VII – Alquimia

Este artigo é um capítulo de Os Pergaminhos Voadores

Sobre a Alquimia (física e espiritual), e suas diferentes formas nos Quatro Planos.

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Alquimia

por M.H. Fra. S.A. (Dr. W. W. Westcott)

A Química, a ciência moderna que investiga a constituição das substâncias materiais, é o descendente linear da Química Medieval e Antiga. A sílaba AL é o artigo indefinido árabe, como o He hebraico, que significa “A” química – a Química Superior, tratando da natureza essencial dos Elementos, metais e minerais; enquanto a química moderna particularmente se alegra de ser uma ciência de uso prático e comercial.

Acredita-se que o primeiro uso da palavra Alquimia deve ser encontrado nas obras de Julius Firmicus Maternus, o Astrônomo, que viveu no tempo do Imperador Constantino. Firmicus escreveu que “deve ser bem qualificado em Alquimia aquele que nasce quando a Lua está na Casa de Saturno”. Ele também foi um Astrólogo; então que casa ele quer dizer? A casa do Dia (Aquário) ou da Noite (Capricórnio) de Saturno? Ou será que ele, como alguns Astrólogos modernos, atribuiu um destes, Aquário, a Urano?

Diz-se que a Biblioteca Imperial de Paris possui o mais antigo Volume Alquímico conhecido; é de Zosimus de Panopolis, escrito em grego por volta de 400 A.D. e é intitulado A Arte Divina de Produzir Ouro e Prata. O próximo tratado mais antigo sobre a Alquimia que se saiba que existe é de Aeneas Gazius, escrito em grego por volta de 480 A.D.

Os autores medievais muitas vezes chamam a Alquimia de “Arte Hermética”, implicando uma origem de Hermes Trismegistos do Egito, o semi-deus pré-histórico, ou professor inspirado, a quem devemos a Tábua de Esmeralda. Foi dito por um velho escritor grego que os segredos herméticos foram enterrados no túmulo de Hermes e foram preservados até a época de Alexandre o Grande, que fez com que seu Túmulo fosse aberto, para procurar por esses segredos, e que ele encontrou os documentos, mas que seus sábios não podiam entendê-los. Muitas partes da sabedoria humana têm falecido de tempos em tempos devido à compreensão Humana.

Após a Queda da liberdade Intelectual da Alexandria, as realizações científicas forram quase inteiramente restritas aos árabes, que fizeram um grande progresso na ciência – embora alguns monges em monastérios cristãos também tenham estudado estas matérias em retiro, e alguns tornaram-se famosos como alquimistas e magistas; e alguns destes ainda subiram à eminência também na Igreja, tornando-se Vigários, Ábades e até mesmo Bispos. Aqueles que mais sucederam, menos escreveram, e portanto são quase, se não completamente, desconhecidos para nós.

Uma infinidade de livros foram escritos sobre a Alquimia, e eles são de todos os tipos – bons, ruins e indiferentes; eruditos e superficiais; de sábios ou tolice – alguns são de homens bons, alguns de homens grandes, outros são de tolos, alguns são de patifes. Isto porque a Alquimia existiu como uma Ciência em diversos planos; e houve estudantes da Alquimia verdadeiros e bem sucedidos em cada plano; e houve professores fraudulentos e autores charlatães preocupados com a Alquimia dos planos inferiores.

Alguns estudantes modernos têm escrito sobre a Alquimia sabiamente, e alguns imprudentemente; mas o erro moderno tem residido notavelmente em ir aos extremos da opinião. Alguns autores modernos têm insistido que toda a Alquimia era loucura; alguns que toda a Alquimia era Química; e uma terceira parte, dominante no presente, se convenceu de que toda a Alquimia era Religião.

Estou firmemente convencido de que cada tipo de professor está em partes errado – deixe-me tomar o caminho do meio.

A ciência da Alquimia existiu, foi estudada e ensinada em Quatro planos.

Em Assiah, houve a Química oculta Antiga, a Química do Adepto; que acrescentou à habilidade e conhecimento da matéria a habilidade mágica e a Força da Vontade da capacidade de agir sobre a “Alma das coisas” – suas contrapartes astrais.Aqui a transmutação é um fato físico, e uma possibilidade. – Isso foi tanto praticado quanto fingido, e verdadeiros Tratados foram escritos.

