Evocação Prática

Este artigo é um capítulo de O Templo do Rei Salomão

Livro I, י, do manuscrito Z2.

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י
Livro I.
Evocação Prática

A. O Círculo Mágico.

B. O Magista, usando o grande lāmen do Hierofante, e seu robe escarlate. O lāmen do Hierofante está no verso de um pentáculo, no qual está gravado o sigilo do espírito a ser invocado.

C. Os Nomes e Fórmulas a serem empregados.

D. O símbolo de toda a evocação.

E. A construção do círculo e a colocação de todos os símbolos etc. empregados nos lugares apropriados a eles, de modo a representar o interior do Templo da A∴ D∴ para o “Entrante”: e a purificação e a consagração do próprio pedaço de terra ou local escolhido para a realização da invocação.

F. A invocação dos Poderes Superiores. Pentáculo formado por faixas concêntricas, nome e sigilo nele, nas cores adequadas; deve ser amarrado três vezes com uma corda e envolto em preto, assim pondo em ação uma força cega, a ser direcionada ou diferenciada ainda mais no processo da cerimônia. Anúncio em voz alta do objetivo do trabalho, nomeando o Espírito ou Espíritos que se deseja evocar. Isto é pronunciado de pé no centro do círculo e virando-se para o quadrante de onde o Espírito virá.

G. O nome e sigilo do espírito, envolto em um pano ou cobertura preta, agora é colocado dentro do círculo, no ponto correspondente ao Ocidente, representando o candidato. Então ocorre a Consagração ou Batismo por água e fogo do sigilo: e a proclamação em voz alta e firme do espírito (ou espíritos) a serem evocados.

H. Agora o sigilo velado deve ser colocado ao pé do altar. Então o Magista chama em voz alta o nome do espírito, convocando-o a aparecer: declarando com que propósito o espírito é evocado; o que se deseja na operação; por que a evocação é realizada neste momento; e finalmente afirmando solenemente que o Espírito SERÁ evocado pela cerimônia.

I. Anúncio em voz alta de que tudo está preparado para o início da evocação propriamente dita. Se for um Espírito bom, o sigilo agora deve ser colocado dentro do triângulo branco. O Magista coloca sua mão esquerda sobre ele, levanta em sua mão direita o instrumento mágico empregado (geralmente a espada da Arte) com a ponta para cima, e começa a evocação do Espírito. Este sendo um exorcismo[1] do Espírito à aparência visível. O Magista fica na posição do Hierofante durante o juramento, e encara o Oeste, independentemente do quadrante particular do Espírito.

Mas se a Natureza do Espírito for , então o sigilo deve ser colocado fora e a Oeste do triângulo branco; e o Magista deverá ter o cuidado de manter a ponta da Espada mágica apontada para o centro do sigilo.

J. Agora, que o Magista se imagine vestido externamente com a aparência da forma do Espírito a ser evocado: e nisso tenha o cuidado de não se identificar com o Espírito, o que seria perigoso, mas apenas formular uma espécie de Máscara, usada por enquanto. E se ele não conhecer a forma simbólica do Espírito, então que ele assuma a forma de um anjo pertencente à mesma classe de operações. Tendo assumido esta forma, então que ele pronuncie em voz alta, com uma voz firme e solene, uma conveniente e potente oração e Exorcismo do Espírito à aparência visível. Na conclusão deste exorcismo, pegando o sigilo coberto em sua mão esquerda, que ele o golpeie três vezes com a parte plana da lâmina da Espada Mágica. Então que ele levante os braços ao máximo, segurando na mão esquerda o sigilo velado, e na direita a espada da Arte erguida, ao mesmo tempo batendo três vezes no chão com o pé direito.

K. Então o sigilo velado e coberto deve ser posto na parte norte do Salão, na borda do círculo, e então o Magista emprega a oração do Hierofante no trono do Oriente, modificando-a ligeiramente, como segue: “A Voz do Exorcismo me disse; que eu me cubra na escuridão, talvez assim possa me manifestar na Luz” etc. Então o Magista proclama em voz alta que a Circum-ambulação Mística acontecerá.

