Retratada principalmente nas culturas Abraâmica, Egípcia, Assíria e Grega, a Esfinge quase sempre representa um guardião para manter afastados aqueles que pretendem saquear o túmulo de alguma dignidade, ou profanar os mistérios de algum santuário. A esfinge é uma quimera composta de dois ou mais animais, e possui as habilidades e virtudes mágicas de cada um deles.
Aquela que é de interesse dessa exposição possui corpo de Touro, garras de Leão, asas de Águia— Dragão no simbolismo thelêmico— e a cabeça de um Humano.
As correlações mais comuns feitas entre uma das partes que compõe a esfinge são com seus respectivos verbos mágicos, elementos, signos e emanações da Lei. É claro que podemos ir sempre mais longe. Segue uma tabela das principais correlações que encontrei em minhas pesquisas sobre esse assunto:
Notou que existem duas linhas relativas aos Verbos? Em Libri Aleph e ABA, atribui-se o Querer ao Touro, o Calar fica com o Dragão e o Ousar com o Leão. Nos mais recentes Magia Sem Lágrimas (MSL na tabela) e Livro de Thoth, três dos Verbos mudam de posição. Até o início da redação dessa exposição, confesso que não fazia ideia de por que.
Discuti essa questão com vários Irmãos, até que Fr. Ad Astra surgiu com essa sacada: Se você sobrepuser as cartas da corte conforme a descrição delas no Livro de Thoth, a correlação é coerente, e provavelmente Crowley as considerou mais harmoniosas com a energia deste Aeon.
No Livro de Thoth, lemos este trecho que por sua importância, reproduzo na íntegra:
Os Cavaleiros representam os poderes da letra Iod no Nome. Eles são as partes mais sublimes, originais e ativas da Energia do Elemento; Por esta razão são representados à cavalo e com armadura completa. A ação deles é rápida e violenta, mas transiente. No elemento Fogo,por exemplo, o Cavaleiro corresponde ao Relâmpago Luminoso; na Terra, as Montanhas. É muito importante como exercício mental trabalhar por si mesmo estas correspondências entre Símbolo e Forças Naturais que representam; e é essencial para o trabalho de Magia prática ter assimilado esse conhecimento.As Rainhas representam a letra He do Nome. Elas são complementos dos Cavaleiros. Elas recebem, fermentam e transmitem a energia original de seu respectivo Cavaleiro. Rápidas em receber esta Energia, elas também são aptas a suportá-la pelo período de sua função; mas elas não são o produto final. Elas representam o segundo estágio no processo de criação de cujo quarto e último estágio é a realização material. Elas são representadas sobre tronos. Isto enfatiza o fato de que são apontadas a exercer funções definidas.Os Príncipes representam as Forças da letra Vav no Nome. O Príncipe é o Filho da Rainha (a filha do antigo Rei) pelo Cavaleiro que a conquistou; logo ele é representado em uma carruagem, avançando para realizar a Energia combinada de seus pais. Ele é o aspecto ativo da união deles, e manifestação dela. Ele é a imagem intelectual desta união. Suas ações são consequentemente mais resistentes que de seus antecessores. De certa forma, ele adquire de fato certa permanência, pois ele é o registro publicado daquilo que foi feito em segredo. Além disso, ele é o “Deus Moribundo”, redimindo sua Noiva na hora, e pela virtude de seu assassinato.As Princesas representam o He final do Nome. Elas representam o aspecto final da Energia original em sua completude, sua cristalização, sua materialização. Elas também representam contrabalanceamento, a re-absorção da Energia. Elas representam o Silêncio para o qual todas as coisas devem retornar. Logo elas são ao mesmo tempo permanentes e inexistentes. Uma resolução da equação 0=2.
Por esta explanação, do ponto de vista das Cartas da Corte, o Calar é do Touro, O Ousar é do Dragão, o Querer é do Leão, e o Saber continua sendo do Homem. Por suposto, algumas características atribuídas na tabela acima também podem trocar de lugar conforme o ponto de vista com o qual se trabalhe.
E qual das duas é “a certa”? Um símbolo só é útil tanto quanto indica com precisão a realidade que ele representa. Se consultando o seu GPS ele diz que há uma curva acentuada à direita, você vai ficar atento para não ser pego de surpresa, mas se a tal curva não vier, você vai virar a direita só por que o GPS disse?