Em Yetzirah, está a alquimia psíquica, o poder da criação de formas vivas. – Isso foi praticado, mas raramente pregado.

Em Briah está a Alquimia Mental; – as criações da Arte e do Gênio, a música, a imagem e a escultura dotados de alma; – isso foi praticado e não pregado até os tempos modernos.

No Plano Altíssimo, o Espiritual, a prática era quase desconhecida, exceto por alguns Magi completamente ocultos; mas foi escrito por alguns filósofos bons e verdadeiros, que formularam seus pontos de vista sobre a origem e o destino do homem, a sua descendência de Deus, e a sua possível reascensão a Deus, na linguagem do Plano Material para evitar a perseguição e destruição, pelas mãos dos sacerdotes das igrejas estabelecidas.

Pelo pretexto da química, eles se salvaram das sanções por heterodoxia: pela ausência de aparelhos de Química, eles se salvaram da extorsão e da tortura como Alquimistas.

Quanto à Alquimia Material, mencionada em primeiro lugar, apenas uns poucos professores confessaram ter tido sucesso, e a maioria deles perderam a vida assim. A vida de nenhum homem estaria a salvo, ou até mesmo seria tolerável – mesmo hoje, de quem teve sucesso na transmutação, e a confessou. Eu estou inteiramente convencido de que a Transmutação dos metais inferiores em Ouro e Prata é possível e que isso foi feito muitas vezes; mas não somente pela Química, mas pela correlação com os processos físicos, a Vontade – a ação, e o poder sobre a “Alma da Natureza”, e a “Alma das coisas”, que somente a pureza da vida, e o treinamento do Adepto, podem fornecer.

O Alquimista verdadeiro seria o último a publicar o seu sucesso para o mundo – e se o fizesse, provavelmente perderia, assim, o seu poder. Seus elixires e pós que funcionaram ainda ontem, seriam impotentes hoje, – pois Isis não aprova qualquer interferência com a pureza da Virgem de Seu santuário. Engrandecimento pessoal, como um fim, ou como resultado, destruiria qualquer sucesso no trabalho mágico prático; e o último estudante a ter sucesso, seria aquele que lançasse um olhar por detrás dos desejos da carne, da soberba da vida, e da ambição do Diabo.

Que nenhum homem estude a Alquimia para enriquecer. Que nenhum homem estude o Ocultismo para garantir a satisfação da paixão; esse é o Pecado imperdoável. Daí podemos dizer que até mesmo a Alquimia Material é uma arte superiora e graciosa, pois o sucesso prova pureza, Adeptado e poder espiritual; o Químico por si só pode ser bem sucedido em sua esfera limitada, seja qual for seu caráter, e não importa quão sujo seja seu ego – o intelecto por si só é o suficiente para ele.

Perdoem essa digressão, mas a alquimia tem um aspecto moral e espiritual, embora me pareça que a minha querida amiga Anna Kingsford cometeu um erro quando ela viu a Religião e a moral em cada processo Alquímico. O Alquimista professou o conhecimento e incentivou o pupilo a buscar por três coisas acima de tudo:

  • O Elixir Vermelho para transformar metais Comuns em Ouro;
  • O Elixir Branco para transformar metais Comuns em Prata;
  • O Elixir Vitæ para administrar ao Vegetal e animal; para intensificar a vida, para prolongar a vida, e para expandir a vida.

Saúde e longevidade são muito para se desejar, pois a arte é longa, eu acredito que o primeiro e o segundo Elixir não foram tanto procurados por seus próprios poderes, mas porque eram degraus que levavam ao Elixir Vitæ – a arte de prolongar a vida e as oportunidades do Adepto, para que ele possa perder menos tempo em seu progresso rumo a um objetivo espiritualmente exaltado – menos do que ele perderia vivendo mais vidas e vidas mais curtas – com intervalos passivos.

Certamente há uma vantagem em viver anos após o “Adeptado no Interior” ser obtido – ao invés de morte precoce seguida por longos períodos de descanso e então infância. Para o verdadeiro estudante que aprende a ensinar outros homens agora, indivíduos e, talvez, em vidas superiores – a conduzir nações; certamente a continuidade é uma vantagem!

O progresso espiritual, que se apressa em ser feito com o homem e a Terra, não é (dizem os orientais) a forma mais elevada de Budidade ou Iluminação. O Buda da compaixão, que renuncia as alegrias espirituais para ajudar os que se rastejam sobre a terra, ou perto dela – é um tipo mais elevado.

