O Design dos Robes da A∴A∴
Os diferentes estilos de robes criados por Crowley para a A∴A∴


O Design dos Robes da A∴A∴ ¶
Faz o que tu queres será o todo da Lei.
O robe ou túnica mágica é uma parte importante do Sistema da A∴A∴, sendo uma insígnia ou característica específica de cada Grau, tal como os diferentes aventais na Maçonaria ou faixas dos graus da Aurora Dourada. Embora o robe seja mencionado nas Tarefas de Liber Collegii Sancti, Crowley nunca publicou abertamente instruções oficiais sobre o assunto, e não há um design unânime de robe entre os vários grupos que reivindicam sucessão da A∴A∴.
Vamos revisar os designs mais conhecidos e algumas versões atípicas dos robes.
O Robe como uma Ferramenta Mágica ¶
Em Liber ABA, Parte II, Capítulo XII:
“O Robe de um Magista pode variar de acordo com seu grau e com a natureza de seu trabalho.
Há dois Robes principais, o branco e o preto; destes, o preto é mais importante do que o branco, porque o branco não tem capuz. Estes Robes podem variar pela adição de vários símbolos, mas em todo caso, o formato do Robe é o de um Tau. […]
O Robe é aquilo que oculta, e que protege o Magista dos elementos; é o silêncio e o sigilo com os quais ele trabalha, seu esconderijo na vida oculta de Magia e Meditação. Esta é a “ida para o deserto” que encontramos nas vidas de todas as pessoas dos mais altos tipos de grandeza. E também é o recolhimento do self de alguém da vida como tal.
Em outro sentido é a “Aura” do Magista, aquele ovo ou invólucro invisível que o cerca. Esta “Aura” precisa ser brilhante, elástica, impenetrável, até mesmo pela luz, ou seja, por qualquer luz parcial que venha de um único lado.
A única luz do Magista é da Lamparina que está pendurada acima de sua cabeça, conforme ele está no centro do Círculo, e o Robe, estando aberto na gola, não opõe qualquer obstáculo à passagem desta luz. E estando aberto, e bem aberto na parte inferior, permite que aquela luz passe e ilumine aqueles que se sentam nas trevas e na sombra da morte.”
O Robe na Recepção e nos Avanços da A∴A∴ ¶
Na “Tarefa de um Probacionista”, encontramos a seguinte instrução relativa ao robe (ênfase nossa):
“O aspirante à A∴A∴ escutará a Lição (Liber LXI) e esta nota de sua função; se ele quiser, então adquirirá o robe de um Probacionista; deverá escolher com profunda ponderação e intensa solenidade um mote.”
Há duas interpretações para “se ele quiser”: isso pode insinuar que a aquisição do robe é opcional, ou seja, se o candidato quiser irá adquiri-lo, ou pode indicar que se ele quiser prosseguir com a admissão é que deverá adquirir o robe (e escolher um mote).
Há uma nota inclusa em uma edição privada de Liber Causae de 1910 que corrobora com a segunda interpretação:
“Esta cópia é emprestada ao correspondente com o distinto entendimento de que ele a devolverá Duas horas após tê-la recebido, com uma resposta definitiva ‘Sim’ ou ‘Não’ quanto a querer prosseguir e assumir o compromisso de um Probacionista.
O robe de um Probacionista deveria ser adquirido do Sr. W. Northam, 9, Henrietta Street, Covent Garden, Londres, que cobra Cinco Pounds por ele.
O custo do [Primeiro Volume do] Livro é um Guiné, e precisa ser pago no momento da recepção para o Neófito que o está admitindo.
A admissão não é válida a menos que o Neófito entregue o robe ao Probacionista com suas próprias mãos; ou no caso de correspondência — um método que não deve ser empregado sem um sério motivo – escreva formalmente ‘Eu te concedo o robe’.”
Esta regra nunca veio a público, e mais tarde foi relaxada em Liber Collegii Sancti, onde não é afirmado que o Probacionista precisa pagar pelo Primeiro Volume do Livro.