Esteja sempre atento para descobrir onde os símbolos coincidem com a experiência e onde não, onde eles apontam corretamente a direção e onde te levam a lugares não planejados. Por outro lado, nem sempre é útil ou saudável desprezar conhecimento pré-existente, que sobreviveu a análise de muitos Irmãos valorosos do passado e do presente apenas por que você não os entende. Onde a sua visão parecer discordar dos símbolos, ponha ambos a prova. Use o GPS, mas olho na estrada!
No Juramento/Tarefa de um Neófito da Santa Ordem, lê-se:
Faz parte da Tarefa de um Neófito passar em quatro testes distintos chamados de Os Poderes da Esfinge. O original em inglês, “He shall pass”, não deixa dúvida de que falamos de ser aprovado, e não meramente passar por eles. Como ficou óbvio, tais testes dizem respeito às virtudes do Touro, Dragão, Leão e Homem, e seus verbos mágicos.
Especializações e Refinamento desses poderes são, como podemos ver pela tabela, tema dos graus de Neófito a Dominus Liminis. É importante notar que sucesso pleno em todos os ramos dos Poderes da Esfinge é impossível ao Neófito, e se esse os obtivesse, ele seria então um Adepto.
Quanto ao Neófito:
Embora seja conhecimento comum a quase todos que atingiram o grau de Zelator, é difícil achar referência escrita além do Juramento. Para que não tenham de confiar apenas em minha palavra, consultei alguns Irmãos a respeito dessa referência, e foi o excelente Irmão Alan Willms quem encontrou a resposta. Interessados devem consultar o diário de Crowley chamado “The Ordeals” e seus escritos sobre os Votos Mágicos de 1906.
A forma como cada teste é conduzido varia de acordo com a engenhosidade do Instrutor e a necessidade de cada Instruído. Obviamente não pretendemos revelar quais são os testes, nem como e quando são aplicados, mas podemos dar instrução de como aperfeiçoar Sabedoria, Ousadia, Vontade e Silêncio, e de como combinar os Quatro Animais em um conjunto coeso e harmonioso unidos sob uma única Vontade.
Salvo raríssimas exceções, é com o Touro (ou seria o Leão?) o primeiro encontro do aspirante. É por seu Querer que ele se aproxima de um dos nossos Irmãos e pede admissão. É pelo Querer que ele passa pelas preliminares e se lança aos estudos do Currículo do Estudante. É pelo Querer que ele toma o Juramento de um Probacionista, sob um mote — um nome mágico. Juramento e Mote, ambos testemunhas de sua Vontade. Mas não é preciso Saber sobre estas coisas ao menos um pouquinho? Não é necessário Ousadia para avançar no desconhecido? Não é necessário o Silêncio de quem se colocou na posição de observar e absorver?
E é também em seu Juramento de Probacionista, que ele contrai o Voto da Santa Obediência, um treinamento para a Vontade, sobre o qual tratei no artigo sobre Bhakti, e jura obter um conhecimento científico da natureza e poderes de seu próprio ser. Por seu Querer ele Jura Saber e se aplica nisso. E seu Querer é provado pelos Ordálios da Probação.
Então quando admitido a Neófito, mais uma vez por seu Querer ele toma um novo Juramento. “Obter controle da natureza e poderes do meu próprio ser”, que requer grande Ousadia. “Observar zelo em serviço dos Probacionistas abaixo de mim, e a me abnegar completamente em seu favor”, o que exige uma entrega da Vontade. “Aplicar-se em compreender a natureza de sua Iniciação”, “memorizar um capítulo de Liber VII”, “estudar e praticar Liber O em todos os seus ramos” e “estudar Liber H” o que exercitará o seu Saber, iluminará o seu Querer, provará sua Coragem.
Observe que como na Esfinge, é difícil perceber onde termina e onde começa cada um dos elementos da composição. Todas essas coisas produzirão o Silêncio. Silêncio de quem medita e pondera. Silêncio de quem trabalha. Silêncio daquele que segue em frente inabalável.