Eu então acredito nos três chefes da Rosa Cruz cujos anos de trabalho terreno se contam em centenas; possivelmente eles são alegóricos e simbólicos em nome e quantidade de anos, mas expressam uma verdade, a de que o progresso no adeptado conecta algumas grandes Almas a trabalhadores da terra: e que tal objetivo de utilidade, é um objetivo e aspiração dignos para todo aquele que entra aqui e vê a forma simbólica do Mestre C.R.

Se me perguntarem por que os Livros Alquímicos são tão cheios de Transmutação em Prata e em Ouro, eu respondo que essas etapas sendo os precedentes necessários para a arte do Elixir Vitæ, naturalmente tiveram mais atenção e experimentos, e mais professores do que o terceiro passo superior, que é quase que totalmente protegido do profano.

Devo completar estas observações dizendo que eu acredito que muitos dos tratados Alquímicos eram realmente tratados escritos à luz da Química da Época, e registram tentativas reais de processos químicos em busca do segredo da transmutação em Ouro, por pessoas que eram realmente químicos daqueles dias, que queriam Ouro real, e que não tinham intuições espirituais, e que não fizeram nada senão falhar na Transmutação.

Para retornar à química física e a Alquimia no plano da Assiah. – Perceba – a declaração curiosa, e não negada, de que se soube que certas placas de ouro foram atingidas por um raio e descoloridas pelo Relâmpago, e que essa descoloração mostrou traços de Enxofre. – E quanto a esse incidente? Ou o Enxofre estava no Ouro, como a Alquimia antiga ensinava que “havia um Enxofre”; ou o Enxofre estava no Relâmpago, o que a ciência moderna diz que é Eletricidade e não contém Enxofre. Mas nenhum Enxofre adicionado é encontrado em outras matérias que não contêm nenhum, quando elas são atingidas por um raio.

A doutrina hermética é que toda a Matéria é apenas uma em sua essência, e é a queda mais inferior do espírito, o aspecto mais passivo da Lux.

  • Espírito-Matéria
  • Ativo-Passivo
  • Motor-Movido

Do εύς único, vêm dois contrários, daí três princípios, e quatro elementos; – em todos os planos da matéria, a base única o Hylé – dos filósofos gregos. Então se ergue do Homogêneo – variação. O Heterogêneo surgiu pelo desenvolvimento. Sob o impulso Sephirótico no plano da Assiah, a diferenciação se propagou, e as formas e as combinações foram produzidos durante as idades do tempo. Durante eras de concretização gradual, e conjunção de átomos, a substância fundamental da química moderna, os Metais e os Metalóides, os halogênios e as terras, tornaram-se tipos definidos e de constituição permanente. Tornaram-se fixos em sua estrutura molecular, e estão agora no Kali Yuga, tão longe de sua origem no tempo; praticamente Elementos no sentido Moderno de uma estrutura indissolúvel a todos os processos materiais conhecidos. Eu afirmo que para o Adepto eles ainda são conversíveis e analisáveis, mas mesmo fora do Adeptado, alguns dos assim chamados Elementos serão ainda mais desintegrados pela ciência moderna por si só. Mas enquanto a ciência se orgulha de seu progresso, é tola o suficiente para exigir a crença implícita em sua atitude de autoridade dia a dia. A Ciência Moderna abafa com gritos hoje o homem que amanhã terá sucesso em demonstrar o seu erro. A Ciência é pouco menos Fanática do que a Religião sempre foi.

Então os Metais, e os nossos elementos atuais. devem ter sido formados, definidos, e estabelecidos em seu presente tipo pelo trabalho de séculos. Pelos processos lentos da Natureza, pelo calor, pela luz, pela electricidade, pela condensação, pela pressão, os metais cresceram nas veias das rochas. Ações súbitas e violentas sem dúvida também produziram um efeito, talvez alguns metais só foram produzidos pelas convulsões, e não pelos processos graduais da Natureza.

Quem sabe o Ouro encontrado nativo e puro, como poucos metais são, foi produzido pelo Relâmpago e Terremoto. A intensa pressão e calor provavelmente produziriam uma nova combinação a partir das já existentes. O ouro é intenso em seu de peso – sua gravidade específica: intensa pressão e alto ponto de fusão, provavelmente produziriam um corpo tão puro, homogêneo, pesado.