Mesmo que seja interpretado que a aquisição do Robe de um Probacionista é opcional, isso não se repete com o Robe de um Neófito, porque está escrito que ele precisa obter o robe:
“Que ele obtenha o robe de um Neófito, e confie o mesmo aos cuidados de seu Neófito.” — (Liber Collegii Sancti)
Alfaiataria William Northam ¶
Mas onde um candidato ou membro da A∴A∴ iria adquirir um robe? Ao longo das várias edições do The Equinox, o periódico oficial da A∴A∴, a empresa de William Northam era anunciada como a alfaiataria oficial da Ordem:
“O SR. NORTHAM anuncia que lhe foi confiada a fabricação de todos os robes e outras vestimentas cerimoniais dos membros da A∴A∴ e de seus adeptos e aspirantes.”
O anúncio incluía uma breve descrição de cada robe e sua função. Discutiremos cada um deles adiante. É importante observar que o uso de um Robe não está restrito a membros de um dado Grau, como ocorre na Maçonaria e outras ordens:
“A qualquer momento os robes podem ser usados por uma pessoa de qualquer grau em ocasiões apropriadas.”
Em 2020, a empresa de William Northam ainda continuava operando (e provavelmente ainda opera hoje). Eles descrevem a si mesmos como “alfaiates de robes & fotógrafos”. Entramos em contato solicitando informações sobre os robes da A∴A∴, mas infelizmente eles responderam que não produzem mais estes robes – e nem produziram por um longo, longo tempo.
Os Múltiplos Designs ¶
Uma vez que não conseguimos mais obter o design oficial a partir da empresa que confeccionava os robes, precisamos consultar outras fontes. Há duas fontes principais para os vários designs de robes da A∴A∴ sugeridos por Aleister Crowley:
1. Alguns desenhos foram feitos por Crowley e enviados para Fuller em 1909 (doravante chamado de design Crowley / Fuller).
2. Os desenhos de Crowley inspiraram uma instrução e design de robes de proveniência moderna chamado Liber Vesta vel פרכת (doravante chamado design Outer College), publicado em 1996 no livro Commentaries on the Holy Books & Other Papers. Estes dois conjuntos de robes possuem diferenças, portanto vamos tratá-los como designs distintos adiante.
3. Uma breve nota datilografada por Israel Regardie quando ele serviu como secretário particular de Aleister Crowley em algum momento entre 1928 e 1932. Esta nota foi copiada por James A. Eshelman em 1980 e publicada em seu livro The Mystical and Magical System of the A∴A∴ (doravante chamado design Crowley / Regardie). Este design condiz com as fotografias de pessoas usando robes publicadas em livros e jornais da época em que a A∴A∴ começou a aceitar membros, e também condiz com os anúncios da William Northam’s.
Embora estes sejam os conjuntos de design de robes mais populares dentre os vários grupos que reivindicam ser continuidades da Ordem da A∴A∴, há ainda outros designs sugeridos por Crowley. Um exemplo disso é o robe de Probacionista preto descrito por Crowley em seu livro Magick Without Tears e o Robe preto de Neófito com bordas douradas pintado por ele enquanto residia em Cefalù. Vamos descrever e analisar estes designs, Grau a Grau.
Probacionista 0○=0□ ¶
“Nº 0. ROBE DO PROBACIONISTA £5 0 0
[Nº] 1. [ROBE DO PROBACIONISTA] qualidade superior [£]7 0 0O Robe do Probacionista é adequado para a execução de todas as Invocações gerais e especialmente para a I[nvocação] do S[agrado] A[njo] G[uardião]; um nemés branco e dourado pode ser usado. Esses robes também podem ser usados por Magos Assistentes em todos os rituais complexos do Branco”. (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
“0=0 Robe branco [em forma de] Tau, sem capuz. Adorno dourado ao redor da bainha, punhos, gola. Pentagrama na frente, hexagrama atrás”. (Nota de Regardie)
“E mesmo que ele seja de um grau mais alto do que um Probacionista, ainda assim ele deve vestir o robe do Probacionista, pois a estrela de chamas manifesta abertamente Ra-Hoor-Khuit sobre o peito, e secretamente o triângulo azul que desce é Nuit, e o triângulo vermelho que ascende é Hadit. E eu sou o Tau dourado no meio de seu casamento.” (8º Æthyr de A Visão e a Voz)
“[…] se ele quiser [prosseguir], então adquirirá o robe de um Probacionista; deverá escolher com profunda ponderação e intensa solenidade um mote. Na admissão, ele receberá o robe […]” (Liber Collegii Sancti)
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Detalhe da frente | Detalhe das costas |
Nas fotografias acima, três pessoas estão vestindo o Robe de Probacionista na apresentação da peça teatral dos Ritos de Saturno uma das sete peças que compõe Os Ritos de Elêusis de Crowley.