Provavelmente o ritual mais conhecido pelos iniciantes é o Ritual Menor de Banimento do Pentagrama que é ensinado em nosso Liber O, — detalhes de sua execução podem ser vistos aqui. Nele o magista simbolicamente se declara o centro de seu próprio universo, e em seguida, como um maestro rege uma orquestra, posiciona pelos Santos Nomes cada um dos quatro elementos no seu devido lugar.
Com alguma licença poética, é como se ele dissesse a cada um dos elementos “Veja! Eu sou o foco da consciência pura! Você me pertence, e não eu a você! Toma o seu devido lugar, onde deverá existir com os demais elementos em proporção e beleza!”
A sua frente ele posiciona o elemento Ar, a espada mágica da Razão do Filho com a qual se pode analisar as ideias mais complexas até a unidade indivisível. Atrás de si a Água, a taça das Emoções da Mãe, com a qual se pode abarcar o universo em beleza e proporção. A sua direita o Fogo, a Baqueta da Vontade do Pai com a qual ele conduz o Caos a produzir Ordem. A sua esquerda, a Terra, o pantáculo da Forma da Filha, com a qual ela sustenta e nutre todas as coisas.
Quando cada um destes elementos está em seu devido lugar e função, o Eixo dessa composição manifesta o Espírito, a Lamparina da Alma Pura, sobre a qual o Liber ABA, Parte II, Cap. X diz:
Quando os olhos do Magus são fixados sobre esta Lâmpada, nada mais existe.Os instrumentos jazem sem uso no Altar; somente aquela Luz queima para sempre.A Divina Vontade que era a Baqueta não mais é; pois o caminho se tornou um com o Fito.A Divina Compreensão que era a Taça não mais é; pois o Sujeito e o Objeto da Inteligência são um.A Divina Razão que era a Espada não é mais; pois o complexo foi resolvido no Simples.E a Divina Substância que era o Pantáculo não mais é; pois os muitos se tornaram Um.
Equilibrado por todos os lados dessa forma, nada de fora de seu circulo pode perturbar sua harmonia interna, ainda mais se seu círculo abarca todas as coisas e nada há que esteja de fora dele. Nada dentro do seu circulo pode desequilibrar-se, pois que são como eixos das três dimensões se cruzando em uma manifestação pontual do tempo e espaço que está exatamente onde deveria.
Mesmo o mais humilde dos não iniciados que pratique este ritual traz para dentro de seu conjunto simbólico a essência dessas coisas, e aos poucos manifestará essa verdade.
Mas quanto mais avançado é o praticante, mais ele deveria buscar qualidade nessas coisas: Seu intelecto sequestra para si a identidade do Eu e reduz tudo a simples racionalização? Sua vontade vacila e é inconstante? Suas emoções são facilmente desequilibráveis e derramam de sua taça ameaçando rompê-la? Sua base material é insuficiente para sustentar e nutrir suas aspirações mais elevadas?
Prática dos rituais é importante. Vigilância e autocrítica de seus atos e suas reações diante da vida são imprescindíveis.
A esse respeito, recomendo a leitura de nosso Liber Librae. Sugiro leitura também de meus artigos A Carruagem e O Cocheiro.
Em nosso Cartões Postais para Probacionistas são dados quatro métodos principais e dois adicionais para unir a mente a uma única ideia. Estes métodos são dados em pares, um para Magia e um para o Misticismo. É dito também que eles são unidos pelo Método Supremo do Silêncio. Eles podem ser atrelados aos cinco verbos da esfinge da seguinte maneira:
A esses dois somamos — Ir
Na tabela fornecida acima vemos os quatro métodos principais vinculados aos quatro Poderes da Esfinge, e que também coincidem com o desenvolvimento que se faz de Neófito a Philosopus, e os adicionais vinculados ao Dominus Liminis.
As principais maneiras com que o Neófito pratica a União pelo Conhecimento é estudando e expandindo as bases de conhecimento sobre si mesmo que adquiriu como Probacionista e estudando o ritual de sua iniciação Liber Pyramidos, pois no item 3 de seu Juramento/Tarefa está escrito “Ele deverá aplicar-se em compreender a natureza de sua Iniciação”. Obtendo um conhecimento profundo do Liber 777 conforme as indicações da seção II de Liber O, pois o item 5 de seu Juramento/Tarefa diz “e além disso, ele deverá estudar e praticar Liber O em todos os seus ramos”.
