XIV – Talismãs e Tabelas Brilhantes
Este artigo é um capítulo de Os Pergaminhos Voadores
Sobre a construção e carga de talismãs e tabelas brilhantes, com certas precauções.
Pergaminho Voador Nº XIV
Talismãs e Tabelas Brilhantes
por Frater Sapere Aude (W. Wynn Westcott)
Um TALISMÃ é uma figura mágica carregada com a força que pretende representar. Na construção de um Talismã, cuidados devem ser tomados para fazê-lo, na medida do possível, de modo a representar as Forças Universais que devem estar em harmonia exata com aquelas que você deseja atrair, e quanto mais preciso for o simbolismo, mais fácil será para atrair a força – outras coisas coincidindo, como a consagração na hora certa, etc.
Um SÍMBOLO também deve estar correto em seu simbolismo, mas não é necessariamente o mesmo que um Talismã.
Uma TABELA BRILHANTE é uma feita nas cores complementares. Uma cor brilhante, então, é a cor complementar que, se juntada à original, lhe permite atrair, em certa medida, a corrente Akasica a partir da atmosfera, e em certa medida a partir de si mesmo, formando assim um vórtice que pode atrair a sua luz brilhante da atmosfera. Portanto, fazer qualquer coisa a partir dessa descrição que seja realmente funcional, irá cansá-lo proporcionalmente.
As cores complementares são:
Branco | complementar ao Preto e ao Cinza |
Vermelho | complementar ao Verde |
Azul | complementar ao Laranja |
Amarelo | complementar ao Violeta |
Azul-Verde | complementar ao Laranja-Vermelho |
Violeta | complementar ao Citrino |
Oliva | complementar ao Violeta |
Laranja Avermelhado | complementar ao Verde-Azul |
Âmbar Escuro | complementar ao Índigo |
Amarelo Limão | complementar ao Violeta-Vermelho |
Verde Limão | complementar ao Carmesim |
Os complementares de outras cores misturadas podem ser facilmente encontrados a partir desta escala.
Chegando agora à natureza e ao método de formação do Talismã, a primeira coisa a ser lembrado é que nem sempre é uma coisa justa e correta formar um Talismã com a ideia de mudar completamente a corrente de Karma de outra pessoa. Em qualquer caso, você só poderia fazer isso em um certo sentido. Será lembrado que as palavras de CRISTO que precediam as Suas curas eram “Teus pecados te são perdoados”, o que significava que a ação Kármica fora exausta. Apenas um Adepto que é da natureza de um Deus pode ter o poder, mesmo se ele tiver o direito, de tomar sobre si o Karma de outro. Isso quer dizer que, se você se esforçar para mudar completamente, (não estou falando agora de adaptar e fazer o melhor do Karma de uma pessoa), a corrente vital, você deve ser de tamanha força que possa pegar este Karma deles pelo direito do Poder Divino o qual você alcançou – e neste caso você só irá fazê-lo na medida em que não comprometa o desenvolvimento espiritual dos mesmos.
Se, no entanto, isso for tentado em um plano inferior, normalmente será constatado que o que você está se esforçando para trazer está em oposição direta ao Karma da pessoa em questão. Não ocasionará o efeito desejado e provavelmente trará uma corrente de exaustão e problemas sobre si mesmo. Sem causar muito bem, você terá atraído o Karma dela em sua própria atmosfera e, de fato, trouxe isso para si mesmo.
Essas observações só se aplicam a uma tentativa de alteração radical no Karma de outro, que é uma coisa que você não tem o direito de fazer até que você tenha atingido o mais alto grau do adeptado.
A formação ou adaptação de Talismãs em assuntos ordinários deve ser empregada com grande discernimento. Aquilo que pode ajudar nas coisas materiais frequentemente é espiritualmente um obstáculo, uma vez que para uma força trabalhar, ela deve atrair as forças elementares da descrição adequada, que podem assim, de certa forma, pôr em perigo a sua natureza espiritual.
Além disso, ao formar Talismãs para uma pessoa, você deve esforçar-se por isolar-se inteiramente dela. Você deve banir de sua mente qualquer sentimento de amor ou ódio, irritação, etc., pois todos esses sentimentos agem contra o seu poder.
Somente raramente um talismã para o amor de uma pessoa é uma coisa correta e justificável de se construir. Amor puro nos conecta à natureza dos Deuses. Há um amor perfeito entre os Anjos e os deuses porque há perfeita harmonia entre eles, mas esse não é o amor inferior e mundano. Assim, um Talismã feito para o amor mundano seria selado com a marca de sua própria fraqueza, e mesmo se bem-sucedido, reagiria em você de outras formas. A única maneira em que o poder real pode ser adquirido é transcendendo o plano material e tentando vincular-se à sua Alma Divina e Superior. É por isso que os problemas são um iniciador tão grande, porque o problema lhe traz mais perto das coisas espirituais quando as coisas materiais falham.