Fotos e Cores ¶
Nas fotos, observa-se que o triângulo voltado para baixo é muito claro, enquanto as bordas do robe são muito escuras. Utilizando um editor de imagens em um computador, se alterarmos um hexagrama Vermelho e azul para escala de cinza, notaríamos que o azul se torna um cinza mais escuro do que o do vermelho, e pode-se presumir erroneamente que nas fotografias antigas a ordem dos triângulos deveria estar invertida.
Computadores não convertem imagens coloridas em escala de cinza da mesma maneira que antigas máquinas fotográficas mecânicas convertiam a luz da natureza em preto & branco. De acordo com Walters e Davis (1921, traduzido pelo autor):
”Chapas e filmes fotográficos devem sua sensibilidade à luz ao brometo de prata incorporado à gelatina com a qual são revestidos. O brometo de prata, conforme encontrado em chapas comuns, […] é afetado apenas pela luz azul, violeta e ultravioleta. Verde, amarelo, laranja e vermelho têm pouco ou nenhum efeito, de modo que uma fotografia feita em tal chapa retrata o azul, o violeta e o ultravioleta (que não afetam os olhos) como branco; enquanto o verde (ao qual o olho é mais sensível), o amarelo, o laranja e o vermelho são retratados como preto.”
Isso explica porque as bordas douradas parecem tão escuras e o triângulo azul tão claro nas fotografias antigas. Desta forma, as fotos condizem com a descrição do hexagrama dada no 8º Æthyr de A Visão e a Voz. Além disso, podemos considerar a descrição dada no romance Moonchild de Aleister Crowley:
“Atrás de cada cadeira estava um dos Probacionistas da Ordem, trajando um robe branco, em cujo peito havia um Pentagrama escarlate. O pescoço, as mangas e a bainha eram adornados com ouro.”
Embora Crowley não tenha desenhado o robe de Probacionista nos rascunhos enviados para Fuller, o Liber Vesta (1996) sugere a mesma abordagem:
“O Probacionista deverá vestir um Robe de Linho ou Lã ou Seda Branca no Formato do Tau, decorado de Ouro na gola, mangas e bainha. Na frente do Robe, de Escarlate, haverá o Pentagrama de ponta para Cima; nas costas, o Hexagrama da Natureza com o Tau dourado em seu meio, pois ‘o triângulo azul que desce é Nuit, e o triângulo vermelho que ascende é Hadit’. Não há capuz.”
Segue uma ilustração do robe clássico em cores:
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(Frente – clássico) | (Costas – clássico) |
No entanto, embora a primeira edição Liber Vesta concorde com a nota de Israel Regardie e com as fotografias antigas de membros da A∴A∴, uma nova edição de Liber Vesta publicada por J. Daniel Gunther em seu livro The Angel & The Abyss: The Inward Journey, Books II & III (2014) exibe fotos de uma pessoa vestindo um robe de Probacionista onde o tau dourado dentro do hexagrama está de cabeça para baixo, e o pentagrama escarlate é entrelaçado.
