴A∴, então dificilmente vale a pena alguém mirar os meus esforços.” — Carta de Seckler para Israel Regardie, 10 de julho de 1979.

Em 1980 e em 1981, Motta lançou os próximos números de seu Equinox, The Chinese Texts of Magick and Mysticism (“Os Textos Chineses da Magia e do Misticismo”), seguido por Sex and Religion (“Sexo e Religião”), onde ele listou 216, Φ e A. novamente em seus respectivos graus da A∴A∴ como no Imprimatur anterior.

Em Sex and Religion, Motta fala sobre muitos de seus ex-discípulos, incluindo aqueles que fazem parte de uma nova administração da A∴A∴ anunciada pela O.T.O. moderna:

“James Daniel Gunther: uma vez um representante legítimo da OTO; rebaixado por planejar o assassinato de sua superiora hierárquica; retirou-se voluntariamente da A∴A∴ e foi expulso da O.T.O.

[…] James Wasserman: em uma época foi Probacionista sob Marcelo Motta; recebeu uma procuração completa de Motta para lidar com a transferência legítima de propriedade da O.T.O. para mãos qualificadas; desobedeceu a todas as suas instruções e entregou a propriedade nas mãos de ladrões. Nós o transferimos para outro instrutor e, posteriormente, cortamos o contato por quebrar seu Juramento.

[…] William Breeze: um ex-Probacionista que falhou em manter seu Juramento e realizar sua Tarefa e teve seu contato cortado como resultado.” — Editorial, The Equinox Volume V Número 4: Sex and Religion.

Ele também critica outras pessoas que agora são consideradas líderes de outros grupos que reivindicam ser A∴A∴, principalmente com o fundamento de que ele é o verdadeiro líder da O.T.O. original:

“Phyllis McMurtry, também conhecida como Phyllis Wade e Phyllis Seckler. Outrora uma Neófita genuína da A∴A∴, ao alcançar a Visão do Sagrado Anjo Guardião ficou obcecada com a ilusão de que havia se tornado uma Adeptus Minor. Foi acusada pela Sra. Karl Johannes Germer de enviar uma gangue liderada por seus próprios filhos para assaltar e roubar a pessoa e residência da Sra. Germer. Apropriou-se indevidamente de propriedade Thelêmica e se apresentou incorretamente como uma Mestre de Loja da O.T.O."

A consecução de Phyllis Seckler do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião havia sido reconhecida pelo próprio Karl Germer em 1952, antes mesmo de Motta conhecê-lo, e algumas de suas cartas discutindo esta experiência espiritual foram publicadas em Karl Germer: Selected Letters 1928-1962. Sascha Germer havia acusado uma filha de Phyllis Seckler de tê-la atacado e roubado itens da casa dela, baseado em ter visto a mão da moça. Este boato já foi desmentido, conforme exposto em Inside Solar Lodge.

Motta continua:

"Grady McMurtry: falsamente se passa por um representante da O.T.O.; concedeu documentos sem nunca ter tido uma autorização adequada; caluniou membros legítimos da O.T.O. e se apropriou indevidamente de propriedade da Ordem.

[…] Israel Regardie: pirateou material da O.T.O. e publicou para seu próprio lucro pessoal; fez isso enquanto a Sra. Karl Johannes Germer, legítima executora do testamento do Chefe Externo, estava morrendo lentamente de fome em seu próprio estado de residência, a Califórnia.” — Editorial, The Equinox Volume V Número 4: Sex and Religion.

Os Processos

Em 1981, Marcelo Motta se mudou de volta para os Estados Unidos da América, onde seus discípulos haviam montado uma editora, que publicava seus livros desde que se desentendeu com a Weiser.

Em 1984, Motta processou a Samuel Weiser Inc, que publicava e vendia livros escritos por Aleister Crowley. Motta alegava ser o C.E.O. da O.T.O., mas o tribunal do Maine decidiu que ele falhou em provar isso e que a O.T.O. (não existindo legalmente) não poderia possuir propriedade.