Portanto, um Talismã como uma regra é melhor feito para alguém em quem você não tenha nenhum interesse. No trabalho da consagração em si, é sempre bom purificar o ambiente e usar o Ritual do Pentagrama de Banimento. Todos estes são os auxílios que o Adepto, quando suficientemente avançado, saberá quando usar e quando não fazê-lo. É melhor, se possível, terminar um Talismã em uma única sessão, porque é iniciado sob certas condições e pode ser difícil colocar-se no mesmo estado de espírito em outro momento.
Outro ponto com o qual os iniciantes podem agir imprudentemente, é o de que os Talismãs podem ser produzidos em grandes quantidades. Suponhamos que uma dúzia de Talismãs foram feitas para o bem da mesma quantidade de pessoas diferentes, um raio de si mesmo deve carregar cada Talismã. Você emitiu uma espécie de espiral de sua aura, que segue para o Talismã e atrai uma força semelhante a da atmosfera – ou seja, se você aprendeu a excitar a força semelhante em si mesmo no momento da consagração. De modo que, no caso suposto, você teria uma dúzia de ligações conectando-se a você, como tantos fios em um escritório de telégrafo, e sempre que a força que qualquer um desses Talismãs foi projetado para combater tornar-se forte demais para a força centrada dentro dele, há uma comunicação instantânea com você – de modo que a perda de força à qual você sempre seria responsável poderia ser tal que esvaziara você de vitalidade e faria com que você desmaiasse.
Nos casos onde os Talismãs e símbolos cumpriram seu trabalho, eles devem ser cuidadosamente descarregados, e então destruídos. Se isso não for feito, e você pegar um símbolo, digamos de água, ainda carregado e jogá-lo no fogo para se livrar dele, você está causando tormento intenso no Elemental que você atraiu, e mais cedo ou mais tarde ele reagirá contra você. Além disso, se você jogar fora um Talismã ainda carregado, assim o profanando, ele passará a ser propriedade de outras coisas, que, através dele, estarão aptas a chegar a você. É por estas razões que o Talismã deve ser descarregado com o Pentagrama e o Hexagrama de acordo com como participa da natureza planetária ou zodiacal – e estas observações se aplicam igualmente a Tabelas Brilhantes.
Se um Talismã é dado a uma pessoa que vai embora, e não o devolve, você pode torná-lo inoperante invocando-o astralmente e depois descarregando-o com grande cuidado e força.
Uma TABELA BRILHANTE deveria ser carregada com cuidado e consagrada, e então todas as manhãs o Adeptus deveria sentar-se diante dela e praticar clarividência, esforçando-se em passar por ela para o plano que ela representa, e depois invocar o poder e pedir forças para realizar o assunto desejado, que será concedido se for uma operação legítima e louvável.
Qualquer Tabela Brilhante de duas cores deve ser tão equilibrada em proporção da extensão das cores quanto possível – o fundo de uma cor, e a carga de outra. Existe também um modo no qual três cores podem ser usadas em um Talismã planetário. Isto é feito através da colocação das sete cores sobre o Heptagrama, e traçando duas linhas aos pontos exatamente opostos, o que irá assim produzir duas cores brilhantes. Isso propriamente desenhado dará o efeito de uma luz intermitente brilhando sobre o símbolo, em parte visível fisicamente e em parte clarividentemente, isto é, se adequadamente carregado. Um Adepto avançado deve ser capaz de carregar a sua Tabela até certo ponto enquanto a constroi.
A cor radical do Planeta é simbólica. Mas, digamos, um Talismã para a harmonia de ideias pode ser bem representado por TIPHARETH de VÊNUS – um belo verde-amarelo, e assim por diante.
O Querubim Leão de VÊNUS representaria o fogo espiritual e, desta forma, simboliza a inspiração do poeta – a cor sendo um suave e belo cinza-pérola, e as cargas deverão ser da cor branca. A parte Aquosa de Vênus representaria a faculdade reflexiva e responderia à beleza espiritual, de uma cor verde-azulado. A Cripta contém uma escala perfeita de Talismãs de cada descrição do Planeta, e mostra como um homem planetário observará a tudo de acordo com a cor de sua aura, devido ao planeta em que ele nasce. O Adepto real surge dos lados para o centro. Ele não está mais sob o domínio das Estrelas.
Tendo feito um Talismã Mágico, você deveria usar alguma forma de carga e consagrá-lo, que seja adequada à operação. Há certas palavras e Letras que deverão ser invocadas ao carregar uma Tabela, as Letras que regem o Signo sob o qual a operação cai, junto com o Planeta que lhe é associado (se for um Talismã planetário). Assim, em operações Elementares, você pega as Letras apropriadas à triplicidade zodiacal, adicionando-lhe AL, formando assim um Nome Angélico que é a expressão da força. Nomes Hebraicos, como uma regra, representam a operação de certas forças gerais, enquanto os nomes das Tabelas Enoquianas ou Angélicas representam uma espécie de ideias mais particulares. Ambas as classes de Nomes devem ser usadas nessas operações.