Uma ilustração baseada na segunda versão do design Outer College:
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(Outer College – frente) | (Outer College – costas) |
Outras Variações ¶
Outro design muito diferente é dado pelo próprio Crowley em seu livro Magick Without Tears, (publicado postumamente em 1955), no Capítulo XXIII:
“Agora, quanto aos seus apetrechos pessoais, Robe, Lámen, Sandálias e similares, O Livro da Lei simplificou as coisas para nós de forma muito completa. ‘Eu te urjo seriamente a que venhas diante de me em uma vestimenta única, e coberto com um rico diadema" (AL I, 61) O Robe pode muito bem ter a forma da Cruz Tau; isto é, expandindo da axila ao tornozelo e do ombro até — como quer que se chame o lugar de onde suas mãos saem. (O formato é bem mostrado na ilustração do [livro] Magick, p. 360). Sendo você uma Probacionista, preto puro está correto; e o Hexagrama Unicursal pode ser bordado, ou feito “aplique” (seria isso? quero dizer, “colado”), no peito. O melhor toucado é o Nemés: não sou a pessoa certa para descrever como fazer um, mas há vários modelos no Museu Britânico, em qualquer texto hieroglífico ilustrado. A Esfinge usa um, e há uma fotografia mostrando a forma e a estrutura com muita clareza no Equinox I, 1, frontispício do Suplemento. Você pode facilmente fazer um de seda; listras largas em preto e branco são um design agradável. Evite complexidades ‘artísticas’.”
Outro design preto é usado por alguns dos estudantes de Marcelo Ramos Motta. O hexagrama unicursal foi substituído pelo design do hexagrama clássico, porém figurando sobre o peito, e com as cores invertidas conforme a o Hexagrama Sagrado descrito no capítulo 69 do Livro das Mentiras de Crowley:
”No Hexagrama comum, o Hexagrama da natureza, o triângulo vermelho está para cima, como o fogo, e o triângulo azul, para baixo, como a água. No hexagrama mágico, isso se inverte; o triângulo vermelho descendente é o de Hórus, um símbolo especialmente revelado por ele pessoalmente, no Equinócio dos Deuses. (É a chama descendo sobre o altar e consumindo a oferenda queimada.) O triângulo azul representa a aspiração, visto que o azul é a cor da devoção, e o triângulo, considerado cineticamente, é o símbolo da força direcionada.”
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(Design de Crowley no Magick Without Tears) | (Design de Motta, de acordo com alguns de seus discípulos) |
Neófito 1○=10□ ¶
“[Nº] 2. NEÓFITO [£]6 0 0
O Robe do Neófito é adequado para todas as operações elementais. Um nemés preto e dourado pode ser usado. Magos Assistentes podem usá-los em todos os rituais complexos do Negro.” — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
“1=10 Preto com capuz, nenhuma insígnia”. — (Nota de Regardie)
“Que ele obtenha o robe de um Neófito, e confie o mesmo aos cuidados de seu Neófito.” — (Liber Collegii Sancti)
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(Crowley / Fuller) | (Crowley / Regardie) | (Outer College) |
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(Crowley / Regardie – capuz) | (Outer College – capuz) |
Outras Variações ¶
Aleister Crowley pintou um retrato de Frater Progradior (Frank Bennett) como um Neófito 1○=10□:
O design deste robe não condiz com nenhuma das descrições do robe de Neófito dadas acima, no entanto, ele se assemelha ao robe descrito por Jean Fuller em sua biografia de Victor Neuburg (um dos primeiros membros da A∴A∴), no que diz respeito ao que parece ser uma adaptação da antiga cerimônia de iniciação da Ordem Hermética da Aurora Dourada (se é que já foi usado, o Ritual Throa teria sido realizado dias depois, note que esta não é sua admissão como um Neófito A∴A∴):
“Provavelmente em uma antessala onde a iniciação aconteceria, ele foi vestido de um robe negro ele. Quase certamente era o mesmo que Crowley usara em sua admissão como Probacionista [sic], e Victor teria sido informado que isso era para sua proteção. Era como uma túnica, exceto pelas mangas largas com bordas douradas, e tinha um capuz com orifícios para os olhos que podia ser levantado em cima da cabeça.”