O Alquimista ensinava que os bem conhecidos Metais, agora chamados de Elementos, não eram assim – não eram substâncias simples. Os “Elementos” do Alquimista eram estados; estados e processos. Eles ensinavam que cada metal, digamos o chumbo, consistia de uma Raiz Metálica, e de outras matérias – de enxofres. A natureza e a quantidade de seus enxofres determinavam o Metal. – Pegando um metal inferior, grosseiro, comum, um metal facilmente alterável, purgando-o destes enxofres, etapa por etapa, eles ensinaram que cada metal poderia ser produzido um de cada vez, até que a última transmutação produzisse o Ouro. Eu acredito que a teoria é verdadeira, eu acredito que a prática é possível, trabalhando no astral, simultaneamente com a ação sobre a base física. Mas se o Ouro pudesse ser feito, Cui Bono? Que bem seria este? Tão logo assim seja produzido o Ouro, como se fosse do nada – o seu valor cessa – é a raridade do Ouro que o torna de valor comercial – que faz com que ele compre pão e luxúrias. Se for produzido à vontade, não será de mais valor do que qualquer outro pó.

Quanto ao Alquimista, que, como adepto, consegue fazer a transmutação, ele será de um tal temperamento em que as riquezas não serão tentação para ele, e o orgulho nenhuma atração. Ele também saberá que a riqueza só será mal usada, quando obtida, se desperdiçada com aqueles que não ajudarão a si mesmos: ele saberá que o progresso individual, o progresso nacional, e o progresso do mundo não dependem de esmolas que empobrecem, mas da vontade e esforço do indivíduo, da nação e do mundo.

A tentação de desejar que se pudesse transmutar somente um pouco, apenas para ajudar algum amigo ou vizinho, apenas para fornecer-se com alguma coisa ardentemente desejada – para seu bem – é, eu acredito, uma loucura, e seria um mal se conseguido.

Quão poucos de nós não desejamos esta homenagem aos nossos esforços?

Quão poucos homens do mundo não desejam isso? Qual a proporção de homens que são ricos, gastam diariamente consigo mesmos o que é melhor para eles e não mais, e dão o restante para o amigo, para o vizinho, para o que merece? Você diz – ó, eu sou um iniciado, eu faria diferente? Meu amigo – com maiores oportunidades, vem uma grande responsabilidade. Eu não julgarei tal coisa, nem você, mas no meu coração, eu agradeço a Deus por não ter o poder da transmutação agora. Deus sabe – e eu sei – quão fácil é cair.

Mas eu sempre divago sobre o Espiritual, embora o que eu realmente vim dizer é uma palavra sobre o aspecto material e físico. Eu ainda adio estas observações, no entanto, para citar duas passagens, uma em prosa narrando a sequência do processo de trabalho Alquímico: e a outra um poema escrito em inglês, traduzido a partir de um antigo relato em prosa em francês do trabalho Alquímico, em linguagem e mito alegóricos. A primeira citação é Astrológica, e a Astrologia está inextricavelmente misturada com a Alquimia. A segunda é bela em sua poesia, e compensará bem pela contemplação.

A primeira citação diz:

“A Grande Obra deve ser iniciada quando o Sol está na casa Noturna de Saturno: a Negritude aparece em quarenta dias, quando o Sol está na casa Diurna de Saturno: a Negritude se aprofunda na casa Noturna de Júpiter, ao alcançar Áries uma separação ocorre. A Brancura da Lua se desenvolve quando o Sol está na casa de Câncer da Lua. O Sol começa a sua forma especial de mudança em Leão, sua própria casa. A Vermelhidão é produzida na casa diurna do metal Vermelho do Cobre, Vênus, ou seja, Libra, em seguida segue Escorpião, e o Trabalho chega à conclusão em Sagitário, a casa diurna de Júpiter”.

Este é um bom exemplo de descrição Alegórica, que sem dúvidas tem uma base física, – e claramente se refere à Alma das coisas, à matéria, a épocas e processos no plano astral da evolução.

A segunda citação diz:

I

Dentro do portal dourado
Do jardim dos sábios, 
Vigiando pelas sete fontes pulverizadas, 
Jaz o Dragão Hespério. 
Como os Ramos sempre ardentes 
No sonho do vidente santo; 
Como os tipos de igrejas da Ásia 
Esses jatos gloriosos aparecem. 
Três vezes as águas mágicas 
O Dragão Alado deve drenar 
Então as suas escamas serão despedaçadas 
E seu Coração se rasgará em dois. 
Adiante correrá uma emanação 
Adiante brotará uma forma divina, 
E se o Sol, e Cíntia, e ti, 
A Chave encantada será tua.