Em 15 de outubro de 1984, Motta escreve seu testamento, onde declara o que deve acontecer com sua Society Ordo Templi Orientis e sua versão da O.T.O., nomeando três pessoas (Claudia Canuto de Menezes, Daniel Ben Stone e William Robert Barden) para serem os executores e realizam uma eleição para um único herdeiro. A A∴A∴ não é mencionada de forma alguma.

De 13 a 17 de maio de 1985, Motta encarou Grady McMurtry, William E. Heidrick, Phyllis Seckler, James Wasserman, e outros, em um tribunal de São Francisco, sendo processado por eles após a primeira derrota. Motta também perdeu o segundo processo e em setembro de 1985 voltou ao Brasil.

Em 21 de junho de 1987, em seu último livro, Motta inclui longas explicações sobre os problemas com a O.T.O. e os processos judiciais e diz suas últimas palavras sobre alguns de seus ex-estudantes e correspondentes:

“Repetidamente tive estudantes que falharam em alcançar até mesmo a Iniciação de Neófito e perderam todo o senso de perspectiva e até mesmo de moralidade como resultado. Alguns exemplos nas últimas duas décadas foram Euclydes [Lacerda] de Almeida, Oséas de Almeida, James Wasserman, J. C. Ellis, J. D. Gunther, Richard Gernon, M. P. Starr, J. A. Queiroz. E é claro, embora antes da minha época, Francis ‘Israel’ Regardie, Kenneth Grant, G. J. Yorke, G. L. McMurtry, H. P. Smith e Phyllis Seckler são casos clássicos de fracasso iniciático levando à insanidade moral permanente.” — Thelemic Magick Unexpurgated Commented, Part 1, p. 56.

No mesmo livro, ele menciona suas descobertas sobre Metzger também ter sido chamado de Seguidor por Germer. Neste ponto, Motta tinha o entendimento de que o Seguidor se referia ao cargo de Chefe Externo da Ordo Templi Orientis, e não ao seguidor do Livro da Lei ou à liderança da A∴A∴:

“Eu não sabia que Você está em correspondência direta com ele nem sabia que ele como C.E.O. da O.T.O. pediu sua Opinião sobre o Status dele. Como Você menciona meu Nome na Carta, tomo a liberdade de dizer-lhe que Frater Saturnus o fez em 1961 (sic) o único Seguidor da Coroa da Ordem. […] Sascha. […] Em todo caso, uma carta escrita em 1961 e.v. nomeando Metzger como ‘Seguidor’ teria sido substituída pela declaração no leito de morte em 1962 e.v. de que Motta deveria ser informado de que o ‘Seguidor’ era ele.” — Thelemic Magick Unexpurgated Commented, Part 1, pgs. 267-268.

Em 27 de agosto de 1987, Motta faleceu de infarto do miocárdio e edema pulmonar. Até onde se sabe, seu testamento nunca foi executado.

Linha do Tempo de Motta na A∴A∴

AnoEvento
1931Motta nasceu no Brasil
1952Motta mudou-se para os EUA
1953Primeiro contato com Germer
19530=0
19601=10 reivindicado por Motta
1961Motta muda-se para o Brasil
19616=5 reivindicado por Motta
19621=10 de Motta confirmado por Germer
1962Germer faleceu
19632=9 reivindicado por Motta
1969Ainda reivindicando o 2=9
1969Grau de Bebê do Abismo reivindicado por Motta
19718=3 reivindicado por Motta
1981Motta muda-se novamente para os EUA
1985Motta retorna ao Brasil
1987Motta falece


  1. Se você tiver documentos de ou sobre Motta, como cartas, patentes, panfletos, manifestos, etc., sinta-se à vontade para entrar em contato conosco através de hadnu@hadnu.org para que eu possa atualizar este artigo com novas informações. ↩︎

  2. Segundo carta de Motta para Germer, 2 de julho de 1954. ↩︎

  3. Um elemento pré-textual das instruções oficiais da A∴A∴, contendo os motes mágicos dos membros que autorizaram o lançamento daquela publicação. Geralmente inclui os cargos dos três oficiais que governam a Ordem. Consulte o meu artigo “O Imprimatur da A∴A∴“. ↩︎ ↩︎


Traduzido por Alan Willms.

Gostou deste artigo?
Contribua com a nossa biblioteca