Zelator 2○=9□ ¶
“[Nº] 3. ZELATOR Símbolo adicionado ao Nº 2 [£]1 0 0
O robe do Zelator é adequado para todos os rituais que envolvam I O e para os ritos infernais da Lua. No primeiro caso, uma coroa Uraeus e nemés roxo, no segundo, um nemés prateado, devem ser usados.” — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
“2=9 Adiciona um olho-no-triângulo prateado ao capuz”. — (Nota de Regardie)
“Que ele realize as adições necessárias que devem ser feitas em seu robe de Neófito, e confie o mesmo aos cuidados de seu Zelator.” (Liber Collegii Sancti)
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(Crowley / Fuller) | (Crowley / Regardie) | (Outer College) |
Adiciona uma faixa violeta na parte inferior | Adiciona um olho-no-triângulo prateado ao capuz | Adiciona um quadrado violeta na parte inferior |
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(Crowley / Regardie – capuz) | (Outer College – capuz) |
Practicus 3○=8□ ¶
”[Nº] 4. PRACTICUS [Símbolo adicionado ao Nº] 3 [£]1 0 0
O robe do Practicus é adequado para todos os rituais envolvendo I I, e para os ritos de Mercúrio. No primeiro caso, deve ser usada uma coroa Uraeus e um nemés verde, no segundo, um nemés de seda furta-cor”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
”3=8 Adiciona hexagrama prateado de 48 raios ao capuz”. — (Nota de Regardie)
”Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Zelator.” — (Liber Collegii Sancti)
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(Crowley / Fuller) | (Crowley / Regardie) | (Outer College) |
Adiciona uma faixa laranja no braço direito | Adiciona um hexagrama prateado formado por 48 raios ao redor do triângulo no capuz | Adiciona uma faixa laranja no braço direito |
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(Crowley / Regardie – capuz) | (Outer College – capuz) |
Na fotografia abaixo podemos ver uma pessoa possivelmente usando o robe de um Practicus no Rito da Lua:
Philosophus 4○=7□ ¶
”[Nº] 5. PHILOSOPHUS [Símbolo adicionado ao Nº] 4 [£]1 0 0
O robe do Philosophus é adequado para todos os rituais envolvendo O O, e para os ritos de Vênus. No primeiro caso, uma coroa Uraeus e um nemés azul celeste, e no Segundo um nemés verde, deveriam ser usados”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)_
”4=7 Adiciona cruz do calvário ao peito”. — (Nota de Regardie)
”Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Practicus”. — (Liber Collegii Sancti)
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(Crowley / Fuller) | (Crowley / Regardie) | (Outer College) |
Adiciona uma faixa verde ao braço esquerdo | Adiciona cruz do calvário ao peito | Adiciona uma faixa verde ao braço esquerdo |
De acordo com James Eshelman, estas são as cores da cruz do calvário:
No entanto, de acordo com a explicação sobre cores dada por Walters e Davis, as cores sugeridas por Eshelman deveriam parecer diferentes nas fotografias em preto-e-branco. Por exemplo, a parte violeta do topo deveria ser muito branca, e a parte amarela muito escura. Além disso, a própria cor preta não aparente ser tão escura nas fotos.
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Crowley | Laylah 1 | Laylah 2 |
É claro, uma vez que os robes da Segunda Ordem da R.R. et A.C. são coloridos e também portam a cruz do calvário, talvez estas fotos sejam de uma variação da Segunda Ordem.
Dominus Liminis ¶
”[Nº] 6. DOMINUS LIMINIS [Símbolo adicionado ao Nº] 5 [£]1 0 0
O robe do Dominus Liminis é adequado para os ritos infernais do Sol, que nunca deverão ser celebrados”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
”D.L. Adiciona rosa de 5 pétalas ao centro da cruz”. — (Nota de Regardie)
”Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Philosophus”. — (Liber Collegii Sancti)
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(Crowley / Fuller) | (Crowley / Regardie) | (Outer College) |
Adiciona um capuz branco com três Neteru azuis na altura da boca, somente contorno | Adiciona uma rosa de 5 pétalas no centro da cruz no peito | Substitui o capuz preto por um capuz branco com três Neteru azuis na altura da boca |
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(Crowley / Fuller – capuz) | (Outer College – capuz) |
Esta é a cruz do calvário com a rosa de cinco pétalas:
Perceba que o design da rosa-cruz completa nas fotos é ligeiramente diferente. Um deles parece ter uma borda escura ao redor da rosa.