O Neófito pratica a União pela Vontade através de Liber O, seções III (assunção de formas-deus), IV (Rituais do Pentagrama e do Hexagrama), V (Formulação do Corpo de Luz), VI (Ascensão nos Planos), e também através de Liber HHH.
Ele pratica União pelo Amor através de seu Voto de Santa Obediência como já discutimos no artigo anterior, e também pelo item 8 de seu Juramento/Tarefa “Ele deverá proclamar abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A.’.A.’. e falar Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois o mistério é o inimigo da verdade.”
Quanto a União pela Coragem, o Liber O com o qual o Neófito se compromete em seu Juramento/Tarefa diz “Antes de iniciar tais práticas, o estudante deve ter boa saúde, e ter obtido algum domínio em Asana, Pranayama e Dharana”, e para isso ele encontrará auxílio em Liber E, Liber ABA parte I e Oito Palestras sobre Yoga. Além disso, Liber HHH também será auxílio nessa senda. Como dito no Juramento/Tarefa, “Ele deverá de todos os modos fortificar o seu corpo de acordo com o conselho de seu Zelator, pois a ordália da iniciação não é leve.”
O item 9 de seu Juramento/Tarefa discorre também sobre a construção do Pantáculo, que será mais perfeito na medida em que o Neófito tenha avançado nestas matérias. Ele é a representação do Universo tal qual o Neófito o compreende, e o quanto ele compreende dependerá de quanto ele Sabe, Ousa, Quer e se Cala. É seu alimento espiritual, e tal qual a esfinge, deve ser um eidolon da Lei que possa nutrir sua Grande Obra em todos os níveis.
Embora não sejam formalmente atribuídos ao Neófito, outras instruções podem ser úteis aqui e ali, como Liber Resh está atrelado a Bhakti, Hatha e Raja, ou como Liber Reguli está atrelado a Raja e Jñāna.
Nos monastérios de tradições tanto orientais quanto ocidentais, é comum que se tome certos votos, sendo os mais comuns os de Pobreza, Castidade, Obediência e Silêncio. Embora os ensinamentos de cada tradição possam conter princípios morais ou teológicos que os justifique, a utilidade universal deles é silenciar a mente. Nas palavras do Liber ABA em sua introdução:
Esta é a finalidade dos votos monásticos usuais de pobreza, castidade, e obediência. Se você não tem posses, não tem nada que lhe cause ansiedade; sendo casto, não tem outra pessoa para lhe preocupar e distrair sua atenção; e se está voltado à obediência, o problema de como proceder não lhe afeta. Você apenas obedece.(…)Outra consideração importante a fazer sobre esta questão de Votos Mágicos é conservá-los em sua própria perspectiva. Eles devem ser assumidos com um propósito claramente definido, e eles não devem nunca ultrapassar os limites do propósito para o qual foram formulados.É uma virtude para diabéticos abster-se de comer açúcar, mas somente com referência à sua condição pessoal. Não é uma virtude de importância universal. Elias disse em certas ocasiões, “é bom que eu me zangue”; mas tais ocasiões são raras.Além disso, comida de um é veneno de outro. Um juramento de pobreza poderia ser muito útil para um homem que fosse incapaz de usar com inteligência sua riqueza para o fim único proposto; para outro homem seria apenas desprover-se de energia, fazendo com que perdesse seu tempo com insignificâncias.Não existe nenhum poder que não possa ser voltado ao serviço da Vontade Mágica; é apenas a tentação de dar valor àquele poder em si mesmo que ofende.
O Voto da Santa Obediência é relacionado ao verbo Querer. Já como Probacionista, além de se colocar sob a baqueta de seu Instrutor, no item 5 de suas tarefas, lê-se: “Além de tudo, ele deverá realizar quaisquer tarefas que a A.’.A.’. possa considerar adequadas a confiá-lo.” Tais tarefa em nome da A.’.A.’. não deveriam ser e dadas levianamente por qualquer Instrutor. À luz do item 5 dos Juramentos de Probacionista, Neófito e Zelator, notamos que o Zelator é o primeiro que é incumbido de trabalhar para a A.’.A.’. sob sua própria responsabilidade.