II

Nos bosques solenes da Sabedoria 
Onde pinheiros negros arremessam suas sombras 
Perto da cela assombrada de Hermes, 
Três flores adoráveis crescem: 
O damasco Violeta colorido 
No aroma, todas as flores acima: 
O Lírio virginal branco como o leite 
E a flor púrpura do Amor. 
O Sol Vermelho deverá dar-te um sinal 
Onde as Violetas da Safira brilham, 
Banhadas pelos riachos que vagueiam 
Do fluxo invisível dourado: 
Uma Violeta tu deves colher – 
Mas ah – cuidado, cuidado! – 
O Lírio e o Amaranto 
Demandam teu máximo cuidado.

III

Dentro do lago de cristal, 
Cor-de-rosa ao primeiro raio do Sol 
Com olhos de resplendor de diamante, 
Mil peixes brincam 
Uma rede dentro daquela água 
Uma rede com fios de ouro 
Se lançada onde o ar anuncia o brilho 
Um peixe brilhante deve segurar.

IV

Em meio às montanhas mais antigas 
Cujos cumes estão próximos do Sol, 
Os rios eternos 
Correm através de canais brilhantes, 
Estes canais são de ouro 
E daí os inúmeros tesouros 
Dos reis da terra rolam. 
Mas, longe – longe ele deve andar 
Sobre reinos e mares desconhecidos 
Aquele que procura as Antigas Montanhas 
Onde brilha a Pedra Maravilhosa [1].

Já lhe foram ensinados dois esquemas simbólicos para a atribuição dos metais às Sephiroth – cada um é capaz de contestar – para demonstrar certas alianças e as relações destes Metais alquímicos. Acrescento aqui um esquema, de minha autoria, para atribuição à Década de dez elementos não-metálicos leves reconhecidos pela química moderna.

Árvore da Vida e elementos químicos

  • Nitrogênio = Binah, sempre um Gás – muito passivo – não suportam nem a vida e nem a combustão.
  • Flúor = um Gás – muito ativo, quase intangível.
  • Cloro = um Gás – de cor amarela como o ouro, acre, cáustico.
  • Bromo = mais pesado, mais básico, líquido vermelho.
  • Iodo = um cobre vermelho e hermafrodita.
  • Carbono = Tiphereth, é o não-metal mais notável – se combina com os outros, formando alianças com outros elementos de imenso número – todas as substâncias vegetais e animais são compostos formados de Carbono como Base.
  • Fósforo e Enxofre, representam Yesod e Malkuth, ambos sólidos, e completam a escala.

As analogias são muito curiosas, e podem ser prolongadas muito. Também pode ser possível classificar os metais verdadeiros juntamente com as Sephiroth na Ordem Química de sua pureza real, e como eles mais se aproximam do Hylé Básico puro, ou a “matéria única”, em adição às Formas da G.D. As Sephiroth são Emanações progressivas, cada uma menos exaltada que a anterior, e elas descem plano após plano, e podem ser encaradas cada uma como mais material do que a anterior. E em Assiah pode haver escalas iguais de Metais, Metalóides, e outras substâncias, em proporções semelhantes. Se tal fosse o caso, a teoria Alquímica de etapas sucessivas de purificação no curso natural transmutaria cada metal no de cima. O Chumbo em Cobre, o Cobre em Prata, a Prata em Ouro, o Ouro no Elixir Vitæ, o ouro da vida Vegetal e Animal.

A Alquimia ensinava que todos os metais consistiam de Mercúrio dos Filósofos e de Enxofre, que o fixava – o tornava sólido.

O Merc. Phil. não era o Mercúrio do comércio, nem o Hidrogênio da Química moderna – o único metal fluído.

Nosso Mercúrio eles chamaram de Hidrargírio – Água de prata – líquido, prateado. Eles pensavam que era a Prata em um estado de “fusão de baixa temperatura” – Eles também o chamaram de “Proteus” = de diversas formas. Os Alquimistas descobriram que o Ouro era extremamente pesado, então eles experimentaram principalmente com os outros metais que eram mais pesados; – chumbo, mercúrio e cobre, acreditando que eles deveriam estar mais próximos do Ouro na ordem das etapas da mudança, ou que cada metal pesado necessitava de menos processos para a conversão, ou menos purificação.