Uma foto de Laylah vestindo um robe complete de Dominus Liminis de acordo com o design Crowley / Regardie (o capuz está dobrado para dentro para formar um chapéu):
Adeptus Minor (externo) 5○=6□ ¶
”[Nº] 7. ADEPTUS (externo) [Símbolo adicionado ao Nº] 0 or 1 [£]3 0 0
O robe do Adeptus Minor é adequado para os rituais do Sol. Um nemés dourado pode ser usado”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
”5=6 (externo) Igual ao do Probacionista, adiciona símbolo”. — (Nota de Regardie)
No grupo reivindicador da A∴A∴ “Outer College”, o símbolo adicionado ao robe Adeptus Minor (externo) 5○=6□ é um Olho de Hórus vermelho no centro do Pentagrama:
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(Outer College, frente) | (Outer College, costas) |
Adeptus Minor (interno) 5○=6□ ¶
”[Nº] 8. ADEPTUS (interno) [£]10 0 0
O robe do Adeptus é adequado para as operações particulares do Adeptus, e para o Postulante no Primeiro Portão da Cidade das Pirâmides”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
“5=6 (interno) Robe branco, com a insígnia do D.L.” — (Nota de Regardie)
”O robe de um Adeptus Minor complete é […] um robe branco, com bordas douradas nos punhos, bainha e gola. Sobre o peito há uma cruz formada por seis quadrados dourados Unidos por um uma rosa rubi de cinco pétalas. […] De acordo com uma fonte menor, este robe é amarelo ao invés de branco, todos os outros detalhes sendo exatamente os mesmos dados acima. No entanto, a descrição dada aqui concorda com aquela que Israel Regardie me concede verbalmente de um robe de Adeptus da A∴A∴ Adeptus que ele pessoalmente viu C. S. Jones (Frater Achad) usar”. — (James Eshelman)
No design Outer College, o robe do Adeptus Minor (interno) 5○=6□ é dourado, e com um capuz dourado.
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(Robe de Charles Stansfeld Jones de acordo com Israel Regardie) | (Fonte secundária menor) | (Outer College) |
Esta é uma ilustração da cruz dourada com a rosa de cinco pétalas:
Adeptus Major 6○=5□ ¶
”[Nº] 9. ADEPTUS MAJOR [£]10 0 0
O robe do Adeptus Major é adequado para o Magus Chefe em todos os Rituais e Evocações dos Inferiores, para a performance dos ritos de Marte, e para o Postulante no Segundo Portão da Cidade das Pirâmides”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
”6=5 Igual ao de 5=6, mas vermelho”. — (Nota de Regardie)
De acordo com a revista Magical Link, Spring/Fall, 1998, o robe de Adeptus Major 6○=5□ de Crowley ainda existe. De acordo com ilustrações de robes da R.R. et A.C. feitas pela mesma pessoa que desenhou as imagens em Liber Vesta, e de acordo com as antigas fotos dos Ritos de Elêusis (onde podemos ver robes com capuz com tons que não parecem ser da cor preta), é possível que este tenha sido o primeiro design do robe. A principal diferença aqui entre os designs é o capuz:
Capuz de um suposto robe de Crowley que foi vendido em um leilão.