Este assunto é demasiado extenso para essa exposição e será melhor abordado no futuro. Meu conselho aos Irmãos Neófitos é que se derem aos seus Instruídos uma tarefa em nome da A.’.A.’., que estejam bem certos de que ela vem de cima. Este voto é selado pela Vontade de quem toma o Juramento assinando com seu Mote Mágico. Este voto ensina a concentrar sua Vontade exclusivamente na Grande Obra.
O Voto de Silêncio ensina regular todo o organismo de forma que mesmo um fato aberrante não seja capaz de causar qualquer comoção no indivíduo. Obviamente você pode praticar ficar sem falar por algum tempo, ou se privar de falar certas palavras, ou sobre certos assuntos. Isso poderá acrescentar na sua vivência, mas não é disso que se trata tal voto.
Ele trata de não permitir que quaisquer fatos externos ou internos sejam capazes de perturbar o equilíbrio do praticante. Para isso ele se envolverá em práticas para equilibrar e fortalecer a saúde de seu corpo, da mente, de suas emoções e sua vontade, já citadas nas partes sobre Magia e Misticismo e sobre os Elementos neste mesmo artigo.
O Voto de Pobreza ensina não estimar coisa alguma, e não dar valor a coisa alguma senão à Grande Obra e está relacionado ao verbo Saber. O centro desse voto é o Juramento, onde a Grande Obra do Neófito é definida como “obter o controle da natureza e dos poderes do meu próprio ser.” Há as coisas que obviamente coadunam com isso, e essas devem ser buscadas.
Quanto aos demais objetos que adornam o universo do Neófito, como o trabalho, os boletos que vão vencer, os amigos, relacionamentos amorosos, família, hobbies, etc., seria um erro se afastar delas, pois talvez o que lhe parece a parte mais profana e indigna de sua realidade, pode ser aquela que o levará a novas alturas. Portanto que o Neófito busque em todas essas coisas, descobrir como colocá-las a serviço da Grande Obra, ou melhor, descobrir de que forma elas já exercem esse papel.
O Voto de Castidade ensina a usar o Poder Mágico apenas para realizar a Grande Obra e está relacionado ao verbo Ousar. A respeito desse tal Poder, Liber Librae nos diz “Para obter Poder Mágico, aprende a controlar o pensamento; admite apenas as ideias que estão em harmonia com o fim desejado, e não toda Ideia dispersa e contraditória que se apresenta.” E qual é o fim desejado pelo Neófito senão o controle de sua natureza e poderes conforme ele jurou?
O voto de Castidade perfeito seria tal que quem o tomou evitará buscar realizar qualquer coisa senão sua Grande Obra. Obviamente, isso não quer dizer que ele deixará de trabalhar, de socializar, de se alimentar, e etc. Tome por exemplo “A Vontade” , trecho do Liber XV que alguns Irmãos recitam antes de suas refeições, como que um lembrete de seu Voto de Castidade:
Da mesma forma, num voto de Castidade para consigo mesmo, cada ato deve, em sua finalidade última, servir à Grande Obra.
Uma das partes do Juramento/Tarefa do Neófito, sobre a qual menos se fala por aí, e por consequência mais negligenciadas e mal praticadas. Não falam por que não Sabem, não Ousam, não Querem, ou escolheram guardar Silêncio. Mas agora eis aqui explícita tanto quanto possível pelo ponto de vista de um Irmão que já lidou com essas coisas até quase enlouquecer. Talvez tenha mesmo enlouquecido! Talvez seja um tolo! Aceitar essas palavras sem submetê-las à prova de suas Armas Mágicas e dos Verbos da Esfinge seria insensatez.
Que aquele que lê erga o encantamento do Silêncio! Levante a Espada de seu senso crítico para destruir com ela toda a tolice, erga sua Taça para servir-se de tudo de útil que esta exposição contenha, submeta estas novas peças sob o comando de sua Baqueta, e tome nota da existência desses objetos recém-descobertos em seu universo pessoal que é seu Pantáculo.
Saiba, Queira, Ouse, Cale-se… E Siga em Frente. Pelo bem da Grande Obra Siga em Frente.
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