Eles argumentaram – por exemplo – que o Chumbo quase reflete o Ouro em peso, portanto o Chumbo consiste quase inteiramente de Mercúrio Philosophorum e Ouro. Se for encontrado um corpo que trabalhe no Chumbo de modo a queimar tudo que não é Mercúrio Philos., e então nós fixarmos esse Mercúrio por um Enxofre, devemos obter Ouro como resultado.

Os pesos relativos de volumes iguais estão por volta:

Ouro19
Mercúrio14
Chumbo11
Prata10
Cobre9
Ferro e Estanho7
Antimônio6
Arsênico5

Muitos dos assim chamados “Elementos”   de 1750 a 1800 foram desde então divididos, por meio da análise; notavelmente a Potassa e a Soda, que mostraram ser compostos em 1807 – por Davey.O Alquimista reconhecia três modos principais de fazer Ouro.

Primeiro, pela Separação; pois muitos minerais contém algum Ouro.

Segundo, pela Maturação, por processos destinados a sutilizar, purificar e sintetizar o Mercúrio; que converte-o em um corpo mais pesado, e, finalmente, no próprio Ouro.

Viam o Mercúrio como uma liga de Ouro e Alguma-coisa: por processos de Incêndio, e pela adição de material adequado para a combustão; a impureza deveria ser queimada e restaria Ouro puro.

Terceiro, pela fusão de metais comuns com um pouco daquele peculiar composto, a Pedra dos Filósofos, uma transmutação perfeita ocorreria, os sedimentos seriam queimados, e a Raiz Metálica apareceria como o Ouro.

Como exemplo de argumento Alquímico eu li que “se pegarmos 19 onças de Chumbo e fundirmos com um Agente apropriado, e assim dissiparmos 8 onças, teremos as 11 onças restantes, e isso não pode ser nada senão Ouro puro, porque o Ouro e o Chumbo são como 19 para 11. Por outro lado, se o processo for a gradação, e nós primeiro reduzirmos 19 a 14, o resultado será o Mercúrio, mas então o processo pode ser continuado e a redução a 11 seria igualmente o Ouro, como se fosse sem a etapa intermediária”.

De outro ponto de vista, eles disseram: “a Pedra Filosofal é um corpo ígneo mais sutil, fixo e concentrado, que quando é adicionado a um metal fundido une-se, como se por uma virtude magnética, ao corpo Mercurial do metal, vitaliza e limpa tudo que é impuro, e então ali resta uma massa fundida de puro Sol”.

Mas, conforme dito antes, – eu acho que é inútil para qualquer um perder tempo em experimentos puramente químicos. Para executar os processos Alquímicos, é necessária uma operação simultânea do plano Astral com o físico. A menos que você seja Adepto o suficiente para agir pela força da Vontade, bem como pelo calor e pela humidade; pela força da vida, bem como pelar eletricidade, não haverá resultado adequado.

Até onde eu sei, – eu não falo por orientação – o poder da transmutação pode surgir lado a lado com outras consecuções mágicas – Labor omnia vincit. Não é conferido por qualquer Grau – ocasionalmente é redescoberto pelo estudante em particular: nunca é realmente ensinado em tantas palavras. Pode surgir sobre qualquer um de vocês, – ou o evento mágico pode ocorrer quando menos se espera!


[1] O Le Dictionaire Mytho-Hermetique afirma que “A ‘Fonte encontrada dentro do Jardim’ é o ‘Mercúrio dos Sábios’, que vem de diversas fontes porque é o ‘Princípio’ dos sete metais, e é formado pela influência dos sete planetas, embora somente o Sol seja propriamente dito o Pai, e a Lua, a Mãe. O Dragão que bebe três vezes é a putrefação que vence a matéria, e é assim chamado por causa de sua cor negra, e este Dragão perde suas escamas, ou pele, quando a cor Cinza sucede a Preta. Você só terá sucesso se o Sol e a Lua te ajudarem; por meio do regime do Fogo você deve clarear a cor Cinza à brancura da Lua (e então obter a vermelhidão do Sol como a última etapa). Por ‘peixes’ se quer dizer as bolhas no cadinho aquecido. O ‘lago’ frequentemente significa vaso, balão, frasco, alambique”.


Traduzido por Alan Willms

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