Depois de preparar o ambiente do modo previsto para a consagração de implementos mágicos inferiores, supondo que este seja um Talismã Elementar, primeiro formule em direção aos Quatro Quadrantes o Ritual do Pentagrama Supremo conforme ensinado. Em seguida, invoque os Nomes Divinos, voltando-se para o quadrante do Elemento.
Então que o Adeptus, estando sentado ou em pé diante da Tabela, e olhando na direção necessária da força que ele deseja invocar, inspire profundamente várias vezes, feche os olhos, e segurando a respiração, mentalmente pronuncie as letras das Forças invocadas . Que isso seja feito várias vezes, como se você soprasse sobre a Tabela ao pronunciá-las da forma vibratória. Então, levantando-se, faça o sinal da Rosa e da Cruz sobre a Tabela, e repetindo a fórmula necessária, primeiro trace um círculo ao redor do Talismã, com o implemento mágico adequado, e faça os Pentagramas de invocação cinco vezes sobre ele, como se os Pentagramas ficassem de pé sobre ele, repetindo as letras da Triplicidade envolvidas com o AL [1] acrescentado. Em seguida, leia solenemente qualquer invocação necessária, traçando os sigilos apropriados a partir da Rosa conforme você pronuncia os Nomes.
A primeira operação é iniciar uma espiral a partir de si mesmo. A segunda, atrair a força na atmosfera para o vórtice que você formou.
Então leia a Oração Elemental como nos Rituais, e feche com os Sinais do círculo e da cruz (ou seja, a Rosa-Cruz) após a realização do Banimento necessário.
Tenha cuidado, entretanto, para não banir sobre o Talismã recém-consagrado, já que isso simplesmente o descarregaria novamente e o tornaria inútil. Antes do Banimento, você deve envolver o Talismã carregado em linho ou seda branca e limpa.
15 de janeiro de 1893.
Apêndice
Pelo G.H. Frater D.D.C.F. (S.M. Macgregor-Mathers)
Os símbolos Talismanicos – ou Emblemas Telesmáticos como às vezes são chamados – são formados a partir das Figuras Geomânticas desenhando-se várias linhas de cada ponto a outro.
Esses caracteres são, então, atribuídos a seus Planetas e Ideias regentes. Por exemplo, as formas mais simples serão:
Aqui segue uma tabela completa de todas as Figuras Talismanicas classificadas sob os Planetas e os Signos. Os caracteres de Saturno e Zazel obtidos de Carcer equivalem a Capricórnio.
Os caracteres de Saturno e Zazel obtidos de Tristitia equivalem a Aquário.
Os caracteres de Júpiter e Hismael obtidos de Acquisitio equivalem a Sagitário.
Os caracteres de Júpiter e Hismael obtidos de Laetitia equivalem a Peixes.
Os caracteres de Marte e Bartzabel obtidos de Rubeus equivalem a Escorpião.
Os caracteres de Marte e Bartzabel obtidos de Puer equivalem a Áries.
Os caracteres do Sol e Sorath obtidos de Fortuna Maior equivalem a Leão.
Os caracteres de Sol e Sorath obtidos de Fortuna Minor equivalem a Leão.
Os caracteres de Vênus e Kedemel obtidos de Amissio equivalem a Touro.
Os caracteres de Vênus e Kedemel obtidos de Puella equivalem a Libra.
Os caracteres de Mercúrio e Taphthartharath obtidos de Albus equivalem a Gêmeos
Os caracteres de Mercúrio e Taphthartharath obtidos de Conjunctio equivalem a Virgem.
Os caracteres de Lua e Chasmodai obtidos de Populus equivalem a Câncer.
Os caracteres de Lua e Chasmodai obtidos de Via equivalem a Câncer.
Os caracteres de Caput Draconis são:
Os caracteres de Cauda Draconis são:
Modo de Formação de Talismãs e Pantáculos
O modo de usar estes Caracteres Talismânicos extraídos das Figuras Talismânicas na construção de um Talismã ou Pantáculo, é pegar as que foram formadas pelas figuras sob o Planeta necessário, e colocá-las ou nas extremidades opostas de uma roda de oito raios como mostrado, ou colocá-las nos compartimentos de um quadrado. Então um versículo adequado ao assunto deve ser escrito no interior da linha dupla.
[1] Para o Fogo, coloque Shin primeiro, então os três Signos Ígneos, em seguida AL. Isso no que concerne os elementais. Para os Planetários você pode adicionar AL à letra dos Planetas ou ao Planeta e suas Casas, as letras deles, e o planeta e a triplicidade, use o hexagrama feito seis vezes. Para os Zodiacais adicione AL às letras do signo e use o pentagrama cinco vezes. Quando você usa as três letras dos três Signos de uma triplicidade para trabalho elemental, você deve colocar como a letra inicial aquela do Signo principal invocado que é mais útil para você.
Traduzido por Alan Willms