L. O Magista pega o sigilo em sua mão esquerda, e circum-ambula o círculo mágico uma vez, então passa para o Sul e para. Ele fica (depois de ter colocado seu sigilo no chão) entre este e o Ocidente, repete a oração do Kerux e novamente o consagra com água e fogo. Em seguida, pega-o na mão, virado para o oeste, dizendo: “Criatura do … duas vezes consagrada, podes aproximar-te do Portão do Oeste”.

M. Agora o Magista se move para o Oeste do círculo mágico, segura o sigilo em sua mão esquerda e a Espada em sua direita, fica de frente para o S.O., e novamente mascara-se astralmente com a Forma do Espírito: e pela primeira vez abre parcialmente a cobertura, sem, no entanto, removê-la totalmente. Ele então a golpeia uma vez com a parte chata da lâmina de sua espada, dizendo em voz alta, clara e firme: “Não podeis passara do ocultamento à manifestação, exceto por virtude do Nome אלהים. Antes de todas as coisas há o Caos e as Trevas, e os Portões da Terra da Noite. Eu sou aquele cujo Nome é ‘Escuridão’: eu sou o Grandioso dos caminhos das sombras. Eu sou o Exorcista no meio do exorcismo; apareça, portanto, sem medo diante de mim, pois eu sou aquele em quem não há medo! Tu me conheceste; então passai adiante!” Então ele vela novamente o sigilo.

N. As operações de L são repetidas no Norte.

O. Os processos em M são repetidos no N.O. Então o Magista passa para o Leste, pega o sigilo na mão esquerda e a Varinha de Lótus na direita; assume a máscara da Forma-Espírito; golpeia o sigilo com a Varinha de Lótus e diz: “Não podeis passara do ocultamento à manifestação, exceto por virtude do Nome יהוה. Após o sem forma e o vazio e as Trevas, vem o conhecimento da Luz. Eu sou aquela Luz que nasce nas Trevas! Eu sou o Exorcista no meio do exorcismo; apareça tu, portanto, em forma harmoniosa diante de mim, pois eu sou o manejador das forças do Equilíbrio. Agora tu me conheceste, então passai para o altar cúbico do Universo”.

P. Então ele recobre o sigilo e passa para o altar, colocando-o sobre ele como mostrado antes. Então ele passa para o Leste do Altar segurando o sigilo e a espada como explicado. Então ele recita uma poderosa conjuração e invocação daquele Espírito à aparição visível, usando e reiterando todos os Divinos nomes angélicos e mágicos apropriados para este fim, sem omitir os sinais, selos, sigilos, figuras lineares, assinaturas e similares, daquela conjuração.

P. Agora o Magista eleva o sigilo coberto para o Céu, remove o véu inteiramente (deixando-o ainda amarrado); clamando em voz alta: “Criatura da … muito tempo habitaste nas Trevas, abandona a Noite e procura o Dia”. Ele então o recoloca no altar, segura a espada mágica erguida acima dela, o pomo imediatamente acima do centro dela, e diz: “Por todos os Nomes, poderes e ritos já recitados, eu assim Te conjuro à aparência visível”. Então as palavras Místicas.

R. Diz o Magista: “Assim como a Luz oculta nas Trevas pode se manifestar dela, ASSIM TU DEVERÁS tornar-te manifesto da ocultação à manifestação”.

Então ele pega o sigilo, fica ao Leste do Altar e vira-se para o Oeste. Então ele deve recitar uma longa conjuração aos poderes e Espíritos imediatamente superiores àquele que ele procura invocar: a fim de que o forcem a manifestar-se à aparência visível. Ele então coloca o sigilo entre os pilares, ele mesmo no Leste voltado para o Oeste. Então, no sinal do Entrante, ele dirige toda a corrente de sua vontade sobre o sigilo. Assim ele continua até o momento em que perceber que sua força de vontade está enfraquecendo, quando deve se proteger do reflexo da corrente pelo sinal do silêncio, e então deixa cair as mãos. Ele agora olha para o Quadrante em que o Espírito deve aparecer, e agora deve ver os primeiros sinais de sua manifestação visível. Se com isso ele não estiver fracamente visível, que o Magista repita a Conjuração dos Superiores do Espírito; do lugar do Trono do Oriente. E esta conjuração pode ser repetida três vezes, cada vez terminando com uma nova projeção da vontade pelo sinal do Entrante etc. Mas se na terceira repetição ele não aparecer, então saiba que há um erro na operação. Assim, que o Mestre de Evocações recoloque o sigilo sobre o altar, segurando a espada como de costume, e agindo assim, que ele repita uma oração humilde aos Grandes Deuses do Céu para conceder-lhe a força necessária para completar corretamente aquela evocação.