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(Crowley / Regardie) | (Outer College) |
Adeptus Exemptus 7○=4□ ¶
”[Nº] 10. ADEPTUS EXEMPTUS [£]10 0 0
O robe do Adeptus Exemptus é adequado para o Magus Chefe em todos os Rituais e Invocações dos Superiores, para a performance dos ritos de Júpiter e para o Postulante no Terceiro Portão da Cidade das Pirâmides”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
”7=4 Igual ao do 5=6, mas violeta”. — (Nota de Regardie)
“O robe de Júpiter, 7○=4□ A∴A∴, tinha um capuz que podia ser puxado cobrindo o rosto, e ele tinha buracos para os olhos para poder enxergar. As vezes ele usava este [robe], no entanto, sempre com o capuz jogado para trás.” — (carta de Jane Wolfe para Karl Germer, 27/dez/1949)
O design de Crowley / Regardie condiz com o robe usado por Frater Progradior na pintura mostrada na seção sobre o robe do Neófito.
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(Crowley / Regardie) | (Outer College) |
Bebê do Abismo ¶
”O Bebê do Abismo não tem robe”. — (Propaganda da William Northam’s no The Equinox)
Magister Templi 8○=3□ ¶
”[Nº] 11. MAGISTER TEMPLI [£]50 0 0
Para a performance dos ritos de Saturno, o Magista pode usar um robe preto, cortado rente, com mangas estreitas, com bordas brancas, e o Selo e Quadrado de Saturno marcados sobre o peito e as costas. Um chapéu cônico com os Sigilos de Saturno bordados deveria ser usado.
O robe de Magister Templi é adequado para as grandes Meditações, para os ritos supernos da Lua, e para os ritos de Babylon e do Graal. Mas este robe deve ser usado por homem nenhum, por cauda daquilo que está escrito: ‘Ecclesia abhorret a sanguine’”. — (Anúncio da William Northam’s no The Equinox)
Nenhum grupo descreve este robe, mas considerando o preço anunciado, talvez este seja o design mais adequado:
”O simbolismo geral que adotamos nos leva, no entanto, a preferir a descrição de um Robe que poucos ousam usar. Este Robe é de uma rica seda de um azul profundo e puro, o azul do céu noturno: é bordado com estrelas douradas, rosas e lírios. Ao redor da bainha, com a cauda na boca, está a grande serpente, enquanto na frente, do pescoço à bainha, cai a Flecha descrita na Visão do Quinto Æthyr. Este Robe é forrado com seda púrpura na qual está bordada uma serpente verde enrolada do pescoço à bainha. O simbolismo deste Robe trata de altos mistérios que devem ser estudados em Liber CCXX e Liber CDXVIII; […]”. — (Liber ABA, Parte II, Capítulo XII)
Membros do Outer College usam o robe de Magister Templi 8○=3□ seguindo este segundo design. A imagem abaixo é uma ilustração baseada no relato dado acima por Crowley:
- CROWLEY, Aleister. The Book of Lies. Samuel Weiser, 1997.
- CROWLEY, Aleister; et al. Commentaries on the Holy Books and Other Papers. Red Wheel/Weiser, 1998.
- CROWLEY, Aleister. Liber Collegii Sancti. Privately printed, 1910.
- CROWLEY, Aleister; et al. Magick: Liber ABA, Book 4. Red Wheel Weiser Conari; 2nd Revised Edition, 1998.
- CROWLEY, Aleister. Moonchild. The Mandrake Press, 1929.
- CROWLEY, Aleister; et al. William Northam Robemaker, in The Equinox Volume I Number X. London: Wieland & Co., 1913.
- ESHELMAN, James A. The Mystical and Magical System of the A∴A∴. College of Thelema: First Hardcover Edition, 2008.
- FULLER, Jean Overton. The Magical Dilemma of Victor Neuburg.
- GERMER, Karl. Sellected Letters: 1928-1962.
- GUNTHER, J. Daniel. The Angel & The Abyss: The Inward Journey, Books II & III. Ibis Press, 2014, pp. 367-370.
- RICHMOND, Keith. Progradior and the Beast. Neptune Press, 2004.
- WALTERS, Francis Marion; DAVIS, Raymond. Studies in Color Sensitive Photographic Plates and Methods of Sensitizing by Bathing. Scientific Papers of the Bureau of Standards, Vol. 17, 1921.
Escrito originalmente em inglês e traduzido pelo próprio autor.