Então ele deve levar o Sigilo de volta até entre os Pilares, e repetir os processos anteriores; quando seguramente esse Espírito começará a se manifestar, mas em uma forma nebulosa e mal definida.

(Mas se, como é provável, o operador estiver naturalmente inclinado à evocação, então esse Espírito talvez se manifeste mais cedo do que isso na cerimônia: mesmo assim, a cerimônia deve ser realizada até este ponto, esteja ele lá ou não.)

Agora, tão logo o Magista veja a manifestação visível da presença daquele Espírito, ele deve deixar a posição do Hierofante e consagrar novamente com Água e com Fogo o Sigilo do Espírito evocado.

S. Agora o Mestre da Evocação remove do sigilo a corda que o amarra; e, segurando o sigilo liberto em sua mão esquerda, ele o golpeia com a parte plana da lâmina de sua espada; exclamando: “Pelos Nomes do … e em Nome do … eu invoco sobre ti o poder da manifestação perfeita à aparência visível!”

Então ele circum-ambula o círculo três vezes, segurando o sigilo em sua mão direita.

T. O Magista, de pé no lugar do Hierofante, mas voltando-se para o lugar do Espírito, e fixando sua atenção nele, agora lê uma potente invocação do Espírito à aparição visível; tendo previamente colocado o sigilo no chão, dentro do círculo no quadrante onde o Espírito aparece. Esta invocação deve ser um pouco extensa, e deve repetir e reiterar o nome Divino e outros nomes consoantes com o trabalho. Agora esse Espírito deve se tornar plena e claramente visível, e deve ser capaz de falar com uma voz direta (se isso estiver de acordo com sua natureza). Então o Magista proclama em voz alta que o Espírito N foi devida e apropriadamente evocado, de acordo com os ritos sagrados.

U. Agora o Magista dirige uma Invocação aos Senhores do Plano do Espírito para compeli-lo a realizar o que o Magista exigir dele.

V. O Magista formula cuidadosamente suas exigências, perguntas etc., e anota quaisquer das respostas que possam ser aconselháveis.

W. Agora o Mestre de Evocações dirige uma conjuração ao Espírito evocado, obrigando-o a não machucar ou ferir nada relacionado a ele; ou seus assistentes; ou o lugar; e que ele não deixe de cumprir o que lhe foi ordenado, e que ele não engane em nada. Ele então dispensa esse Espírito por qualquer forma adequada, como as usadas nos quatro graus superiores da «Ordem» Externa.

E se ele não partir, então o Magista o compelirá por forças contrárias à sua natureza. Mas ele deve permitir alguns minutos para que o Espírito desmaterialize o corpo no qual ele se manifestou; pois ele gradualmente se tornará cada vez menos material. E note bem que o Magista (ou seus companheiros se ele tiver algum) nunca devem sair do círculo durante o processo de Evocações; ou depois dele, até que o Espírito se desvaneça, visto que em alguns casos e com algumas constituições pode haver perigo decorrente das condições e correntes astrais estabelecidas; e isso sem a intenção real do Espírito de prejudicar, embora, se de natureza inferior, ele provavelmente se esforce para fazê-lo.

Portanto, antes do início da Evocação, que o operador se assegure de que tudo o que for necessário esteja devidamente organizado dentro do círculo.

Mas se for realmente necessário interromper o processo, então que ele pare naquele ponto, vele e amarre novamente o sigilo se tiver sido desatado ou descoberto, recite uma Licença para partir ou fórmula de banimento e execute os rituais de Banimento menores tanto do Pentagrama quanto do Hexagrama[2]. Só assim ele pode sair do círculo com relativa segurança.


  1. «Exorcismo vem do grego antigo ἐξορκίζω (exorkízō), que significa “demandar um juramento”, “conjurar”.» ↩︎

  2. Consulte Liber O, The Equinox, Vol. I, Nº 2. ↩︎


Capítulo traduzido e anotado por Alan Willms em março de 2024. Foto ilustrativa extraída de uma gravura de Ames de Bristol, 1806.

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